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Aspectos Legais para Abertura de Laboratórios de ... - NewsLab

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No Brasil, o número <strong>de</strong> casos novos<br />

<strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> colo do útero esperados<br />

<strong>para</strong> o ano <strong>de</strong> 2006 foi <strong>de</strong> 19.260, com<br />

um risco estimado <strong>de</strong> 20 casos a cada<br />

100 mil mulheres. O Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />

tem uma taxa estimada <strong>de</strong> 30,9 casos<br />

<strong>para</strong> cada 100.000 mulheres. Esses<br />

casos são encontrados em estágios<br />

relativamente avançados em mais <strong>de</strong><br />

80%. Em muitos países <strong>de</strong>senvolvidos,<br />

o <strong>de</strong>clínio na incidência da mortalida<strong>de</strong><br />

causada por este tipo <strong>de</strong> câncer tem sido<br />

observado, nas últimas três décadas, <strong>de</strong>vido<br />

a programas <strong>de</strong> rastreamento populacional.<br />

No entanto, estes programas,<br />

em muitos países em <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

não existem ou não são tão efetivos em<br />

reduzir a incidência <strong>de</strong>sta doença (Febrasgo,<br />

1997; Hass et. al, 2003; Varela<br />

& Rojas, 2003; Brasil, 2006b).<br />

O principal fator <strong>de</strong> risco <strong>para</strong> o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do câncer <strong>de</strong> colo <strong>de</strong><br />

útero é a infecção pelo Papilomavírus<br />

Humano (HPV). Outros fatores importantes<br />

associados a esta neoplasia estão<br />

relacionados com o início precoce da<br />

ativida<strong>de</strong> sexual, com múltiplos parceiros<br />

e com a promiscuida<strong>de</strong> do parceiro<br />

sexual. Além <strong>de</strong>stes, outros fatores, tais<br />

como: hábitos <strong>de</strong> vida, fatores sociais e<br />

ambientais, também contribuem <strong>para</strong> o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> câncer<br />

(Febrasgo, 1997; Halbe, 1998; Carrillo<br />

et al, 2004; Brasil, 2006c).<br />

O HPV po<strong>de</strong> infectar diferentes partes<br />

do organismo, tais como: as mãos<br />

e os pés, pelo aparecimento <strong>de</strong> verrugas<br />

plantares; a face com papilomas<br />

orais e laríngeos e o trato anogenital<br />

com condilomas acuminados planos<br />

e invertidos. As alterações <strong>de</strong> maior<br />

freqüência causadas pelo HPV na<br />

região anogenital são os condilomas<br />

acuminados. As lesões planas e invertidas<br />

po<strong>de</strong>m passar <strong>de</strong>spercebidas ao<br />

exame clínico, sendo que, nestes casos,<br />

outros exames contribuem <strong>para</strong> o<br />

diagnóstico <strong>de</strong>ssa infecção. A progressão<br />

lenta da lesão pré-neoplásica até<br />

o estágio <strong>de</strong> câncer cervical permite<br />

uma janela <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos ou mais <strong>para</strong><br />

a <strong>de</strong>tecção e tratamento das mesmas<br />

(Chuichetta et al., 2001; Serman,<br />

2002; Carrillo et al., 2004; Silva et al.,<br />

2004; Hyppolito et al. 2005).<br />

O rastreamento e o diagnóstico<br />

<strong>de</strong> lesões pré-cancerosas e <strong>de</strong> câncer<br />

<strong>de</strong> colo <strong>de</strong> útero são realizados pela<br />

citologia, colposcopia e histopatologia.<br />

No entanto, existem outros métodos<br />

alternativos que possuem gran<strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>,<br />

que po<strong>de</strong>m ser utilizados em<br />

populações on<strong>de</strong> a prevalência <strong>de</strong>ssas<br />

lesões é elevada, <strong>para</strong> suprirem falhas<br />

e obstáculos inerentes a estes programas.<br />

A inspeção visual do colo uterino,<br />

após aplicação <strong>de</strong> ácido acético (IVA)<br />

e <strong>de</strong> lugol (IVL), parecem ser métodos<br />

promissores, pois po<strong>de</strong>m reduzir custos<br />

e ampliar a cobertura da população<br />

nos programas <strong>de</strong> rastreamento.<br />

Esses métodos são simples, requerem<br />

mínima infra-estrutura e poucos equipamentos,<br />

po<strong>de</strong>ndo ser realizados por<br />

profissionais não-médicos da equipe <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> em unida<strong>de</strong>s básicas (Cor<strong>de</strong>iro<br />

