Fazer Download da Edição - Supermercado Moderno
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PROMOÇÃO<br />
CAPA<br />
A<br />
Veja no tablet<br />
mais informações<br />
Principal iniciativa de super e<br />
hipermercados para aumentar<br />
tráfego, elevar ven<strong>da</strong>s e cultivar<br />
imagem de loja barata, as promoções<br />
estão virando alvo de<br />
dores de cabeça. Ninguém nega<br />
a importância <strong>da</strong> ação. O que especialistas,<br />
algumas indústrias<br />
e alguns varejistas começam a<br />
questionar é o enorme tamanho<br />
que ela adquiriu e os seus reflexos na rentabili<strong>da</strong>de e<br />
no comportamento do consumidor. Hoje, os supermercadistas,<br />
com apoio ou não <strong>da</strong> indústria, brigam<br />
para oferecer o maior desconto, no maior número<br />
de itens, com a maior frequência possível, comprometendo<br />
margens e viciando o mercado. Claro que<br />
obtêm resultados positivos, mas os negativos já são<br />
maiores. É o que mostra estudo realizado pela Nielsen,<br />
que analisou 778 promoções de 323 produtos<br />
diferentes entre 2009 e 2011. De todo o volume de<br />
ven<strong>da</strong>s gerado a partir de ofertas, uma média de 45%<br />
refere-se à ven<strong>da</strong> adicional. Ótimo. Mas 55% do volume<br />
teria sido vendido mesmo sem a ação promocional,<br />
ou seja, mesmo sem espremer margem e/ou<br />
fornecedor. “O pior é que muitas categorias são alvo<br />
regular de ofertas, pois respondem bem à iniciativa, o<br />
que leva o consumidor a entender que o preço baixo<br />
corresponde ao preço regular. Quando o valor volta<br />
ao seu padrão, o cliente simplesmente não aceita”,<br />
explica Patricia Momesso, gerente de atendimento<br />
<strong>da</strong> Nielsen. Para ela, é preciso encontrar outros tipos<br />
de ações para incrementar as ven<strong>da</strong>s. “O mais importante<br />
é avaliar o retorno que a oferta traz em relação<br />
ao que será investido pelas empresas”, diz.<br />
Pesquisas <strong>da</strong> consultoria Sense Envirosell também<br />
indicam que é preciso evitar o excesso de promoções.<br />
“O Brasil é um dos países com menor índice de<br />
fideli<strong>da</strong>de às lojas porque o brasileiro é um dos que<br />
frequentam mais estabelecimentos atrás de oferta”,<br />
afirma José Augusto Domingues, sócio-diretor <strong>da</strong><br />
empresa. O especialista diz ain<strong>da</strong> que um estudo realizado<br />
por uma grande rede, anos atrás, mostrou<br />
que o consumidor desconfia do excesso de promoções.<br />
Para ele, “se tudo está em oferta é porque na<strong>da</strong>,<br />
de fato, está em oferta”; ou “se tudo está em oferta é<br />
porque a loja cobra preços muito altos”.<br />
“Como resposta, a rede diminuiu a quanti<strong>da</strong>de de<br />
ofertas por categoria”, afirma Domingues. “Hoje, apenas<br />
10% dos SKUs de um segmento estão com preços<br />
reduzidos. Até algum tempo atrás, eram 40%”, comenta.<br />
Segundo ele, para evitar mensagem equivoca<strong>da</strong>,<br />
os varejistas também têm procurado associar<br />
as promoções a ocasiões específicas, como aniversário<br />
<strong>da</strong> rede ou alguma negociação extraordinária.<br />
O USO INDISCRIMINADO DE OFERTAS não é causado<br />
apenas pelos supermercados, lembra Rafael<br />
D’Andrea, sócio-diretor <strong>da</strong> consultoria ToolboxTM.<br />
“Muitos fabricantes utilizam essa ferramenta para<br />
ampliar a transação no varejo”, afirma. Segundo ele,<br />
os dois lados precisam planejar em conjunto ca<strong>da</strong><br />
ação para obter os melhores resultados. Dependendo<br />
do que se deseja, existem mecânicas mais interessantes<br />
do que diminuir o preço. De acordo com<br />
D’Andrea, se a meta é ampliar a penetração ou a frequência<br />
de compras de um produto, podem ser feitas<br />
abor<strong>da</strong>gens ou ações do tipo “junte tampinhas ou<br />
códigos de barras e troque por um brinde”.<br />
Combos ou kits, por exemplo, costumam ser eficientes<br />
para elevar o volume de uma categoria. Eles<br />
incentivam quem já adquire os produtos a comprar<br />
uma quanti<strong>da</strong>de maior. Os combos podem ain<strong>da</strong><br />
ser usados para estimular o consumo de produtos<br />
premium. As empresas oferecem kits com produtos<br />
básicos e sofisticados, a um preço atraente, permitindo<br />
a experimentação. A ideia é levar o consumidor<br />
a migrar do produto barato para o mais caro.<br />
É o que a indústria chama de trade up. “Mas to<strong>da</strong>s<br />
essas possibili<strong>da</strong>des precisam ser avalia<strong>da</strong>s em conjunto<br />
com outras variáveis”, alerta o sócio-diretor <strong>da</strong><br />
Tool boxTM. Entre elas, a elastici<strong>da</strong>de dos preços, os<br />
formatos de loja onde as promoções serão realiza<strong>da</strong>s<br />
e o comportamento de compras do shopper.<br />
É preciso ain<strong>da</strong> entender a resposta <strong>da</strong>s categorias<br />
a ca<strong>da</strong> tipo de promoção. Por isso, você confere a<br />
seguir algumas dicas do que gera bons resultados.