Tabela 4. Distribuição dos resultados dos exames positivos e negativos Papanicolaou IVA Schiller n (%) + + + 2 (5,71) + + - 0 (0) + - + 2 (5,71) + - - 8 (22,85) - + + 2 (5,71) - + - 4 (11,42) - - + 0 (0) - - - 17 (48,57) Total 35 Tabela 5. Distribuição percentual <strong>de</strong> algumas características das participantes do estudo com relação ao resultado da Citologia, IVA e Schiller IVA IVL CITOLOGIA + - + - + - n k Ida<strong>de</strong> 21 – 30 anos 5 10 2 15 13 4 11 0,209 31 – 40 anos 1 3 2 4 2 4 0 0.537 41 – 50 anos 2 5 1 7 6 2 5 0.903 >51 anos 0 9 1 9 8 2 7 0.497 Estado Civil Solteira 4 5 3 9 6 2 7 0.711 Casada 4 19 2 23 21 8 15 0.388 Se<strong>para</strong>da/ Viúva 0 3 1 3 2 2 1 0.653 Início Ativida<strong>de</strong> Sexual ≤14 0 2 0 2 2 0 2 * 15-17 4 9 3 13 10 6 7 0.631 ≥18 4 16 3 20 17 6 14 0.211 Parida<strong>de</strong> Nenhum 3 2 2 5 3 2 3 0.447 1 1 9 0 10 10 2 8 * 2 a 4 3 11 1 14 13 5 9 * Mais <strong>de</strong> 4 1 5 3 6 3 3 3 0.532 Intervalo <strong>de</strong> 95% <strong>de</strong> confiança do Kappa. * Não é interpretável e não se aplica teste <strong>de</strong> significância Discussão Discussáo No estudo <strong>de</strong> Roteli-Martins et al., em 2003, sobre rastreamento <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> colo <strong>de</strong> útero com mulheres brasileiras e argentinas, a ida<strong>de</strong> média das mulheres foi <strong>de</strong> 36,9 anos (16-62 anos) e 71,50% das mulheres eram casadas ou unidas. Cor<strong>de</strong>iro et al., em 2005, estudaram 893 com ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 32 anos (18-65 anos), on<strong>de</strong> 66,62% eram casadas, pouco mais <strong>de</strong> 60% tinham dois ou mais filhos e com início das ativida<strong>de</strong>s sexuais e primeiro parto a partir dos 16 anos. Na pesquisa realizada por Gontijo et al., em 2005, com mulheres <strong>de</strong> 18 a 60 anos, observaram que 136 <strong>NewsLab</strong> - edição 89 - 2008
62% tinham menos <strong>de</strong> 35 anos, 71% eram casadas ou unidas, 54% com dois ou mais filhos e 60% iniciaram sua ativida<strong>de</strong> sexual com menos <strong>de</strong> 18 anos. Shastri et al., em 2005, em Mumbai, Índia, realizaram um estudo com 4.039 mulheres com ida<strong>de</strong>s entre 30 a 65 anos; <strong>de</strong>stas, 84% das mulheres tinham ida<strong>de</strong>s entre 30 e 49 anos e 6% com ida<strong>de</strong>s entre 60 e 65 anos. Com relação à parida<strong>de</strong>, 64,5% tinham <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> três filhos. No nosso estudo, a ida<strong>de</strong> média das mulheres foi <strong>de</strong> 38,36 anos (21- 65 anos), o início da ativida<strong>de</strong> sexual variou dos 13 aos 30 anos, sendo que 4,87% (4/41) foi com ida<strong>de</strong> menor ou igual a 14 anos, 41,46% (17/41) o início ocorreu na faixa <strong>de</strong> 15-17 anos e <strong>para</strong> 53,65% (22/41) foi maior ou igual a 18 anos, 63,41% (26/41) eram casadas ou unidas e 41,46% (17/41) tiveram <strong>de</strong> dois a quatro filhos. Conforme o perfil das mulheres analisadas, os dados são semelhantes aos encontrados na literatura com relação às ida<strong>de</strong>s e estado civil e diferem em relação ao início da ativida<strong>de</strong> sexual e parida<strong>de</strong>. Isto po<strong>de</strong> ser explicado pelo fato <strong>de</strong> que no presente estudo foi estudada uma pequena amostra (Roteli-Martins et al., 2003; Cor<strong>de</strong>iro et al., 2005; Gontijo et al., 2005; Shastri et al., 2005). Cor<strong>de</strong>iro et al., ao avaliarem os resultados da citologia, observaram que, o exame foi consi<strong>de</strong>rado negativo em 99,3% das mulheres, 0,7% dos exames foram distribuídos em 0,1% <strong>de</strong> ASCUS, 0,5% <strong>de</strong> LSIL e 0,1% <strong>de</strong> HSIL. No estudo <strong>de</strong> Gontijo et al., em 2004, a citologia apresentou resultado negativo em 90,8% das mulheres, apresentando atipias celulares em 9,2% dos resultados, sendo 6,5% <strong>de</strong> ASC-US, 0,5% <strong>de</strong> AG, 1,5% <strong>de</strong> LSIL e 0,7% <strong>de</strong> HSIL. Em outro estudo <strong>de</strong> Gontijo et al., em 2005, foi observado 10,4% com atipias celulares, sendo 7,3% <strong>de</strong> ASC-US, 0,1% AG, 