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Obra Completa

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Arrogantes e máus!<br />

A visão dos melhoramentos<br />

As restaurações artísticas<br />

não dêem á questão uma nova face,<br />

preparando acontecimentos lastimosos<br />

1<br />

Está averiguado que Coimbra não<br />

A gréve dos operários do gaz na<br />

O governo conta com as prisões pôde viver sem um Messias, ou um<br />

capital continua nos mesmos ter-<br />

em massa e os porões dos navios.<br />

D. Sebastião!<br />

mos, lançando no animo dos que<br />

Seja qual fôr; tudo serve!<br />

Os factos antecedentes anima-o<br />

olham com sympathia a causa dos<br />

I ><br />

Vem de longa data esta aspira-<br />

a novas e levianas arremetidas para<br />

queixosos, a suspeita de que a<br />

ção lyrica ao sobrenatural. E os des-<br />

suffocar o protesto dos que traba-<br />

solução da pendencia lhes não seja<br />

enganos não a corrigem!<br />

lham.<br />

favoravel.<br />

Se não tem uma mystificação de-<br />

Pois bem, que a perversidade<br />

Uma machinação de interesses<br />

vota, a enlreter-l-he os ocios e a fin-<br />

dos seus instinctos o não illudal gida credulidade, um embuste a<br />

escandalosos e repugnantes preten-<br />

orque é inadmissível e revoltante affagar-lhe os sonhos, anda biliosa<br />

de explorar a situação. O governo,<br />

que no dia de boje se pretenda con- e trisíe!<br />

protector de todos os syndicatos,<br />

duzir a golpes de azorrague um Tal qual como aquella dama ro-<br />

colloca-se impudicamente ao lado<br />

povo civilisado e livre!.. .<br />

mantica, que ia para toda a parte,<br />

da companhia; e a camara munici-<br />

com tanto que a raptassem!...<br />

pal, que tinha obrigação de intervir<br />

Até ha pouco era o devaneio do<br />

zelosamente, para que a cidade não<br />

Tentativas revolucionarias<br />

elevador; agora é o plano dos melho-<br />

soffresse os graves prejuízos que tem Turvam-se os ares em Hespanha. ramentos, que a camara vai elabo-<br />

supportado, abstem-se com .uma<br />

Os ânimos agitados manifestam-se<br />

rar por entre applausos e reclames,<br />

se em hostilidade armadas.<br />

perfídia revoltante de cumprir o seu<br />

e o concomitante mercado, que volta<br />

Exactamente como em 1866, com<br />

dever.<br />

a guerra na America começam a a incender-lhe a facúndia dos alvi-<br />

A direcção da companhia cobre rebentar os pronunciamentos no tres.<br />

com a sua solidariedade as prepo-<br />

continente. E como então, não dei- E nos centros da palestra discuxarão<br />

de seguir-se as perseguições,<br />

tências d'um estrangeiro, prompta<br />

te-se o local mais apropriado e gi-<br />

os desterros e os fusilamentos.<br />

za-se á larga a ostentação das or-<br />

a explorar os lucros que a interven- No dia 4 nos arredores de Vação<br />

dos poderes públicos podesse encia appareceram grupos armados<br />

namentações archilectonicas.<br />

deparar-lhe. Dizem que a compa-<br />

evantando vivas á republica. Em A escolha do local está produ-<br />

diversos pontos houve lucta. zindo as mais jucosas opiniões. Cada<br />

nhia arruinada, como todas as em-<br />

Os manifestantes foram batidos cidadão o tolera onde quizerem, com<br />

prezas onde se anicham as firmas e tem sido realisadas muitas prisões. a condição de que fique á sua porta.<br />

dos políticos mais desacreditados, O ministro do interior declarou Os da Praça 8 de Maio querem-o<br />

desejaria esse procedimento, para que se organisavam rebelliões em<br />

Saragoça, Geromo e outros lugares.<br />

pelas alturas do Terreiro de Santo<br />

ter pretexto a exigir indemnisações Em Madrid também têm sido Antonio; a rua dos Sapateiros no<br />

absurdas, que a puzesse a coberto presos por conspiradores vários in- largo da Fornalhinha; a Portagem<br />

