CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DESAFIOS CRÍTICOS ...
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contingente maior de estudantes às Universidades, ao mesmo tempo que auxilia na inclusão<br />
social.<br />
O ensino a Distância faz parte da realidade brasileira. Vivemos em uma sociedade<br />
de constante aprendizagem. Esta demanda de aprendizagens contínuas e massivas é uma das<br />
características que definem a sociedade atual. Entretanto, não se trata apenas de aprender<br />
muitas coisas, senão de aprender coisas diferentes em um tempo escasso, dado ao grande<br />
volume de informação que devemos processar e a velocidade de mudanças, que nos leva a<br />
necessitar de um aperfeiçoamento constante ao longo de nossas vidas.<br />
Notadamente, com o surgimento muito veloz de novas tecnologias, assistimos a<br />
uma reprise do que já ocorreu incontáveis vezes em relação as “invenções” da humanidade:<br />
sempre que algo surge, alterando padrões estabelecidos, instaura-se uma polêmica,<br />
polarizando, de um lado, os defensores entusiastas que enfatizam os benefícios do invento e,<br />
de outro, os críticos obstinados, que ressaltam os problemas trazidos, como se a<br />
“modernidade” ou “pós-modernidade” apenas pudesse ser, em sua essência, perniciosa.<br />
Voltando a um passado bem remoto, Platão se insurgiu contra a escrita, temendo a<br />
perda de memória, porque o homem passaria a ter um instrumento que “gravaria” suas ideias.<br />
No entanto, foi essa “primeira ferramenta” que permitiu ao homem a transmissão, no tempo e<br />
no espaço, de ideias e de conhecimentos. Por meio dela, a comunicação adquiriu novas<br />
dimensões (geográfica, social e histórica) e, depois dela, outras tantas inovações foram<br />
alterando o modo de vida da humanidade, entre elas, a tecnológica.<br />
Outro fato pessimista, especificamente em relação a tecnologias, remonta ao<br />
início do século XX, com a invenção das primeiras máquinas industriais, na Inglaterra,<br />
quando operários têxteis se mobilizaram para destruí-las temendo a perda de seus empregos,<br />
fenômeno conhecido como “ludismo”. É preciso, assim, considerar que esse sentimento<br />
negativo surge, não do nada, mas do fato de que, realmente, “cada nova invenção tecnológica<br />
vai além do escopo para o qual foi pensada e escancara perspectivas negativas juntamente<br />
com as positivas” (SIMONELLI, 1998, p. 187).<br />
Nesse sentido, Santaella (2007, 2009, [n.p.]) também afirma que vivenciamos, em<br />
pouco mais de um século, cinco revoluções tecnológicas e/ou culturais:<br />
1ª - Revolução Industrial – que marca a relação do homem com as<br />
máquinas.<br />
2ª - Revolução eletro-eletrônica – em que se intensifica a comunicação<br />
em massa, especialmente marcada pelo rádio e TV.<br />
3ª - Cultura das mídias – que marca a transição da cultura de massa para<br />
a cibercultura,com a hegemonia do vídeo cassete, máquina de xerografia e<br />
do controle remoto e suas implicações.<br />
4ª e 5ª - Cibercultura – que é a cultura do computador e das mídias<br />
digitais e Internet, que pode ser desmembrada em dois estágios: a) o<br />
desktop e b) as interfaces para comunicação.<br />
Assim, nosso tempo tem sido marcado por transformações rápidas e significativas<br />
no que tange à relação com a informação e com o outro. A relação com a Internet nos trouxe,<br />
num primeiro instante, outras possibilidades de trabalhar com a informação e com os fluxos<br />
de dados. A relação com a informação, com outras culturas e espaços, nos possibilitou<br />
integrações ainda não vivenciadas, ampliando as formas de relacionamento com o outro, entre<br />
eles temos a aprendizagem colaborativa.<br />
É o que afirmam também, com contundência, Siboldi e Salvo (1998, p.13):<br />
Se é verdade que a manipulação dos símbolos, próprio da linguagem informática ,<br />
não pode deixar de modificar a linguagem e a comunicação humana que atingem<br />
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