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CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DESAFIOS CRÍTICOS ...

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algumas, inclusive, guardando resquícios arqueológicos. O seu reconhecimento não<br />

se materializa mais pelo isolamento geográfico – apesar das grandes dificuldades de<br />

acesso para alcançar o núcleo residencial de algumas delas – nem pela<br />

homogeneidade física ou biológica dos seus habitantes. É possível afirmar que a<br />

ligação com o passando reside na manutenção de práticas de resistência e<br />

reprodução do seu modo de vida num determinado local, onde prevalece a<br />

coletivização dos bens materiais e imateriais. 5<br />

Por conta disso, em 22 de novembro de 1995, o INCRA publicou a Portaria n°<br />

307, para que fosse efetuada a titulação das terras quilombolas. Porém, não especificou os<br />

passos a serem adotados nesse processo. Associado a isso, em 13 de julho de 2000, a<br />

Fundação Cultural Palmares publicou a portaria interna n° 40 (DOU de 14.07.2000), visando<br />

a estabelecer os procedimentos para demarcação das referidas terras e sua titulação. 6<br />

Em 20 de novembro de 2003, pelo Decreto n° 4.887, o Governo Federal<br />

atribuiu ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, por meio do Incra, a<br />

implementação das ações de regularização fundiária dos quilombos e garantiu a<br />

possibilidade de desapropriação de áreas particulares para esse fim. [...] essas ações<br />

foram incorporadas ao Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA), garantindo um<br />

processo participativo e gestão específica para essas comunidades. 7<br />

Com essas características foi criado o Programa de Promoção de Igualdade de<br />

Gênero, Raça e Etnia do MDA, o qual “coordena em conjunto com o INCRA, a<br />

implementação de uma política de regularização fundiária que garanta o direito de uso e<br />

posse, bem como o acesso aos instrumentos de política pública que favoreçam a permanência<br />

dos quilombolas na terra”. 8 E em 2004, foi criado o Programa Brasil Quilombola, coordenado<br />

pela Subsecretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais (Seppir), tendo como principal<br />

objetivo a coordenação das ações governamentais – articulações, com ênfase na participação<br />

da sociedade civil, o qual integra<br />

um conjunto de ações de vários órgãos federais para fazer valer os direitos das<br />

comunidades quilombolas. [...] [visando] [...] [melhorar] as condições de vida e<br />

fortalecer a organização das comunidades remanescentes de quilombos por meio da<br />

promoção do acesso aos bens e serviços sociais necessários ao desenvolvimento,<br />

considerando os princípios sócio-culturais dessas comunidades. 9<br />

No conjunto de suas ações prevalecem:<br />

Regularização Fundiária – resolução dos problemas relativos à emissão do título de<br />

posse das terras e é a base para a implantação de alternativas de desenvolvimento,<br />

além de garantir a reprodução física, social e cultural de cada comunidade.<br />

Intra – Estrutura e Serviços – consolidação de mecanismos efetivos para destinação<br />

de obras de infra-estrutura e construção de equipamentos sociais destinados a<br />

atender as demandas. 10<br />

Além disso, privilegia ainda as questões que envolvem o desenvolvimento<br />

econômico e social, com ênfase para o modelo de desenvolvimento sustentável, baseado nas<br />

características territoriais e na identidade coletiva, visando à sustentabilidade ambiental,<br />

5 Idem, p.9.<br />

6 Idem, p.12.<br />

7 Op. Cit., nota 1, p.1.<br />

8 Idem, p.1.<br />

9 Op. Cit., nota 2, p.1.<br />

10 Op. Cit., nota 2, p.13.<br />

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