01.11.2014 Views

Download - Abratecom

Download - Abratecom

Download - Abratecom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

TERAPIA COMUNITÁRIA PARA EQUIPES DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA<br />

Autora: Raquel Martinho Ciancio<br />

Resumo: A Terapia Comunitária mostra-se excelente ferramenta facilitadora das relações entre<br />

os funcionários das equipes do Programa Saúde da Família (PSF) e destes com as comunidades<br />

que atendem. Apesar de um receio inicial em se expor, foi possível abordar diversos assuntos que<br />

eram temas de conflitos muitas vezes velados. Em ciclos de dez rodas de Terapia Comunitária<br />

com cada equipe temos, obtido retorno muito positivo, principalmente no tocante à auto-estima<br />

dos funcionários. Isto nos incentiva a partir para outros ciclos de rodas com as equipes, além do<br />

curso Cuidando do Cuidador e, com a formação dos profissionais em Terapia Comunitária, levar<br />

esta atividade para os usuários do Programa.<br />

Palavras-chave: Programa Saúde da Família (PSF), Terapia Comunitária (TC), auto-estima.<br />

Introdução<br />

Desde maio de 2003, sou funcionária da Prefeitura Municipal de Maricá, município situado<br />

a 60 km do Rio de Janeiro. Depois de dois anos atuando como psicóloga em uma unidade básica<br />

de saúde (UBS) do Programa Saúde da Família (PSF),fui convocada pelo coordenador para<br />

prestar apoio às equipes do Programa. Escolhi a Terapia Comunitária como ferramenta para este<br />

trabalho e recebi a companhia de meu colega Gilson Luiz de Andrade que assumiu a função de<br />

co-terapeuta, enquanto eu permanecia como terapeuta. Passamos a constituir a Assessoria Psicológica<br />

do Programa, visitando as equipes em suas próprias unidades.<br />

Chegamos a cada UBS com a proposta de fazermos 10 rodas de Terapia Comunitária, com<br />

uma avaliação quando chegássemos à quinta. As equipes concordaram e escolheram que os intervalos<br />

entre as rodas fossem de quinze dias. Nem todos apreciam muito a atividade e a média<br />

de presença é de 7 pessoas, mesmo em equipes grandes, que chegam a ter 15 funcionários.<br />

¹Graduada em Psicologia pela Universidade Santa Úrsula (USU), com especialização em Terapia<br />

Familiar Sistêmica Construtivista, pelo Instituto de Terapia de Família (atual MULTIVER-<br />

SA) e formação em Terapia Comunitária pela Universidade Federal do Ceará (UFC), através<br />

do pólo formador Instituto NOOS, no qual trabalha desde 2007 como membro da Equipe de<br />

Formação em Terapia Comunitária. Atua desde 2003 como Psicóloga da Prefeitura Municipal<br />

de Maricá-RJ.<br />

Dificuldades Encontradas<br />

Sendo assim temos que lidar com diferentes graus de participação e envolvimento e suportar<br />

longos minutos de silêncio durante a Escolha do Tema. Isto evidencia o medo de se expor e<br />

a grande dificuldade de obtermos a confiança de algumas destas pessoas, que nos veem como<br />

possíveis delatores de suas angústias para seus superiores.<br />

Nas equipes nas quais as pessoas têm mais escolaridade eu me sinto mais avaliada do que<br />

acolhida, aumentando minha insegurança enquanto terapeuta. Algumas vezes me perdi na Escolha<br />

do Tema, deixando-me levar pelo que mais aparecia no momento da identificação e não<br />

fazendo a votação. No final das rodas, eu saía com uma sensação de que a roda não tinha agradado<br />

tanto, que não tínhamos tocado no ponto certo. Quando notei minha falha, tratei de corrigir<br />

e tive mais retornos positivos sobre os temas escolhidos.<br />

56

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!