de desastres que se esperam. divíduos.<br />

na Avenida, á margem do rio; a<br />

É um espectáculo vergonhoso<br />

O governo toma precauções e as Sophia alli por S. Domingos; e os<br />

tropas estão de prevenção.<br />

este que se está desenvolvendo aos<br />

de Fóra de Portas nas proximida-<br />

O que sahirá de tudo isto!...<br />

olhos da nação, pela insensatez desdes<br />

dos Lazaros.<br />

pótica dos que governam e pela<br />

Os moradores da rua Ferreira<br />

Na folha do conspícuo sr. Ma- Borges, muito condescendentes, sa<br />

connivencia nos processos mais vis rianno lê-se esta chalaça:<br />

crificam-se a admitti-lo nas ampli-<br />

de exploração endurecida e cegai<br />

«Todos os estabelecimentos das ruas dões do Paço do Conde, com um<br />

E neste conluio infame de banda- do Ouro, Augusta e da Prata tiveram<br />

grande boulevard que parta de S.<br />

hontem explendida illuminação. O<br />

lheiras e de especulações, setecen-<br />

mesmo aconteceu aos estabelecimen- Thiago em cominunicação directa.<br />

tos operários, que representam altos da rua da Palma.»<br />

Espera-se que a cidade alta, por<br />

gumas mil pessoas, estão á mercê<br />

D'onde se conclue que para a emquanto remettida a um discreto<br />

de contingências deploráveis, em illuminação publica ser boa devem silencio, se pronuncie por estes dias.<br />

perigo de serem lançados na mi- estar os gazometros vazios.<br />

O plano está á bica: é só pedir<br />

séria.<br />

E eis ahi está como o que nunca por bocca. E estão servidos!<br />

chegou sequer a ser râzoavel em<br />

Uma folha notava com razão que tempos normaes, se torna agora<br />

todas as grandes companhias actual explendido á simples voz do illumi-<br />

O homem do gaz<br />

mente em Portugal são administranado Marianno.<br />

das exclusivamente por estrangei- Vão ver, ou nós muito nos en- Foi publicada no jornaes de Lisganamos,<br />

o D. Xarope e o intelli boa a seguinte carta:<br />

ros e políticos corruptos, que sim-<br />

gente sr. Hintze, acreditar neste<br />

plesmente obedecem ás suggestões sortilégio! Abrenuníio!<br />

«Sr. Redactor. — Tenho a honra de<br />

participar a v. para os effeitos que<br />

ferozes do seu egoísmo, sem consi-<br />

julgar convenientes:<br />

deração pelo trabalho nacional e<br />

Parodias<br />

1.° Que os fogueiros e contra-mestre<br />

mandados vir de Bruxellas chegam<br />

pelos interesses da população.<br />

O sr. ministro da guerra apraz- no primeiro Sud-express, por ser o<br />

Tudo isto caminha para um cata-<br />

meio mais rápido;<br />

se em acalentar as tinêtas bellicas<br />

2.° Que já partiram para Lisboa<br />

clismo pavoroso, que um governo do seu antecessor.<br />

mais alguns de Nápoles;<br />

de larvados auctoritarios e dissolu- Foram chamadas as reservas para 3.° Que hoje embarcam 8 em Bortos<br />

