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Como se equilibra o orçamento<br />
Nos primeiros onze mêses do<br />
anno economico de 1895-1896 as<br />
despêsas publicas augmenlaram, relativamente<br />
a egual periodo do anno<br />
economico anterior, a bagatella de<br />
5:221 contos. E o que se vê das<br />
contas do thesooro publicadas-no<br />
Diário do Governo, onde appareceu- Por portaria hontem publicad<br />
ultimamente a relativa ao mês de no Diário foi determinado aos rei-<br />
maio.<br />
tores dos lyceus que façam constar<br />
Nesse periodo deu-se também um aos directores de institntos de en-<br />
notável augmento nas receitas, dusino secundário particular e ás mais<br />
plicando quasi a contribuição indus- pessoas que exerçam ensino dotrial<br />
que de 1:002 contos que renmestico que não podem ser admitdeu<br />
nos primeiros onze mêses de tidos alumnos a cursar as discipli-<br />
1894-1895 se elevou a 1:811 connas da l.<br />
tos nos mêses correspondentes de<br />
1895-1896. Nos direitos sobre os<br />
cereaes houve também um augmento<br />
de 1:317 contos.<br />
Insignificante como tem sido o<br />
desinvolvimento das industrias e recaindo<br />
o imposto sobre os cereaes<br />
principalmente sobre o consumidor<br />
pobre, vê-se que a monarchia está<br />
aggravando excessivamente essas<br />
contribuições, em prejuízo do pio<br />
gresso das industrias que ilie cumpria<br />
promover e das condições do<br />
proletário que devia melhorar, para<br />
mais poder dispender em verdadeiras<br />
loucuras, em infames ladroeiras.<br />
E o país tudo vae supportando,<br />
com inaudita indilferença 1<br />
a classe sem que apresentem<br />
certidão d'approvação em exame<br />
d'instrucção primaria e certidão<br />
d'edade, por onde se prove que<br />
completaram dez annos, pelo menos,<br />
em outubro findo, na abertura<br />
das aulas, com tolerância até 31<br />
de dezembro.<br />
Sem estes attestados os alumnos<br />
não poderão provar a sua frequência,<br />
quando externos, para a sua<br />
admissão aos lyceus.<br />
Camara Municipal de Coimbra<br />
Resumo das deliberações tomadas na<br />
sessão ordinai ia de 6 de agosto de<br />
1896.<br />
José da Gosta, distribuidor rural<br />
de Coimbra, foi promovido a 3. a<br />
distribuidor.<br />
No Diário d'âmanhã será publicado<br />
um viso da direcção geral de iustrucçào<br />
publica, abriudo novo concurso par.,<br />
compêndios da i. 4 , 2. a e 3. a parles<br />
da instrucção secundaria e para o<br />
periodo trausitorio.<br />
Vem publicada no Diário do Governo<br />
d'hontem a3. a e ultima parte<br />
do regulamento de instrucção primaria.<br />
Por esse regulamento são instituídos<br />
cem prémios pecuniários de<br />
60$000 réis cada um, exemplos de<br />
qualquer imposto, sendo alem d'isso<br />
creadas medalhas d'ouro, prata e<br />
cobre para premiar os serviços distinctos<br />
e diuturnos. A primeira só<br />
poderá ser concedida, mediante o<br />
31 Folhetim da RESISTENCIA<br />
parecer afirmativo do conselho superior<br />
d'instrucção publica aos pro<br />
fessores que tenham mais de 20 an-<br />
Foi lida e approvada a acta da sessão anterior.<br />
Mandou orçar a despezaa fazer com a reparação<br />
da casa da escola elementar do sexo<br />
masculino da freguezia de S. Martinho do<br />
