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Atualmente adotei o paradigma da Cultura da Paz, tecendo redes solidárias a partir do viver<br />
cultural dos indivíduos inseridos em contextos de adversidades familiar, comunitária e social,<br />
promovendo resgate da competência interna dos indivíduos e formando multiplicadores para<br />
uma cultura de Paz. Aprendemos nessa trajetória a não separar o pensar teórico do agir, mesmo<br />
porque acreditamos ser impossível separar esses dois aspectos do agir sem nos alienarmos.<br />
Por exemplo: as teorias de aprendizagem social de Jean Piaget e Humberto Maturana, com o<br />
enfoque sistêmico, e do Dr. Adalberto Barreto, com as ferramentas para entender e desenvolver<br />
ações para o fortalecimento comunitário.<br />
Tais convergências, ao mesmo tempo em que enriqueceram e ampliaram o campo de possibilidades<br />
concretas de nosso trabalho, desenvolveram em nosso grupo um processo de reflexão<br />
e sínteses, colocando-nos na posição de contribuir com nossa experiência e os vislumbres de<br />
algumas interpretações para uma prática voltada à prevenção.<br />
A intenção deste artigo é a de assinalar esses contatos, perspectivas e objetivos, com a finalidade<br />
de convidar a todos os que se interessam por esses temas a iniciar um promissor processo de<br />
intercâmbio de experiências e de idéias. Em relação à aprendizagem social (Piaget e Maturana),<br />
pontuamos oito variáveis fundamentais representativas desta corrente, para mostrar nossa relação<br />
e posicionamento.<br />
O processo de ensino-aprendizagem: por ser um fenômeno dinâmico, implica a participação ativa<br />
do facilitador do processo e das pessoas envolvidas. Iniciamos a experiência física quando o<br />
sujeito da nossa ação se põe em contato com a realidade, fenômeno objeto do mesmo e o facilitador.<br />
A experiência social se dá pela interação e vínculo, que permite o aprendizado tanto a quem<br />
orienta como às pessoas que interagem no processo. O amadurecimento conceitual, ou seja, a reescrita<br />
da história ocorre quando as pessoas – depois de observarem, refletirem, desmistificarem<br />
o fato ou questão que paralisa, impedindo seu crescimento e até o domínio de Quem sou eu?<br />
Qual minha história? De onde vêm meus valores? Minha força? – estão mais livres para apreender<br />
uma nova cultura sobre si mesmas, seu contexto interno e externo, gerando a interiorização.<br />
Finalmente, o equilíbrio da re-autoria se alcança com um processo reflexivo que conduz à ação.<br />
O fato de que as pessoas interiorizem não garante uma inquietação que conduza a buscar novas<br />
alternativas de ação, que una o sistema familiar e o ecossistema no qual interagem. Portanto, a<br />
definição dos objetivos de re-autoria para uma Cultura de Paz a entendemos como ações concretas<br />
de benefício comum.<br />
A re-autoria como fator de mudança: certamente a re-autoria é um fator que influi junto com<br />
amadurecimento biológico e o equilíbrio, nas mudanças desejadas no desenvolvimento psicobiológico<br />
do indivíduo, assim como é verdadeiro que a ação se dá tanto na pessoa que participa<br />
no processo de ensino/aprendizagem, como também pode projetar-se e transformar o contexto<br />
no qual se movimenta.<br />
O aprendizado como vivência: não se concebe sessões educativas para paz efetivas sem a participação<br />
das pessoas. O processo que se vivencia no grupo é extensivo aos demais grupos aos<br />
quais pertencem.<br />
Fatores internos e externos que influenciam na re-autoria: nesse sentido, o agente educativo<br />
como facilitador da ação de aprendizado/ensino se preocupa e ocupa-se de todos os fatores<br />
propiciadores da nova cultura.<br />
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