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gerais. - Roteiro Brasília

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Princesinhas, patitas e sonhos<br />

LUIZ RECENA<br />

garfadasegoles<br />

@alo.com.br<br />

14garfadas&goles<br />

Por que pata negra A princesinha e o irmão acompanhavam o pai na happy hour. A impaciência<br />

paterna preferia continuar o papo com o amigo, sumido há bom tempo, mas os ossos do ofício levaram<br />

à resposta: “Minha princesa, pata, perna, patita, perninha, na Espanha, de onde vem o porco, que come<br />

comida especial, morre, vira presunto e vem para Brasília. Negra é o mesmo que preta, a cor da perna dele.<br />

Então, Pata Negra é o nome do presunto e também o nome do bar onde a gente está”.<br />

Foi assim que o novo bar Pata Negra (414 Sul) povoou os sonhos de duas crianças. Elas provaram a iguaria<br />

e beberam refrí. Papai, enquanto isso, sofria com a garçonete, para convencê-la de que, sim, o bar dela tinha<br />

um gin importado, “aquela garrafa verde, na prateleira atrás do seu colega”. Desconfiada, ela foi. Voltou.<br />

O texto, em inglês, deu razão a papai. Coisas de bar novo. Mas a paciência de antigos freqüentadores de<br />

mesas brasilienses tem limites. Jogar sem treinar é coisa que, talvez, só a seleção do Dunga consiga. O local é<br />

bom. A proposta de tapas espanhóis também. Eles preferem dizer andaluzes, pois a chefe veio de Córdoba,<br />

Andaluzia. Tem chope próprio. Torçamos pelo sucesso desse novo sonho. Não custa.<br />

Presunto ibérico<br />

A fama internacional<br />

do distinto é nova.<br />

Coisa de uns dez<br />

anos para cá. Pelo<br />

menos em função<br />

do presunto, ou da<br />

venda dele para o<br />

mundo, o governo<br />

conseguiu fazer com<br />

que os espanhóis<br />

se unissem... e deu<br />

certo! As exportações<br />

fecharam 2004<br />

três vezes maiores do que em 2000, com a iguaria<br />

freqüentando balcões e mesas nos Estados Unidos,<br />

Japão, Europa, França e Bahia. Um sucesso devido<br />

ao apoio governamental e à adesão de produtores aos<br />

controles de qualidade. Ciência, economia e política<br />

unidas por um bom tira-gosto. Olé!<br />

Unidos, pero no mucho<br />

O Pata Negra é o mais famoso. Pela cor da pata e pelas<br />

“bellotas” que come. São frutos silvestres, típicos de<br />

alguns bosques espanhóis. Ou de alguns trechos de<br />

bosques de certas regiões espanholas. “No todas!”,<br />

afirma meu amigo Quixote, derrubando de um só<br />

golpe a tênue unidade interna obtida para a exportação<br />

do presunto. Andaluzia, Extremadura, os nomes se<br />

sucedem e todos, todos mesmo, têm o “melhor da<br />

Espanha”. Deixemos cada povo com suas idiossincrasias<br />

e continuemos desfrutando o “jamón” (diz-se ramon,<br />

com erre de rato carioca).<br />

Brujerías y lendas<br />

Dizem que as bruxas enfeitiçavam as “bellotas” para<br />

obter um presunto ainda melhor. Nem todos têm patas<br />

pretas, mas sempre são escurinhos. “Não há brancos”,<br />

garante Quixote, pronto para nova briga. Cortá-lo é arte<br />

e ciência. Com faca especial e treinamento de vários<br />

dias. Um expert, em Brasília, teria passado três dias e<br />

três noites, trancado em quarto escuro com a faca e o<br />

peça na mão, treinando cortes finíssimos, sem cortar<br />

os dedos nem desperdiçar o presunto. Conseguiu e<br />

está no Oliver, do Brasília Golf Center. A conferir.<br />

Eterno retorno<br />

Cacá está de volta. Outra vez. Ele não resiste e volta<br />

sempre, tanta é a saudade de Brasília. Depois da<br />

Querubina, deu um tempo às pizzas, mas não as<br />

abandonou. Quer novas aventuras e prazeres novos.<br />

Vem aí, breve, um filé ao molho de café.<br />

Goles de adeus<br />

Foi muito bem bebida a despedida. Os amigos<br />

e confrades da Bonn Delikatessen fizeram as<br />

homenagens em copos e nas prateleiras também.<br />

Um ponto, um local, uma escola. Deixou belas<br />

lembranças.<br />

Mr. Pent<br />

Nosso inglês voltou. Com detalhes que detonam<br />

deslizes e derrotam destinos. À mesa, não gosta<br />

de longas explicações sobre pratos ou garrafas.<br />

Recomenda parcimônia oral a garçons, chefes,<br />

sommeliers e donos. E polêmicas, never!<br />

Louras diferentes<br />

Não só de espumantes, chopes e vinhos vive a<br />

cidade. Rafael Martins andou pela Europa e<br />

experimentou louras não geladas. O resultado foi<br />

o Bräuhaus (303 Sul), que vai completar um ano.<br />

Sempre respeitando o gosto pelas geladíssimas e<br />

colarinhos cremosos, Rafael propõe um passeio por<br />

sabores, mais fortes, nem tão gelados. La Trappe,<br />

Karmeliet, La Chouffe, Chimay. Todas menos<br />

louras com mais de 7%, mas bem adaptadas ao<br />

clima local. Voltarei ao tema.

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