2,2% <strong>de</strong> LSIL 0,7% <strong>de</strong> HSIL. Roteli-Martins et al., em um trabalho com exames <strong>de</strong> Papanicolaou, observaram que 92% dos exames foram normais. Das amostras analisadas, 4,2% apresentaram ASC-US, 1,4% LSIL, 0,57% HSIL e 0,83% com carcinoma <strong>de</strong> células escamosas. No presente estudo, <strong>para</strong> o exame citopatológico, o resultado foi consi<strong>de</strong>rado negativo em 65,71% (23/35) e positivo em 34,29% (12/35). Os resultados positivos foram distribuídos em: 17,14% (6/35) com células escamosas atípicas <strong>de</strong> significado in<strong>de</strong>terminado (ASC-US), 5,71% (2/35) com lesão intra-epitelial escamosa <strong>de</strong> baixo grau (LSIL). Não foram encontrados lesão intra-epitelial escamosa <strong>de</strong> alto grau (HSIL) e câncer cervical. Esses dados diferem dos dados <strong>de</strong> outros autores. Essa diferença po<strong>de</strong> ser explicada pelo fato <strong>de</strong> que na nossa população o início da ativida<strong>de</strong> sexual ocorreu dos 14 aos 17 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>para</strong> 46,33% (Roteli-Martins et al., 2003; Gontijo et al., 2004; Gontijo et al., 2005; Cor<strong>de</strong>iro et al.,2005). Gontijo et al., em 2004, observaram que em relação a IVA, 10,9% das mulheres apresentaram o resultado positivo. Em outro estudo, realizado em 2005, pelos mesmos pesquisadores, foi verificado que 8% das mulheres apresentaram resultado do IVA positivo. Roteli-Martins et al., ao analisarem a inspeção visual com ácido acético (IVA), observaram que 13% foram anormais e 0,13% sugestivos <strong>de</strong> câncer. No estudo <strong>de</strong> Bellinson et al., ao analisarem os resultados <strong>de</strong> 1997 mulheres, o resultado <strong>de</strong> IVA foi normal em 72%. Nos estudos <strong>de</strong> Shastri et al. e <strong>de</strong> Sarian et al., os resultados positivos da inspeção visual com lugol foram <strong>de</strong> 17% e 23%, respectivamente. Na nossa casuística, a IVA foi consi<strong>de</strong>rada negativa em 77,14% (27/35) dos casos e positiva em 22,85% (8/35). Com relação a esses dados, são compatíveis com o estudo <strong>de</strong> Bellinson et al., e com relação a IVA e IVL não estão conformes a outros autores pesquisados. Da mesma forma, ao associarmos os resultados dos exames <strong>de</strong> Papanicolaou do nosso estudo com os resultados dos IVA e IVL observamos uma pobre concordância, diferindo do estudo <strong>de</strong> Rotelli-Martins et al. que <strong>de</strong>screveram uma associação estatisticamente significativa. Isto po<strong>de</strong> ser explicado pelo fato <strong>de</strong> que no presente estudo foi estudada uma pequena amostra (Bellinson et al., 2001; Roteli-Martins et al., 2003; Gontijo et al., 2004; Shastri et al., 2005; Sarian et al., 2005). A distribuição dos resultados dos três exames, no presente estudo, mostrou que em 48,57% (17/35) <strong>de</strong> todos os testes foram negativos e em 5,71% (2/35) foram positivos nos três testes. No caso do teste IVL negativo Papanicolaou positivo e IVA positivo e IVL positivo, Papanicolaou negativo e IVA negativo não foram registrados em nenhum dos casos. Apesar da pequena amostra estudada no presente estudo, estes dados estão <strong>de</strong> acordo com o estudo <strong>de</strong> Blumenthal et al. (Blumenthal et al., 2000). No estudo <strong>de</strong> Roteli-Martins et al., foi achada correlação significativa somente com relação ao início precoce da ativida<strong>de</strong> sexual, sendo que <strong>para</strong> as outras características não houve correlação significativa com os resultados dos exames. No presente estudo, o início precoce da ativida<strong>de</strong> sexual foi observado uma substancial concordância <strong>para</strong> a faixa etária dos 15-17 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, estando <strong>de</strong> acordo com o estudo <strong>de</strong> Roteli-Martins et al.. Como somente duas pacientes tiveram início da ativida<strong>de</strong> sexual com menos <strong>de</strong> 14 anos, não foi possível interpretar este dado (Roteli-Martins et al., 2003). 138 <strong>NewsLab</strong> - edição 89 - 2008
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