CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DESAFIOS CRÍTICOS ...
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sofisticados. Nada é possível sem a consciência do sentido da preservação; sem a educação;<br />
sem o debate amplo e sincero sobre nossos limites e possibilidades e, principalmente, sem o<br />
envolvimento da sociedade (FRONER, [s.d.], [n.p.]).<br />
A preservação, a exposição, a pesquisa ou o restauro de bens culturais não devem<br />
ser feitos apenas para o deleite, o exercício criativo e investigativo ou a afirmação do ego de<br />
cientistas e homens cultos. Via de regra, é a sociedade civil que paga este trabalho e ela<br />
deveria ser a primeira a se beneficiar com a preservação de seus bens. Assim, é fundamental<br />
compreender que o sentido da preservação perpassa questões profundas, subordinadas aos<br />
conceitos de valor, poder político e econômico. No entanto, a ordem primeira que orienta os<br />
debates institucionais é o princípio ético sob o qual estão sedimentadas a origem, as bases e as<br />
intenções ou os fins a que se propõem essas instituições: são os regimentos internos, as cartas<br />
de intenções, os códigos éticos que conformam os princípios balizadores que norteiam as<br />
ações preservacionistas. O conceito moderno<br />
de Conservação e Restauro provém da reunião de 1930 acima citada, quando<br />
intelectuais, cientistas e agentes governamentais compreendem o perigo das<br />
intervenções inadequadas e da necessidade de critérios mais rígidos, dado o<br />
montante de restaurações nos anos após a I Guerra. Por sua vez, finda a Segunda<br />
Guerra Mundial, a Organização das nações Unidas foi criada como um instrumento<br />
organizacional para a busca da paz; dentro da ONU, a UNESCO – United Nations<br />
Educational, Scientific and cultural Organzation (Organização das Nações Unidas<br />
para Educação, a Ciência e a Cultura) – foi fundada com intuito de ampliar o<br />
conhecimento entre as nações, baseado no respeito às culturas e ao modo de vida de<br />
cada povo. Dentre as ações propostas pela UNESCO, as nações de preservação do<br />
patrimônio cultural e natural fazem parte das políticas fundamentais do órgão.<br />
Assim, os conceitos que envolvem a preservação do patrimônio artístico perpassam<br />
pela construção de um discurso que adquiriu força e coesão no decorrer do século<br />
XX a partir de iniciativas da UNESCO, com a criação de órgãos como o ICOMOS,<br />
o ICOM e o ICCROM (FRONER, [s.d.], [n.p.]).<br />
Pensando nessa especificidade, podemos observar, através dos documentos<br />
elaborados pela UNESCO e incorporados pelas comunidades científicas como um todo, as<br />
diretrizes tomadas em relação ao Patrimônio Histórico: Monumentos. Perceber sua inserção<br />
na noção de patrimônio cultural não é suprimir o valor daquelas que são consideradas obras<br />
únicas, mas ampliar o valor social da obra de arte à sua existência histórica e cultural.<br />
5 CONCLUSÃO<br />
Convém salientar que um museu é uma reunião de elementos e de bens culturais<br />
interrelacionados, dispostos de variadas maneiras, em diversos lugares apropriados à visitação<br />
de modo que possa apreender todo o seu processo evolutivo cultural.<br />
É preciso, então, que haja uma maior conscientização tanto por parte do governo<br />
quanto dos órgãos no que concerne a preservação dos bens públicos. Nem só de cidades e<br />
monumentos é formado o patrimônio histórico: quadros, livros ou mesmo fotografias que<br />
documentam a memória e os costumes de uma época também fazem parte do acervo cultural e<br />
artístico. Devem ser preservados, não importa a forma, se através de coleções particulares, do<br />
mercado de arte ou de proteção de entidades governamentais.<br />
Devemos, portanto, garantir a compreensão de nossa memória social, preservando<br />
o que for significativo dentro de nosso vasto repertório de elementos do patrimônio cultural.<br />
O necessário é conservar, já que o que não é patrimônio histórico desaparece com o tempo.<br />
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