et. al., 2005; Gontijo et. al, 2005).<br />

A citologia cérvico-vaginal foi introduzida,<br />

na década <strong>de</strong> 1940, por<br />

Papanicolaou e Traut, e representa<br />

um gran<strong>de</strong> avanço no controle do<br />

carcinoma cervical e na redução da<br />

incidência e da mortalida<strong>de</strong> por este<br />

tipo <strong>de</strong> câncer. No Brasil, este exame<br />

vem sendo utilizado como o principal<br />

teste <strong>de</strong> rastreamento <strong>para</strong> a sua <strong>de</strong>tecção.<br />

A alta especificida<strong>de</strong> do teste<br />

permite a inclusão entre os casos<br />

suspeitos, <strong>de</strong> um baixo número <strong>de</strong><br />

mulheres sem a doença, evitando a<br />

sobrecarga <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda no sistema<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública (Chiuchetta et al.,<br />

2002; Pinho & Matos, 2002; Silva et<br />

al., 2002; Duarte & Soares, 2003;<br />

Men<strong>de</strong>s et al., 2004; Gontijo, et al.,<br />

2005; Hyppolito et al., 2005).<br />

A colposcopia é um método rápido,<br />

realizado com um aparelho conhecido<br />

como colposcópio, que permite visualizar<br />

o colo uterino com um aumento<br />

<strong>de</strong> 10 a 40 vezes, ampliando assim<br />

uma pequena lesão não visualizada<br />

pela inspeção visual (Febrasgo, 1997;<br />

Gontijo et. al., 2004).<br />

O diagnóstico histopatológico é realizado<br />

com amostras retiradas da lesão e<br />

está baseado em critérios morfológicos<br />

da arquitetura celular, sendo consi<strong>de</strong>rado<br />

uma técnica padrão ouro do diagnóstico<br />

morfológico (Febrasgo, 1997).<br />

A inspeção visual com ácido acético<br />

(IVA) e com lugol (IVL) é uma<br />

técnica utilizada <strong>para</strong> reduzir as taxas<br />

<strong>de</strong> carcinomas cervicais nos lugares<br />

on<strong>de</strong> os programas <strong>de</strong> rastreamento,<br />

baseados em citologia, não são<br />

a<strong>de</strong>quados, <strong>de</strong>vendo ser usada como<br />

método associado à citologia. No método<br />

<strong>de</strong> IVA é aplicada uma solução<br />

<strong>de</strong> ácido acético a 5% no colo e a<br />

cérvice é observada a olho nu. Para<br />

o teste IVL, é aplicada solução <strong>de</strong><br />

iodo, sendo o colo do útero observado<br />

novamente. Estes métodos são simples,<br />

possuem resultados imediatos<br />

e po<strong>de</strong>m ser utilizados em unida<strong>de</strong>s<br />

básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (Gontijo et. al,<br />

2004; Hyppolito et al. 2005).<br />

Os objetivos <strong>de</strong>ste estudo foram<br />

correlacionar os resultados dos exames<br />

citopatológicos com a inspeção<br />

visual com ácido acético (IVA) e lugol<br />

(IVL) em <strong>de</strong>terminado grupo <strong>de</strong> mulheres<br />

do Município <strong>de</strong> Santo Ângelo/<br />

RS, com os resultados dos exames <strong>de</strong><br />

Papanicolaou, além <strong>de</strong> caracterizar as<br />

mulheres participantes do estudo.<br />

Metodologia<br />

Foi realizado um estudo observacional,<br />

transversal e prospectivo. A<br />

amostra foi constituída pelas mulheres<br />

130<br />

<strong>NewsLab</strong> - edição 89 - 2008

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