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• “Salas de espera” pouco utilizadas. Parece-nos que a própria equipe não tem hábito de<br />
utilizar a sala de espera como oportunidade de promoção de saúde.<br />
• Temas familiares são bem acolhidos. É muito agradável quando alguém traz estes temas,<br />
pois a equipe acolhe a dor daquele colega com muito carinho e passa a compreendê-lo<br />
melhor.<br />
Resultados<br />
Apesar de muitas vezes nos sentirmos alvo de desconfiança, até agora acreditamos que<br />
as vantagens pesam mais que as desvantagens nesta empreitada. Esta conclusão vem a partir do<br />
retorno das equipes e de nossa própria observação de mudanças, tais como:<br />
• Melhora na integração da equipe: o ambiente acolhedor da TC estende-se para o dia-a-<br />
-dia e o aprofundamento das relações gera mais tolerância e intimidade e os conflitos escondidos<br />
na correria do trabalho podem vir à tona, recebidos com a proteção das regras.<br />
• Melhora na relação com a comunidade: sentimos as equipes mais interessadas e curiosas<br />
com as comunidades e mais abertas aos trabalhos em grupo.<br />
• Maior auto-estima do grupo: descoberta do valor de suas funções, tanto em relação à<br />
comunidade quanto aos outros membros da equipe. A TC certamente garante a horizontalidade<br />
nas relações, mesmo quando as diferenças sociais e hierárquicas são muito marcadas na equipe.<br />
Isto é um dos pontos cativantes da Terapia Comunitária, fato declarado na maioria dos encerramentos<br />
das rodas. No meio do balanço, o conforto de ter sido igualmente escutado, sendo<br />
médico, sendo auxiliar de limpeza.<br />
• Mais autoridade conquistada e reconhecida: torna-se mais fácil dizer “não” às demandas<br />
indevidas da comunidade, principalmente pelo apoio grupal, que se constrói na coesão do<br />
entendimento sobre suas funções.<br />
• Alívio de tensões individuais: além do benefício do desabafo, a TC é um momento de<br />
apoio dos colegas de trabalho, que passam a se conhecer e compreender melhor.<br />
• Aprendizado levado para a vida. Inúmeros profissionais compartilharam conosco que<br />
levaram um pouco da TC para suas casas e suas vidas – as regras, a coragem para falar e o respeito<br />
ao escutar são atitudes muito citadas.<br />
Conclusão<br />
Apesar das dificuldades citadas, estamos satisfeitos com os resultados que obtivemos até<br />
agora. Como tudo que é novo requer paciência e persistência conforta-nos lembrar que estamos<br />
na primeira rodada do processo e é animador perceber que testemunhamos a descoberta das<br />
equipes de sua capacidade de refletir, dialogar e de compartilhar em grupo. Logo, pretendemos<br />
ampliar a oportunidade das equipes exercerem essas capacidades através do “Cuidando do Cuidador”,<br />
que terá início em novembro deste ano de 2007.<br />
Também é fonte de conforto a esperança de que, através da sensibilização da equipe, poderemos<br />
levar a TC diretamente para a comunidade. Mas para isso, necessitamos de formação para<br />
os profissionais do Programa, de modo que eles mesmos deem conta desta função, o que seria<br />
impossível para apenas um terapeuta comunitário no município. Muitos se interessariam, pois já<br />
foram conquistados pela TC.<br />
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