B spo e coui a compra de mobília para a<br />
mesma.<br />
Mandou passar licenças para apascentarnento<br />
de cabras a três proprietários do concelho.<br />
Iníprmuu favoravelmente um processo para<br />
a admissão delinitiva no ho-picio dos abandonados<br />
de uma creança orphã de pae e mãe.<br />
Auctorisou pequenos torneamentos a saber:<br />
— lenha para o asylo de Cellas, impressos paia<br />
a commissão do recenseamento militar; papel,<br />
penas e tinta, para o serviço da monlureira.<br />
Auctorisou a reparação mais urgente da<br />
fonte da Paiheira, ate á quantia de cmcoent.><br />
uni réis.<br />
ííesolveu chamar a altenção do commissario<br />
de po icia para as trausgiessões praticadas<br />
na praça do Counnerciu junto da egreja de S.<br />
Tliia .o e no mercado de 1). Pedi o V, durante<br />
algumas horas da noite.<br />
Auctorisou a presidência providenciar par.c<br />
o melhoramento dos serviços da couducçao do»<br />
ijecios do edificio dos hospitaes da Lniversi<br />
dade para a monlureira do íngote.<br />
Hesolveu eievar a mu réis o preço para a<br />
venda de cada um metro de estrume da monlureira,<br />
dando-se d'esta deliberação coiilieci-<br />
RESISTENCIA - Domingo, 13 de setembro de 1896<br />
mento aos povos por meio de editaes, bem teressante joraal que se publica no Porto, sob tecido, e ao ex.<br />
como de que todas as pessoas, qus tenham a direcção do sr. Deolindo de Castro.<br />
estrumes em deposito na monlureira, deverão O numero que acabamos de receber contém<br />
retirai os dentro em oito dias da data dos os seguintes artigos:<br />
vales da compra; que esta resolução terá effeito Texto—A evolução religiosa primitiva.—Os<br />
nos de serviço e 5 prémios ; a se- do primeiro de setembro em diante e qus os Magyares e a exposição do millenario da Hungunda<br />
aos que tenham 15 e 3 pré- vales não serão passidos depois do dia 20 de gria.—índia.—Costumes e religiões dos diver-<br />
cada miz.<br />
sos povos: O culto dos mortos.— Africanos e<br />
mios; a terceira aos que tenham 10 Resolveu mandar examinar as condições dn inglêses: O Lobengula vivo—Thermas e praias:<br />
e 2 prémios.<br />
segurança de uma parte do muro, que divide Caldellas.— Assumptos brazileiros: A ilha da<br />
a propriedade do fallecido José Mana Pessoa Trindade.—Viagens e explorações: Travessia<br />
e o asylo de Cellas.<br />
dos Andes.—Um príncipe do Líbano.—Histo-<br />
Resolveu que os pelouros da limpeza da ria de geographia : Endoxio de Cysico, suas<br />
cidade e dos incêndios fiquem per emquanlo descobertas. — Heroismo das mulheres portu-<br />
a cargo da presidencia, nas faltas aliaz justifiguêsas.—Dramas do mar: O navio mysterioso<br />
cadas do vereador respectivo.<br />
—Pelas colonias. — Pelo mundo : Peixes-ho-<br />
Auctorisou o pagamento dos vencimentos do mens e bomens-peixes, Policias inglêses a rou-<br />
thesoureiro relativos ao môs de julho, salários bar. Congresso geographico.<br />
do pessoal da limpeza da cidade e canalisações Gravuras — Encontrou elle três mulheres<br />
d'agua, material para os serviços da limpeza crucificadas em arvores.... — O Balneario.—<br />
na somma de 39$2â7 réis, na segunda quinzena Hotel da Boa-Vista.— Sala de jantar do Hotel<br />
de julho: conservação dos reservatórios de da Boa-Vista.—Um príncipe do Libano.—Nes-<br />
