CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DESAFIOS CRÍTICOS ...
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esponsáveis pela sobrevivência da espécie. Contudo, como qualquer coisa que passe para a<br />
condição de excesso, pode tornar-se, e geralmente se torna, prejudicial ao sujeito.<br />
Diante de uma situação percebida como desafiadora ou perigosa, o corpo, por<br />
ordem direta do psíquico, coloca-se em uma condição de lutar ou correr (fight or fly), segundo<br />
Cannon (1929 apud MYERS, 1998, p.363). O coração acelera, a pressão arterial aumenta, por<br />
consequência a respiração também aumenta, o sangue é desviado da pele e das vísceras para<br />
os músculos esqueléticos e o cérebro,por conta desse processo, a gordura do corpo é liberada,<br />
há envolvimento do fígado, baço, ocorre dilatação dos brônquios e das pupilas, o sistema<br />
imune se ativa (MYERS, 1998), preparando o corpo para a batalha ou para a fuga.<br />
Possivelmente herança primitiva da espécie.<br />
O presente artigo visa a repensar as formas de atuação docente no contexto das<br />
IES.<br />
2 ESTRESSE<br />
O estresse não é doença, e, sim, uma reação instintiva ao perigo real ou<br />
imaginário ou a uma situação de desafio. "Uma cascata bioquímica que prepara o corpo para<br />
lutar ou fugir” (ZAKABI, 2004).<br />
Do ponto de vista físico, o estresse é um banho de pura energia. Doses maciças<br />
de adrenalina são despejadas na corrente sanguínea. Reservas de açúcar são convertidas em<br />
glicose para fornecer energia extra ao organismo. O sistema circulatório desvia para o cérebro<br />
e para os músculos o sangue de funções não-essenciais para a batalha, como a digestão, que é<br />
interrompida. A visão, a audição e até o raciocínio ficam aguçados.<br />
Essa reação é natural ao homem. Entretanto, o que torna o estresse perigoso e<br />
danoso à saúde é a constância e a intensidade dos estímulos estressores. Quanto mais crônicos<br />
e repetitivos mais danosos, podendo levar o indivíduo a um processo de exaustão, no qual<br />
começam a surgir dificuldades de resposta diante das situações, falhas no funcionamento<br />
orgânico, que vão desde simples esquecimentos e falta de atenção a alterações mais<br />
complexas como problemas de pressão, podendo mesmo chegar à morte.<br />
O estresse pode tornar-se devastador para a saúde e para a qualidade de vida.<br />
Cada batida do coração com a pressão sanguínea acima do normal cobra um preço das<br />
artérias. O alto nível de glicose é um passo em direção a diabetes e à obesidade. A mucosa do<br />
intestino fica vulnerável ao aparecimento de úlceras. A inundação de hormônios causa mau<br />
humor, ansiedade, irritabilidade. O cortisol, um dos hormônios liberados durante as situações<br />
de estresse, permanece muito tempo em circulação e se transforma numa toxina que mata<br />
neurônios – daí os lapsos de memória associados ao stress crônico.<br />
O estresse possui quatro fases ou etapas, sendo elas:<br />
Alerta - a pessoa se depara com a fonte estressora e, nesse enfrentamento, se<br />
desequilibra internamente, apresentando sensações características, (sudorese<br />
excessiva, taquicardia, respiração ofegante e picos de hipertensão).<br />
Resistência - uma tentativa de recuperação do organismo após o desequilíbrio sofrido<br />
na fase anterior. Ocorre um gasto de energia que pode ocasionar cansaço excessivo,<br />
problemas de memória e dúvidas quanto a si próprio.<br />
Quase exaustão - O sujeito não mais consegue adaptar-se ou resistir ao estressor,<br />
podendo começar o aparecimento de doenças devido ao enfraquecimento do<br />
organismo. Nessa fase a produtividade do indivíduo encontra-se bastante<br />
comprometida.<br />
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