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TERAPIA COMUNITÁRIA E PESQUISA QUALITATIVA<br />
Autor(es)<br />
Carla Moura Pereira Lima, Escola Nacional de Saúde Pública – Fiocruz<br />
Maria Beatriz Guimarães, Nacional de Saúde Pública – Fiocruz<br />
Resumo<br />
O presente trabalho objetiva discutir os primeiros resultados da Terapia Comunitária (TC) com<br />
Agentes Comunitários de Saúde (ACS) no âmbito da pesquisa Ouvidoria Coletiva das condições<br />
de vida e saúde na região da Leopoldina/RJ, realizada na Escola Nacional de Saúde Pública/<br />
Fiocruz. O trabalho possui como principais objetivos o acolhimento dos sofrimentos pessoais<br />
e profissionais dos ACS e a coleta de dados qualitativos acerca das suas condições de vida e de<br />
trabalho. Nesse contexto, o ACS se caracteriza como o trabalhador que possui maior conhecimento<br />
empírico da área onde atua, o que traz para si múltiplos sofrimentos. Os resultados<br />
apontam que morar na comunidade auxilia no diagnóstico dos problemas de saúde locais, mas as<br />
adversidades das condições de vida num contexto de extrema pobreza e violência, aliado às dificuldades<br />
enfrentadas nos serviços públicos de saúde, têm potencializado o sofrimento dos ACS.<br />
Os discursos expressam frustração e impotência diante dos problemas da população – carências<br />
alimentares, materiais e emocionais, que extrapolam o seu âmbito de atuação. Somam-se a isto<br />
os baixos salários e o excesso de trabalho. Eles carecem de apoio psicológico e de assistência<br />
social para enfrentar as situações-limite vivenciadas no exercício profissional. Observa-se que<br />
os ACS necessitam ser cuidados e de maior dignidade nas suas condições de trabalho. Além de<br />
contribuir para uma formação profissional que melhor se adeqüe à realidade enfrentada por esses<br />
profissionais, colocando os resultados em diálogo com formadores, já são observadas modificações<br />
na relação dos ACS com a população, segundo eles, melhorando sua escuta, estabelecendo<br />
novas redes de apoio e educação permanente baseada no diálogo, aumentando assim a auto-<br />
-estima e o protagonismo local dos ACS.<br />
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