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CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DESAFIOS CRÍTICOS ...

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a correspondente transformação do quadro social no qual as práticas educacionais da<br />

sociedade devem cumprir as suas vitais e historicamente importantes funções de mudança.<br />

Porém, é necessário que o modo de reprodução estabelecido pela sociedade seja<br />

levado em consideração a fim de que sejam evitados “ajustes menores em todos os âmbitos,<br />

incluindo o da educação” (MÉSZÁROS, 2005, p.25). Nesta direção,<br />

as mudanças sob tais limitações, apriorísticas e prejulgadas, são admissíveis apenas<br />

com o único e legítimo objetivo de corrigir algum detalhe defeituoso da ordem<br />

estabelecida, de forma que sejam mantidas intactas as determinações estruturais<br />

fundamentais da sociedade como um todo, em conformidade com as exigências<br />

inalteráveis da lógica global de um determinado sistema de reprodução. Podem-se<br />

ajustar as formas pelas quais uma multiplicidade de interesses particulares<br />

conflitantes se deve conformar com a regra geral preestabelecida da reprodução da<br />

sociedade, mas de forma nenhuma pode-se alterar a própria regra geral<br />

(MÉSZÁROS, 2005, p.25-26).<br />

Mészáros (2005, p.27), ao considerar que as determinações fundamentais do<br />

capital são irreformáveis, conduz a uma reflexão sobre as reformas educacionais alertando<br />

para o fato de elas serem conciliadas com o ponto de vista do capital. Portanto, na visão do<br />

autor, “limitar uma mudança educacional radical às margens corretivas interesseiras do capital<br />

significa abandonar de uma só vez, conscientemente ou não, o objetivo de uma transformação<br />

social qualitativa”. Porque “é necessário romper com a lógica do capital se quisermos<br />

contemplar a criação de uma alternativa educacional significativamente diferente”.<br />

Sendo assim, no contexto atual da crise estrutural do capital, as exigências do<br />

sistema produtivo recaem no sistema educacional reformulando e direcionando as suas ações<br />

no intuito de colaborar na formação de um novo tipo de trabalhador, atendendo assim as<br />

novas demandas do mercado de trabalho. Nessa perspectiva, a escola atualmente tem sua base<br />

de funcionamento dentro de padrões semelhantes aos de uma empresa, enfatizando ainda mais<br />

a sua função de formar o cidadão produtivo para o exercício profissional.<br />

O que se depreende desse tipo de estrutura educacional é que por um lado ela<br />

favorece uma maneira peculiar de se administrar o saber e, consequentemente, de se apropriar<br />

do conhecimento condizente com a realidade, mas por outro lado o domínio estipulado do<br />

saber esconde a face perversa do capital de conseguir sempre se apropriar de mecanismos<br />

eficazes de controlar a sociedade e reproduzir seu sistema.<br />

5 CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS<br />

No tipo de sociabilidade, regida pelo capital e voltada para a sua reprodução, a<br />

exploração do homem pelo homem é subsidiada pela educação. Isto acontece porque é através<br />

do âmbito educativo que o capital encontra os elementos necessários para reproduzir as<br />

desigualdades sociais. Sendo assim, os possíveis resultados da educação passam a ser<br />

mediados pela sua capacidade, ou não, de preparar os indivíduos para os desafios<br />

contemporâneos frente ao desenvolvimento tecnológico e às novas exigências postas pelas<br />

transformações sociais em curso.<br />

A formação educacional encontra-se bastante direcionada para o hoje, o agora, o<br />

que leva a refletir que dentro da constante reestruturação do trabalho, a maior parte da<br />

atividade educativa está condicionada às mutações no interior do mundo do trabalho<br />

demandadas pelo setor produtivo. Como estas mutações são cada vez mais complexas,<br />

inquieta o fato de que essa educação esteja contribuindo para o agravamento das expressões<br />

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