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Obra Completa

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Expediente<br />

A estatua de Teixeira Lopes<br />

deu o governo força aos que agora Joaquim Madureira<br />

•<br />

estão na índia fomentando a revolta Concluiu a sua formatura em Di-<br />

que tanto dinheiro tem custado ao reito este nosso querido amigo, an-<br />

Em virtude das festas<br />

país e a tantos vexames sujeitado. igo collega de redacção da Resis-<br />

da Rainha Santa o proxitência<br />

cujas paginas abrilhantou com<br />

E foi o proprio governo que, hamo<br />

numero da «Resistên-<br />

as Notas d'um azedo e artigos semvendo<br />

tão criminosamente fortale- 3re vibrantes, sempre originaes, recia»<br />

sairá na segunda feira. cido -os. diligentes do elemento inveladores d'uma grando alma, d'um<br />

dígena para exercerem as maiores joderoso talento, d'uma já distin-<br />

BOAPOLITICÂ!<br />

cta individualidade litteraria. Espi-<br />

vexações contra os descendentes rito revoltado,<br />

dos europeus, manda depois incendiar<br />

povoações inteiras e dá as<br />

mais barbaras e deshumanas ins-<br />

Sempre que do choque de intetrucções<br />

ao sr. Neves Ferreira, que<br />

resses pessoaes ou melindres offen-<br />

com imbecil atrocidade as executa.<br />

didos surge uma questão entre os<br />

Por este meio conseguiu o go-<br />

defensores da monarchia, patenverno<br />

desinvolver extraordinariatêam-se<br />

infames negociatas, descomente<br />

a revolta, que elle proprio<br />

brem-se planos torpes do governo<br />

havia preparado com uma politica<br />

que, sempre com apoio do rei, só<br />

partidaria tão criminosa como ine-<br />

tem usado do poder para satisfazer<br />

ptos e infames têm sido agora os<br />

as suas tão desmedidas como vis<br />

actos por que tem pretendido suf-<br />

ambições e os caprichos ou convefocá-la.<br />

Sem plano definido, manniências<br />

d'uma monarchia compledando<br />

primeiro incendiar para retamente<br />

perdida no conceito publicorrer<br />

em seguida a processos branco.<br />

Hontem as revelações feitas por<br />

dos, conceder a amnistia num<br />

Fuschini; hoje a publicação das car-<br />

dia para no seguinte se fuzilar<br />

tas dosr. Constâncio Roque da Cos-<br />

sem processo nem formalidades,<br />

ta, redactor do Universal, por al-<br />

sente-se o governo sem força nem<br />

guns jornaes monarchicos de Lis-<br />

prestigio algum para restabelecer a<br />

boa.<br />

ordem na índia, onde sem duvida<br />

Não temos o intuito de nos in- soffreremos maiores calamidades.<br />

trometter na questão que motivou a Mas mantem-se no poder e man-<br />

publicação d'essas cartas, nem nas da dizer pela sua imprensa assala<br />

consequências, de caracter pessoal, liada que os jornaes republicanos<br />

que d'esla derivem. Conclusões ti- estão defendendo os revoltosos nos<br />

ramos, porém, da leitura d'esses ataques que dirigem ao governo<br />

documentos que, respeitando dire-<br />

Os ministros que, sacrificando os<br />

ctamente ao interesse publico, nos<br />

interesses do país, prepararam ;<br />

é licito expôr aqui.<br />

revolta; os ministros que, susten<br />

Das cartas publicadas vê-se que<br />

tando-se sem vergonha nem di-<br />

o redactor do Universal era em Lisgnidade<br />

nas cadeiras do poder,<br />

boa o representante do grupo que<br />

pela falta de prudência e de ener-<br />

na índia tem incitado e animado<br />

gia a têm aggravado, não trepidam<br />

a revolta e que esse grupo tem man<br />

em pedir que ainda hoje os acom-<br />

tido as mais intimas relações com o<br />

panhe a imprensa que, ao rebentar<br />

actual governo. O sr. Hintze Ribei<br />

a revolta, lhes concedeu todo o seu<br />

ro tinha correspondência epistolar<br />

apoio, e vêm declarar que a con<br />

com o Visconde de Bardez, satisfa-<br />

demnação dos seus actos é a defêsa<br />

zia todos os seus pedidos o sr. João<br />

dos revoltosos!<br />

Franco, na secretaria da marinha<br />

Que triste prova de imbecilidade<br />

era o grupo presidido pelo princi<br />

pai chefe da revolta quem dava ordens.<br />

Partido republicano<br />

Já depois d'esta haver rebentado Saiu o primeirò numero da<br />

S6 modificou a organização d'um Integridade, jorfial republicano de<br />

Leiria.<br />

conselho de guerra em harmonia<br />

No seu artigo programma de-<br />

com as conveniências dos amigos do clara a redacção d'esse periodico:<br />

sr. visconde de Bardezl<br />

«Portanto nós, soldados fieis da republica,<br />

Também na índia desejava o vimos juntar os nossos protestos aos d'aquel<br />

les que por ella pelejam, confiados em que<br />

governo ler amigos e, para os con-<br />

será da Democracia a redempçáo da nossa<br />

quistar, adoptou os mesmos pro- querida mas abatida patria.<br />

Somos da republica, por ella combateremos<br />

cessos que no continente: pôr á sua<br />

e por ella sacrificaremos o nosso sangue por-<br />

disposição a politica e a adminisque, abstrahindo mesmo as fórmas de governo,<br />

