CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DESAFIOS CRÍTICOS ...
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Figura 17: Origem da terra em que residem<br />
Fonte: Dados da pesquisa (2008)<br />
Entrando no âmbito cultural, as manifestações folclóricas estão presentes na<br />
região, representadas pelo grupo São Gonçalo, “conhecido nacionalmente como Grupo de<br />
Promessa que cultua o Santo São Gonçalo em suas músicas, composto de homens vestidos de<br />
mulheres e o Samba de Parelha, grupo de festa junina composta por homens e mulheres”. 24<br />
Lembrando ainda que na Mussuca, o Grupo de Mulheres Produtoras Quilombolas<br />
(GRUMAQ), além da agricultura de subsistência, também costuma produzir artesanatos,<br />
principalmente sob encomenda, vendendo na própria comunidade. 25<br />
De modo geral, a religiosidade impera na Mussuca com predomínio do<br />
catolicismo, seguida de evangélicos e de praticantes do Candomblé, Umbanda e Quimbanda,<br />
também reconhecidos pela denominação de xangôs, os quais procuram preservar suas<br />
identidades culturais. 26<br />
Assim, a Mussuca é hoje uma das mais importantes comunidades quilombolas de<br />
Sergipe, com uma identidade própria, repleta de informações que resgatam o seu passado, não<br />
apenas enquanto origens históricas, como também pela sua importância cultural.<br />
3 CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS<br />
A Associação Brasileira de Antropologia (ABA), em 1994, definiu o termo<br />
“remanescentes de quilombo”, assim especificando: “consistem em grupos que<br />
desenvolveram práticas de resistência na manutenção e reprodução de seus modos de vida<br />
característicos num determinado lugar”. 27 Significando em outras palavras que, é a identidade<br />
étnica que os distingue do restante da sociedade, levando-se em conta tanto a ancestralidade<br />
comum quanto à forma de organização política, linguística e os elementos religiosos<br />
compartilhados pelo grupo autodenominado.<br />
Os remanescentes quilombolas possuem vivências camponesas e extrativistas<br />
desde seus antepassados. Ao longo do tempo, esses grupos mantiveram a prática da<br />
agricultura de subsistência e o uso comum da terra, muitas vezes comercializando o excedente<br />
produzido com povoados próximos ou mesmo com comerciantes que passavam pela<br />
24<br />
LARANJEIRAS. Laranjeiras: sua história, sua cultura, sua gente. Laranjeiras: Prefeitura Municipal de<br />
Laranjeiras: SEMEC, 2000, p.59.<br />
25<br />
COMUNIDA<strong>DE</strong>S QUILOMBOLAS MOSTRAM SUA DIVERSIDA<strong>DE</strong> NA FEIRA. Brasília: PPIGRE,<br />
2006b. Disponível em: . Acesso em:<br />
04.07.2008, p.1.<br />
26<br />
Op.Cit., nota 23, p.59.<br />
27<br />
ESTRELLA, Sylvia. Como funcionam os quilombolas. [S.l.]: Como tudo funciona, 2008. Disponível em:<br />
. Acesso em: 20.10.08, [n.p.].<br />
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