agua 25$335 réis; despezas com o asylo d» te momento o meu olhar fixou-se de novo no<br />
Cella% em julho 45$390 réis; rebaixamento de capitão.<br />
uma valia para canali-açã.i d'aguas potáveis Preço da assignatura : trimestre, 750 réis ;<br />
em terrenos do asylo 7^160 réis; conservação províncias, 800, (pagamento adiantado).<br />
d'arvores 3$3tí0 iéis; limpeza de um cano de Toda a correspondência deve ser dirigida a<br />
exgoto ao porto d s Bentos í$440 réis; repa- Deolindo de Castro, rua das Taypas, n.° 92,<br />
ração de calçadas 15$710 réis; conservação do ou á typographia Occidental, rua da Fabrica,<br />
editicio do governo civil £ia julho 36iS860 Porto.<br />
réis.<br />
Mandou orçar a despeza a fazer com a repa<br />
ração do caminho entre a ponte d'agua de<br />
Maias e a montureira, situada na ladeira do Gazeta das Aldé-an—Importante se-<br />
ln gole.<br />
manario de propaganda agrícola e vulgariza-<br />
Approvou as condições para a arrematação ção de conhecimentos úteis que se publica no<br />
da empreitada da reparação do laboleiro da Porto.<br />
ponte de Coen.os, na freguezia de Ceira, É seu redactor principal o sr. dr. Antonio<br />
orçada em 48*870 réis, mandando annunciar de Magalhães, distincto chimico analysta do<br />
desde já esta obra.<br />
Laboralorio Chimico-A^ricola do Porto.<br />
Apresentadas pela presidencia cinco pro- O u.° 34 que recebemos insere os artigos sepostas<br />
etcnpUs para — venda de uma porção guintes :<br />
de terreno ao porto dos Lázaros, que não foi A emigração (II), Antonio M. Borgesd'Arau-<br />
aproveitado para a construcção do matadouro; jo.—Galhas phylloxericas no «Arauion Rupes-<br />
venda de uma facha de terreno para edificações tris», F. Palma de Vilhena. — Cultura do To-<br />
uo caes da * idade, por virtude do alargamento pinainbo (111), A. M. Lopes de Carvalho. —<br />
do mesmo caes; venda do terreno e casa do Avicultura, Jose A. de Oliveira.— Osanimaes<br />
antigo matadouro; applicação do rendinient domésticos (AL), Trigueiros Martel.—A indus-<br />
produzido pela venda da tacha de terreno no tria dos lacticínios, A manteiga (V), com gra-<br />
caes paia aterrar, arborisar e ajardinar os tervura/ dr. Antonio de Magalhães.—Extraordirenos<br />
da insua ao porto dos Bentos; e cedeu naria precocidade, dr. José de Magalhães.—<br />
cia gratuita de terreno á Associação Commer- Praticas viniculas, Pastonzaçâo do vinho (III),<br />
cial para a cuiislrucção de uma casa para a dr. Antonio de Magalhães—Agricultura colo-<br />
>uas sessões e para » fundação de uma escola nisl portuguêsa, Mello de Mattos.—Folhetim:<br />
commercial; foram voladas todas • unanime O abysino, Carlos Deslys, traducção de Julio<br />
Presidencia do dr. Luiz Pereira da Costa. mente pela vereação, resolveiido-se dirigir Gama. — Secções e artigos diversos : A vida<br />
Vereadores presentes: — effectivos: arce- superiormente os pedidos para a precisa aucto- agrícola. —Ovos de gemina negra. — Palestra<br />
diago JoseSiniOes Dias, bachare Jo?é Augusto risação.<br />
semanal—Processos e receitas uleis— Consul-<br />
Gaspar de Mattos, José Antonio dos Santos,<br />
tas—Chronica dos acontecimentos.<br />
Aulonio José de Moura Basios, José Antonio<br />
Toda a correspondência relativa á Gazeta<br />
i.ucas, José Marques Pinto e Albano Gomes<br />