julga poder dominar com as es-<br />

tomarem parte em próximas manodéus no paquete das .Messageries;<br />

bras !<br />

4<br />

pingardas da municipal!<br />

Toda a gente pergunta para que<br />

O procedimento dos grévistas servirá desperdiçar sommas enor-<br />

tem sido d'uma moderação irrepremes com estes espectáculos absoluhensivel,<br />

d'uma circumspecção toda<br />

tamente inúteis, que não têm uma<br />

única explicação plausível!<br />

de prudência. Quem pôde porém Mas el-rei gosta d'estes folgue-<br />

garantir que contingências impredos marciaes; e tanto basta a jusvistas,<br />

d'um momento para o outro, tificar mais este desperdício louco I<br />

0 as torneiras e valvulas, aQm de começar<br />

a haver gaz para motores.<br />

Sou com a maior consideração,<br />

De v., etc.<br />

Marianno de Carvalho »<br />

Leram?<br />

Pois querem saber no que deu<br />

esta fanfarronada? É o proprio parlapatão<br />

signatario que no-lo diz:—<br />

«Realizou-se tudo quanto nella se<br />

a/firma, excepto o que se menciona<br />

no n.° 7.°». Isto é, Lisboa continuou<br />

ás escuras!<br />

O que se cumprirá talvez são as afirmações<br />

i.<br />

Que já hoje se apresentaram ao<br />

serviço 4 homens dos que se pozeram<br />

em gréve e foram recebidos;<br />

5.° Que hoje ás 10 horas da manhã<br />

tínhamos já a mesma quantidade de<br />

gaz que hontem às 3 horas da tarde<br />

(13 mil metros);<br />

6.° Que a producção por hora é<br />

superior a 1:000 metros, e que será<br />

mais ámanhã e já esta noite;<br />

7.° Que ás 3 horas da tarde se abrem<br />

a , 2. a e 3. a EM<br />

C O I M B R A<br />

v i<br />

O paço do Bispo. A parte externa<br />

do edifício é sem valor: mutilações<br />

successivas, abrindo portas e<br />

substituindo janellas, tiraram-lhe o<br />

caracter, se alguma vez o teve.<br />

Cheio de caracter havia apenas<br />

, porque fácil o pateo, um bello exemplar que<br />

é fazer vir ao país os lazzaroni nos fazia imaginar toda a velha re-<br />

napolitanos e meia dúzia de desocsidencia senhorial do século xvi,<br />

cupados belgas e francêses. grande e nobre capricho da renas-<br />

E assim, com este laço armado cença.<br />

á proverbial estupidez do chefe de<br />

Por dentro do edifício encontra-<br />

abinete e ao agudo engenho de D.<br />

Xarope, salvou o sr. Marianno a vam-se a cada passo vestígios de<br />

companhia do gaz do castigo que épocas mais antigas, ao lado de<br />

lie é imposto para estes casos nas construcções importantes feitas no<br />

clausulas do respectivo contracto. século xvm a caírem em ruinas.<br />

Eram, porém, fragmentos dis-<br />

As obras de Belem persos, documentos de valor relativamente<br />

insignificante para pode-<br />

Foram classificados os projectos<br />

apresentados a concurso para a rem determinar a direcção a dar<br />

conclusão do monumento dos Jerò- a uma obra de restauração. Ponymos<br />

e edifício annexo destinado der-se-íam conservar como curiosi-<br />

á exposição nacional.<br />

dade no edifício restaurado ou em<br />

Os concorrentes foram quatro; e um museu.<br />

os projectos escolhidos pelo jury<br />

oram dois, cabendo o primeiro pre-<br />

O que dava càraclei* âo edifício<br />

mio do monumento ao sr. Adães era o pateo, que deveria ser reli-<br />

Bermudes e o segundo ao sr. Dogiosamente conservado, emendando<br />

mingos Parente.<br />

o erro da restauração contemporâ-<br />

Para o edifício annexo a primeira nea, banal e sem valor artístico.<br />

recompensa foi dada ao sr. Parente<br />

e a segunda ao sr. Bermudes.<br />

Como sempre acontece em con- O pateo é de estylo renascença.<br />

cursos portuguéses, já se levantam<br />

protestos: — que esse resultado já O sr. director das obras publi-<br />

era sabido antes da apreciação dos<br />

cas, encarregado de restaurar o paço,<br />

trabalhos; e que o programma foi<br />

alterado em favor dos preferidos.<br />

não soube vêr o valor architectoni-<br />

Temos outra celeuma como a do co e documental do pateo, que é<br />

Infante D. Henrique. Vamos ouvi- bem conhecido e tem sido muitas<br />

las bonitas!<br />

vezes reproduzido por desenhos em<br />

livros nacionaes e extrangeiros.<br />

Universidade<br />

Em livros portuguéses ha paginas<br />

dedicadas áquella bella obra<br />

O Diário já publicou o avise da<br />

abertura d'este estabelecimento no pro- que não é obra desconhecida, que<br />

ximo outubro.<br />

é obra estudada.<br />

A matricula geral tem logar nos dias<br />

2, 3 e 4 de outubro. E os requerimen<br />

O sr. director das obras publi-<br />

tos para esta matricula devem ser en cas não poderia ignorar-lhe o valor,<br />

tregues na secretaria; para os primei excepto se s. ex." não sabe lêr.<br />

ros annos até ao dia 20 de setembro<br />

e para os demais atè 25.<br />

Encarregado de restaurar o pa£o<br />

Á bicada!<br />

episcopal, o sr. director das obras<br />

publicas, não o estudou, não pro-<br />

Já tínhamos o bico de gaz Auer,<br />

curou suggestionar-se pelos restos<br />

o bico invencivel, e o bico electrico;<br />

agora temos um novo bico de pro das construcções antigas; tendo de<br />

testo contra as garras aduncas do restaurar um palacio de estylo re-<br />

fisco e dos syndicateiros- dos pbosnascença, apresentou um plano de<br />

phoros e da isca.<br />

restauração em estylo manoelino.<br />

Alguns benemeritos commercian- Encarregado de restaurar um pates<br />

da baixa offerecem nos seus es<br />

lácio em que havia uma obra do<br />

tabelecimentos aos fumadores um<br />

bico microscopico e permanente valor do pateo, o sr. director pas-<br />

para accenderem os seus cigarros. sou ao lado sem a vêr, e tentou al-<br />

Aproveitando esta generosidade terar-lhe a physionomia, transfor-<br />

patriótica, muita gente que se préza mando o velho pateo, cheio de no-<br />

eliminou no seu orçamento a caixa breza e de caracter, numa constru-<br />

de 10 réis.<br />

cção de estylo manoelino, o manoe-<br />

Se o odioso monopolio dos phosphoros<br />

d'esta vez não rebenta na lino dos jazigos e dos palacios que<br />

allencia, é por que o diabo o pro- no Minho mandam agora fazer carregadores<br />

enriquecidos no Brazil,

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