já nSo é combater apenas por um ideal polititração,<br />

nomeando e demittindo emco,<br />

por este ou aquelle partido:—-é combater<br />

pregados conforme as indicações pela salvação da patria, na espmnça de me-<br />

que recebia, abrindo-lhes os cofres lhores dias.»<br />

públicos e concedendo-lhes as ter- Felicitamos o novo collega, deras<br />

pertencentes ao Estado. Assim sejando-lhe longa vida.<br />

um Que faz o homem?<br />

Procura o eseriptor que teve a<br />

ousadia de o convidar a abdicar?<br />

Bate-lhe?<br />

Bate-se?<br />

Que vezes que isto me tem acon-<br />

Não.<br />

tecido !<br />

Yinga-se. Mas não se vinga como<br />

Dou com um Santo que um gran-<br />

um homem, — vinga-se como um<br />

de artista animou d'um grande sen-<br />

polirão. Tem o Poder e usa-o.<br />

ti mentOj e fico-me parado, sem vêr<br />

A liberdadè e preciosa. — Tira-<br />

nada, lodo ^fèso d'úma emoção exme<br />

a liberdade.<br />

verdadeiro intranha.<br />

Parecè-mé que é deôtro de<br />

Faz-me julgar e faz-me condemsubmisso,<br />

para as aulas só estuda-<br />

mim que corre aquelle sentimento,<br />

nar — o que vem a ser a mesma<br />

va o suficiente para passar.' Tinha<br />

sinto-me vibrante d'aquella idêa que<br />

coisa.<br />

um verdadeiro horror á sebenta; os<br />

me subjuga, me tira a voz e me dá<br />

codigos causavam-lhe constantes pe-<br />

Rouba-me. Rouba-me uma coisa<br />

vontade de rir e vontade de chorar,<br />

zadelos.<br />

de que eu preciso, em primeiro<br />

como se, sem esperar, encontrasse<br />

ogar para respirar e depois para<br />

E todavia Joaquim Madureira foi<br />

de repente alguém que eu amasse<br />

comer.<br />

um dos membros mais estudiosos<br />

muito e ha muito tempo não tivesse<br />

Comtudo, João Franco illude-se.<br />

da actual geração académica. Ra-<br />

visto.<br />

Não se vinga. — Compromette-se.<br />

ros os que como elle trabalharam,<br />

E é tão funda esta emoção, que<br />

Não quero ameaçá-lo, mas sempre<br />

poucos os que d'aqui sáem com tan-<br />

eu ponho-me a pensar se me não<br />

he direi que lhe vou dar que fazer.<br />

tos conhecimentos scientificos e lit-<br />

valeria mais ter vivido ha muito temterarios.<br />

Até lia as obras dos cláspo,<br />

quando no mundo se levantasicos,<br />

elle que é um novo na verda- A lei contra os aquelles<br />

vam as grandes cathedraes, andar<br />

deira accepção da palavra!<br />

sempre preso d'esta emoção extra-<br />

Alma aberta, sempre generosa, Communicam-nos do Porto que nhadarte, que é,como o aroma das<br />

era implacavel na critica de todos Relação negou provimento ao flôres, suave, e mata.<br />