das Aldêas, quer se trate de assumptos da re-<br />
Paes.<br />
dacção, quer de negocios de administração e<br />
vales do correio, etc., deve ser dirigida exclusivamente<br />
ao seu director, Julio Gama, rua do<br />
Costa Cabral, n.° 1216, Porto.<br />
mo sr. dr. Daniel de<br />
Mattos, um dos illustres clinicos conferentes,<br />
tributam o seu profundo reconhecimento<br />
pelos esforços que suas<br />
ex. as no exercício da sua benemerita<br />
profissão empregaram para a salvação<br />
do enfermo.<br />
Ao ill. m0 sr. Antonio da Silva Cabral,<br />
hábil enfermeiro dos hospitaes da Universidade,<br />
agradecem penhoradissimos<br />
os valiosos serviços que prestou na<br />
doença do saudoso extincto, e ao seu<br />
prestimoso amigo sr. Alexandre Horta,<br />
que desinteressadamente tratou do funeral,<br />
correndo as despezas a expensas<br />
suas, tributam o penhor da sua<br />
gratidão inolvidável.<br />
Nestas singellas palavras que lhes<br />
saem do coração ainda tão dilacerado<br />
pela irreparavel perda que os lançou<br />
na viuvez e orphandade, cumpre-lhes<br />
o dever de não esquecer o agradecimento<br />
que é devido a todos os cavalheiros<br />
que tomaram parte no sahimento<br />
fúnebre, ao «Monte-pio Conimbricense<br />
Martins de Carvalho» e caixas económicas<br />
«União Operaria» e «1.° d'0utubro<br />
do Bairro Alto» que se fizeram<br />
representar pelas suas direcções e muitos<br />
sócios; s. finalmente ás illustradas<br />
redacções do «Coniitóricepse», «Tribuno<br />
Popular», «Resistencia» e «Defensor<br />
do Povo», pelas expressões de<br />
condolência que lhes dirigiram e pelas<br />
referencias lisonjeiras que fizeram ao<br />
fallecido.<br />
A todos, pois, manifestam o seu mais<br />
delevel dever de gratidão, e pedem<br />
desculpa de qualquer falta involuntária<br />
que tenham commettido.<br />
Coimbra, 25 d'agosto de 1896.<br />
F. Fernandes Costa<br />
E<br />
ANTONIO THOMÉ<br />
Despachou requerimentos: attestando ácerca<br />
do conipoi lamento de diversos ; concedendo<br />
trinta dias de licença ao guarda do cemitério,<br />
e aUctorisando o seguinte: colloeação de letreios<br />
e taboletas em estabelecimentos particulares<br />
, alinhamento para a continuação de um<br />
muro de vedação a um prédio no logar da<br />
Conraiia; alinhamento para uma casa na Ri<br />
beira de Frades; collocação de postes para<br />
festejos populares no logar do Ameal; providencias<br />
a adoptar pelo commissariado de poli<br />
cia acerca de caua.isões de exgoio, em um<br />
saguão particular; meios a empregar para o<br />
melhoramento das condições da distribuição<br />
d'aguas em Antanhol.<br />
Bibliographia<br />
«Hala d«» Europa» — Com o presente<br />
numero, oti, que recebemos ha dias, entra<br />
este importante jornal no 3." anno da sua pu-<br />
Dliçação.<br />
A sua iliustre redacção e sollicita emprása<br />
enviamos as nossas felicitações, desejando-lhes<br />
Iodas as piospenuades.<br />
A pai til- dVste numero reassumiu a direcção<br />
politica oa Mala da Europa o sr. conselheiro<br />
lhomaz Ribeiro.<br />
Jornal de Viagens e aventuras de<br />
terra e mar. — tteceheiuos o n.° 21 d'este ín-<br />
Agradecimento<br />
Maria do Ó Leal e seus filhos, na<br />
impossibilidade de agradecerem, como<br />
desejavam, tanios e tão assignalados<br />
