Prosa - Academia Brasileira de Letras
Prosa - Academia Brasileira de Letras
Prosa - Academia Brasileira de Letras
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Luiza Nóbrega<br />
A nau gran<strong>de</strong>, em que vai Paulo da Gama,<br />
Quebrado leva o mastro pelo meio,<br />
Quase toda alagada;<br />
(VI, 75)<br />
Agora sobre as nuvens os subiam<br />
As ondas <strong>de</strong> Neptuno furibundo;<br />
Agora a ver parece que <strong>de</strong>sciam<br />
As íntimas entranhas do Profundo.<br />
(VI, 76)<br />
O fluxo prossegue através dos outros cantos, ora quando o narrador se<br />
refere a Baco:<br />
(Por ele edificada estava Nisa<br />
Nas ribeiras do rio que manava),<br />
(VII, 52)<br />
Ora quando o poeta se dirige às Ninfas:<br />
Vosso favor invoco, que navego<br />
Por alto mar, com vento tão contrário<br />
Que, se não me ajudais, hei gran<strong>de</strong> medo<br />
Que o meu fraco batel se alague cedo.<br />
(VII, 78)<br />
Já no Canto IX, em cuja estância 20 Vênus imagina “Algum repouso, enfim,<br />
com que pu<strong>de</strong>sse Refocilar a lassa humanida<strong>de</strong> Dos navegantes seus”; e<br />
na estância 21” <strong>de</strong>termina “De ter-lhe aparelhada, lá no meio Das águas, alguma<br />
insula divina”, on<strong>de</strong> “quer que as aquáticas donzelas Esperem os fortíssimos<br />
barões” (IX, 22); a “ilha namorada” é trazida do meio das águas, acha-se<br />
“No Reino <strong>de</strong> cristal, líquido e manso” (IX, 19) e, além disto, a estratégia<br />
da <strong>de</strong>usa, com ajuda do “filho frecheiro”, para unir Ninfas e navegantes, vem<br />
186