os actos que revelassem baixêza de recurso que, por ordem do governo,<br />

caracter, perversidade de sentimen- oi interposto da sentença que letos,<br />

como indulgente para com as vantou a suspensão do nosso pre-<br />

Bons tempos esses em que vive-<br />

misérias que o meio social faz gerzado collega O Commercio do Porto.<br />

ram imaginarios.<br />

minar e desinvolver. Nunca Joaquim )'onde se vê que o governo não<br />

Passavam a vida a correr mundo<br />

Madureira lia uma local em que se sabe interpretar a lei, que elle pro-<br />

e a povoá-lo dos seus sonhos d'arte.<br />

noticiasse, d'animo leve, a prostiprio elaborou.<br />

Havia artista que gastava a vida<br />

tuição d'uma creança, que não se<br />

inteira fazendo o mesmo santo, sem-<br />

O sr. João Franco que conseguiu<br />

indignasse contra o deshumano jorpre<br />

a aperfeiçoá-lo e nunca satis-<br />

que o sr. Antonio d'Azevedo, minalista.nistro<br />

da justiça, negasse d'um<br />

feito.<br />

O seu caracter conquistou-lhe modo miserável a interpretação que<br />

Que bella vida, sempre a adorar<br />

dedicados amigos; a sua poderosa he havia dado na Camara dos Pa-<br />

o mesmo corpo, sempre a illumi-<br />

intelligencia muilos admiradores. res, não poude agora sujeitar o<br />

ná-lo da mesma idêa!<br />

Bons auspícios para quem entra na )oder judicial aos seus caprichos<br />

Por toda a parte se levantavam<br />

vida prática, em que desejamos ao Excepcional, como é, o facto<br />

egrejas, em toda a parte se fallava<br />

nosso querido amigo, de quem nos merece os mais rasgados elogios.<br />

em Deus e nos Santos.<br />

despedimos com um saudoso abraço Appareceu afinal quem tivesse a<br />

as maiores felicidades.<br />

independencia suficiente para se A vida dos Santos animava as<br />

oppôr ás nevroticas prepotências do cathedraes, e elles desciam de noi-<br />

sr. João Franco.<br />

te do céu a vêr as obras.<br />

Insignificante mau<br />

Toda a gente o sabia!<br />

O eminente jornalista e nosso<br />

Mais d'um Santo foi apanhado<br />

Continúa no seu posto o sr,<br />

prezado amigo João Chagas, contra<br />

pelo esculptor a corrigir-lhe a obra.<br />

Neves Ferreira, o já celeberrimo Numa egreja, contava-o toda a<br />

quem o sr. João Franco começou auctor da portaria homicida que gente, andava muito alto, numa pa-<br />

exercer miserável perseguição por felicitou o governo pelo facto de rede, um artista a fazer Jesus. Em<br />

causa do artigo que publicou no haver sido assassinado o Raugi Ra baixo havia já d'elle uma estatua<br />

Paiz e que foi transcripto na Resis- nes. Não admira que assim succeda, de Nossa Senhora, muito linda, o<br />

tência, completa assim a apreciação<br />

porque o país já de ha muito está corpo meio curvado, como a escon-<br />

habituado a supporlar o feroz di-<br />

que fez d'essa intrigante individuader-se<br />

para animar a gente, as mãos<br />

clador do Alcaide.<br />

estendidas, os lábios num sorriso.<br />

lidade:<br />

Pois dizia-se que esta Nossa Se-<br />

«Eu suppunha o actual João Têm razão<br />

nhora, de noite, saía do seu balda-<br />

Franco um homem doente. Nervoso.<br />

quino rendilhado e ia acima vêr o<br />

Diz o sr. Fuschini que as trovoa- Os jornaes regeneradores estão Christo que andava a fazer o esculdas<br />

o assustavam. Mas não o sup verberando a imprensa progressista ptor.<br />

punha mau. Vulgar, até nisso. Sae- por ella atacar os actos do governo, E uma noite em que elle viera<br />

me também mau, o que já o rehabi- seguindo assim o mesmo procedi- vêr a sua obra e lhe faltaram os<br />

lita a meus olhos. E' um insignifi mento que a imprensa republicana. pés e caiu d'aquella grande altura,<br />

cante mau, e isto já é ser alguma E, como leaes conselheiros, accres- ouviu-se um grande grito que Ella<br />

coisa.<br />

centam essas folhas que o partido deu, e Nossa Senhora apanhou-o na<br />

Mandôu-me chamara contas pelos progressista está preparando assim quéda, apertando-o nos braços con-<br />

tribunaes do Porto, por onde cor- maus dias para quando estiver no tra o peito.<br />

rem contra mim uns seis ou sete poder.<br />

No dia immediato a Virgem ti-<br />

processos de imprensa, — não sei Concordamos com as censuras e nha outra vez estendidos os braços<br />

bem. Com urgência, já se vê. conselhos da imprensa governamen- rígidos de pedra em que o escul-<br />

julgamento está marcado para breve tal. Cabendo á monarchia a principtor foi encontrado a dormir muito<br />

Estão d'aqui a vêr o homem? pal responsabilidade dos desvarios socegado pela manha, quando os<br />

o valentão ? o rufião ? Tem em seu e attentados que o governo pratica, canteiros vinham p'ró trabalho.<br />

poder a liberdade de um eseriptor ainda que por outro motivo não<br />

Esse eseriptor levanta-se e dií-lhe seja porque o tem conservado no E outra vez, por agosto, numa<br />

a elle, a elle só: —Tira-te fi'ahi poder, justo é que, quem defende a noite de luar muito bonito, em que<br />

imbecil. Sae d'esse logar. Que és monarchia, não ataque os actos do um artista adormecera á fresca num<br />

tu ? Quem és tu ? Quem te deu o governo que ella apoia, protege e andaime ao pé da sua obra — um<br />

direito de te sentares nessa cadeira? ampara. Se isto não é verdade, en- lindo Santo de pedra, acordou e<br />

Anda,despacha-te, põe-teao fresco tão descremos completamente da deu com o Santo ao pé da estatua<br />

Não comprometias teu amo. lógica.<br />

,a rir-se {

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