favores que receberam durante a dolorosa<br />
enfermidade e ainda pelo passamento<br />
de seu saudoso marido e pae<br />
Cypriano Leal, vêm por esta fórma<br />
loirar bem publica a sua muita gr&tidao<br />
para com todas as pessoas que em tão<br />
evcruciante e aíllictivo transe lhes<br />
dispensaram seus favores.<br />
Aos illustres e abaiisados clinicos,<br />
os ex. uiu! srs. conselheiro dr. Costa<br />
Alemào e drs. Augusto Rocba e Auni-<br />
ADVOGADOS<br />
Rua do YiscondeJdaJLuz, 50<br />
Manuel T. Pessoa,<br />
estudante do 5.° anno de Direito, continha<br />
a leccionar Historia, Geographia<br />
e Philosophia.<br />
Rua do Visconde da Luz, 4 a 6<br />
Lições de hygiene publica<br />
PELO<br />
UR. A. X. LOPES VIEIRi<br />
PREÇO, 10000 RÉIS<br />
Á venda na Imprensa da Universioal<br />
Maia, médicos assistentes do fal- dade.<br />
JOÃO DÂS GALÉS<br />
XXI<br />
O porteiro do n.° 53<br />
—Vi, pensava elle, o estudante de<br />
Direito do segundo andar, compra<br />
cretonne Louis XVI, para agradar a<br />
M. elle Num certo dia surprehendeu esu No dia seguinte de manhã pôz-se de —Hermann? um medico?<br />
— É certo que Villedieu vive alli com<br />
conversa:<br />
uovo a escutar e ouviu:<br />
—Sim, senhor commissario.<br />
sua mulher.<br />
— Náoiomprehendo, senhor, a vossa —Aules queria que M. de Villedieu — Será por acaso um medico de la- 0 porteiro foi por o caminho repe-<br />
infamia para me reler aqui cont a me assassinasse.<br />
drões ?, disse elle comsigo.<br />
tindo :<br />
d uuuha voulade, para me encerrar — Ou! otil fez elle.<br />
— Em seguida accrescentou :<br />
— Olha se eu não tenho a ideia de<br />
uesle gabiuele uegio quaudo saís, paru Couscio dos seus deveres, este ho- — Não ouviste mais nada?<br />
vir advertir a policia.<br />
vos atreverdes a ueitar-vos uo ateu uesto porteiro foi consultar o ven- — Sim, ouvi: Esumana mais que Ao passar disse ao ouvido de seu<br />
quarto diante da janella.<br />
deiro seu viziuho e seu compadre. Villedieu me assassinasse.<br />
compadre vendeiro:<br />
—Eu não faço mais de que executar —Seuhor Euiar, vós que sois um —Villedieu?, estaes bem certo de ou- — Parece que ha coisa grave.<br />
as Oiueus Uo vosso marino, sentioia. uoitiem ltuo, avisaríeis a justiça, uo viu prouuuciar esse nome ?<br />
0 vendeiro, entrou em casa da fru-<br />
—Meu mai ido, uao tem o direito dc meu caso.<br />
— Ou! sem duvida, senhor commiscteira sua vizinha e disse-lhe:<br />
me sequestrar, de uie tralar assim Eu — Meu vizinho, disse gravemente o sario.<br />
— Parece que ha coisa grave no 53.<br />
oao quero despir-me diaule ue vós, e vendeu o, é pieuso estar sempre de — E quem dizia isso?<br />
— 0 que é?<br />
assim uào posso doiuur.<br />
nem com a policia. Aaveili-u—Ainda — A mulher.<br />
— Não sei.<br />
Titine, mas nunca vi mobili t como O purteiiu ouviu aiuda:<br />
que nada ue giave sts passe, sempie — Em que sitio fica a vossa casa ? Alguns minutos depois, quando Le-<br />
esta. Eis aqui uns ricassos! Mas, se<br />
— Tremei se eu poder avisar a<br />
e ootn que ella veja.<br />
— Na rua Mazariue, n.° 53.<br />
bigot foi comprar um bouquet e peras<br />
são ricos, para que virão habiUr o meu<br />
justiça.<br />
—E juslo, disse o porteiro, se nada — E que audar occupam ?<br />
para uma compota, a fructeira disse-<br />
paiol?<br />
