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Acreditamos que o paralelo acima descrito possa servir como um norteador de compreensão das<br />
situações, tanto de dependência química como de violência doméstica.<br />
Corpo e mente<br />
De acordo com R. Dahlke, os planos do corpo, da alma e da mente, dispostos verticalmente um<br />
sobre o outro, correspondem aos âmbitos da forma e do conteúdo. O corpo representa o aspecto<br />
formal, enquanto tanto a alma como o espírito formam o conteúdo. Como uma obra de arte, por<br />
exemplo, uma escultura de Michelangelo, apreciamos aquilo que ela expressa, isto é, por mais<br />
importante que seja o material, ele vem depois do conteúdo. A lâmpada de alerta que se acende<br />
em um aparelho técnico nos leva a investigar as causas subjacentes. O que a lâmpada acesa significa?<br />
Entretanto, quando o corpo expressa dolorosos sinais de alarme, muitas pessoas tentam<br />
subjugá-los com comprimidos, sem aprofundar-se em buscar as causas. Por que justamente os<br />
sinais do corpo não significariam nada? A saúde já estaria atendida se o corpo fosse tratado de<br />
maneira tão consciente como se faz com qualquer máquina.<br />
Ferreira, Tufik e Melo, em seu estudo sobre neuroadaptação e atividade física, relatam que o uso<br />
de substâncias psicoativas (cocaína, benzodiazepínicos e maconha), resulta em alterações nas<br />
principais vias nervosas, especialmente aquelas mediadas por catecolaminas, serotonina, GABA<br />
e acetilcolina, em áreas cerebrais como córtex, hipocampo, mesencéfalo, cerebelo, tronco cerebral,<br />
medula e nervos periféricos. Outros estudos, voltados à influência da atividade física no<br />
Sistema Nervoso, observaram que o aumento da exigência metabólica resulta na adaptação de<br />
diversas vias nervosas, destacando como os principais resultados uma taxa basal de catecolaminas,<br />
a normalização dos níveis de noradrenalina e dopamina nas áreas de atenção, memória e<br />
controle motor, aumento dos níveis de serotonina nas áreas do humor e diminuição nas áreas do<br />
controle motor e aumento de síntese e liberação de endorfinas.<br />
Dança como terapia<br />
A dança é uma linguagem universal desde tempos remotos. É uma expressão da sensibilidade,<br />
intensificada através de movimentos rítmicos, que fazem emergir uma percepção interna que<br />
estimula corpo e mente. Expressando esta percepção na forma de dança, as pessoas descontraem<br />
e tornam–se mais receptivas aos sentimentos positivos e saudáveis, favorecendo, desta forma, a<br />
uma atitude de possibilidade de transformação da pessoa em agente de recuperação.<br />
Um grupo de pessoas da comunidade, variando em torno dos 35 anos de idade, respondeu ao<br />
convite da ONG por um período de 08 meses, aproximadamente, para participar de sessões de<br />
aulas de dança de salão.<br />
As sessões de dança compreendem uma atividade prazerosa e integrativa e vão ao encontro<br />
do recomendável como ação reparadora, na reconstrução da auto-estima e na possibilidade de<br />
aprender novos padrões de expressão e de comportamento através dos passos.<br />
O repertório cultural brasileiro é valorizado com a escolha de forró e samba de gafieira, como<br />
motes de aprendizagem. A atividade, neste contexto, não foi designada especificamente para ser<br />
uma sessão psicoterapêutica clássica, porém há um efeito moderado em que se incluem falas<br />
psicoeducativas e reflexões sobre resolução de conflitos, à medida que afloram no âmbito individual<br />
e grupal.<br />
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