Esta palavra soou aos ouvidos do<br />
se passa ue grave, nenhum mal poderá — O segundo.<br />
lhe:<br />
Quando percebeu que havia uma mu<br />
porteiro como se lóia a trombeta uu succeder.<br />
— Esia bem. Procedeste correcta- — Sois vós que habitaes o n.° 53 ?<br />
. lher nos aposentos, disse:<br />
juízo Uual.<br />
E loi a casa do commissario de polimente, vindo procurar-me. Agora vol- — Sim.<br />
— Uma mulher que nunca sáe, é<br />
cia.tareis<br />
para vossa casa, e nao altera-<br />
—15 forçoso que eu esclareça este<br />
— 0 que é que se passa na vossa<br />
por certo menina que roubaram á fami-<br />
—Senhor, lho disse, com vossa reis em nada os vossos hábitos.<br />
mysleiío, dizia eile; se alguma coisa<br />
casa ?<br />
lia. Mau negocio.<br />
licença, aluguei a particulares um com- — Não fadeis a pessoa alguma nesta<br />
de grave se passa uo meu paiol, ie-<br />
— Absolutamente nada.<br />
Depois viu Lebigot ir pessoalmente<br />
partiuteulu da mintta casa e elle mau- visita.<br />
cahira sobre mim e.. •<br />
— Oh! ha por força qualquer coisa.<br />
fazer as compras, aílirmar-se nas pes-<br />
(jaraiu-uo acolchoar.<br />
soas que encontrava, e não s-aír nunca<br />
Espeiou debaiue ouvir mais alguma<br />
— Sim, senhor commissario.<br />
Lebigot olhou attentamente para a<br />
— Estavam uo seu direito, se o pro-<br />
sem ter explorado a rua com a vista.<br />
coisa. Nada mais se passou uaquelie<br />
— E quaudo tiverdes a certeza de fructeira.<br />
prietário a isso se não oppôz, disse o<br />
No primeiro dia, o porteiro pensou:<br />
compartimento.<br />
que o homem e a mulher estão nos — Não sei nada, disse elle.<br />
commissario.<br />
seus aposentos vireis immediaiamente — Ha por força alguma coisa, repe-<br />
— Poderia muito bem, este pelintra — Tremei que eu possa avisar a —Sim, mas essa pessoa, levou para parlicipar-m'o.<br />
tiu a fructeira.<br />
encarregar me de fazer-lhe as com- justiça?, murmurava o porteiro, disse ali uma mulher, occullamente, e eu — Sim, senhor commissario.<br />
Lebigot comprou as provisões, metpras.<br />
isto essa mulher, talvez devesse avi- ouvi-lhe uizer: Tremei se eu podei — Ficareis portanto, sabendo: que teu-as no césio e disse:<br />
No segundo dia, mormurava.<br />
sar a justiça também? Nao quero que avisar o justiça.<br />
não fatiareis a pessoa alguma e não — Ah! com que então, ha qualquer<br />
—Aqui ha negocio escuro.<br />
aconteça qualquer coisa de criminoso 0 commissario prestou mais attenção. vos afastareis da vossa porta sem a c«isa!<br />
E, como elle tratava do menage d'um uu meu paiol. Esta pobre mulher uào —Ahi e ba que tempo levaram elles certeza de que os dois se acham alli Saiu da rua Mazarinee enfiando pela<br />
par que habitava os aposentos junto dirá naua por se achar sequestrada? para alli essa mulher?<br />
dentro.<br />
rua de Saint-André-des-Arts, atirou o<br />
dos de Villedieu, fez um buraco na Se é seu marido que assim a tem ?, — Haverá uma semana talvez.<br />
0 porteiro partiu. 0 commissario per- cesto fóra e desappareceu.<br />
bandeira da porta, e passava o seu antes de tudo elle e u senhor?<br />
—Cumu se chama o vosso locatário? correu as iustrucções enviadas á per-<br />
tempo a escutar.<br />
0 poiíeiru eslava perplexo.<br />
— Hermann.<br />
fítiura e esfregou as maos de contente.<br />
[ContinuA)i