gerais. - Roteiro BrasÃlia
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POR SUSAN FARIA<br />
FOTOS EDUARDO KRÜGER<br />
Um pedaço da Espanha, ou melhor,<br />
do sul da Espanha, em plena capital<br />
brasileira. É a taberna Pata Negra,<br />
inspirada no que há de melhor da<br />
Andaluzia, famosa pelo flamenco, pelas<br />
tradições, festas, religiosidade, culinária<br />
e cultura. “Somos a segunda taberna<br />
do Brasil especializada em tapas da<br />
Andaluzia. A outra fica em São Paulo”,<br />
informa a chef Maria Jesus Navas, 35<br />
anos, espanhola de Córdoba, casada<br />
com diplomata brasileiro, uma das<br />
sócias da casa.<br />
É ela quem explica porquê Pata<br />
Negra: “É um presunto curado feito do<br />
porco ibérico, exclusivo da Espanha,<br />
alimentado com nozes a vida inteira”.<br />
A carne é exótica, gostosa e o presunto<br />
considerado o melhor da Espanha. Pata<br />
Negra é também sinônimo de pessoas<br />
autênticas, de caráter.<br />
COM TRÊS AMBIENTES, a taberna quer<br />
se tornar referência cultural na cidade<br />
e em seu piso superior já apresenta<br />
a exposição Cenas de Andaluzia, do<br />
pintor carioca Cláudio Fontes, aberta<br />
até o início de novembro. Garçons e<br />
garçonetes circulam vestidos a caráter<br />
no piso de mosaicos da taberna, que<br />
tem preciosidades como tachos de<br />
cobre e tapetes na parede, gerânios e<br />
janelas em forma de arcos, como nas<br />
casas andaluzas.<br />
No térreo, em um pequeno tablado,<br />
o grupo brasiliense Capricho Espanhol,<br />
dirigido por Patrícia Weingrill,<br />
apresenta números de flamenco e<br />
Nura Nasser se esmera na dança do<br />
ventre. Foi assim a inauguração da casa,<br />
lotada numa segunda-feira chuvosa de<br />
outubro. “É um espaço que faltava em<br />
Brasília”, observa Patrícia. As cinco<br />
bailarinas e dois bailarinos do Capricho<br />
arrasaram nos tarantos, tangos<br />
flamenco, seguidilla, rondeña, soléa por<br />
bulerias e sevillanas, com castanholas.<br />
Diplomatas, representantes da<br />
Embaixada da Espanha, jornalistas,<br />
parlamentares e amigos aplaudiram<br />
o show, especialmente a participação<br />
de Patrícia Weingrill, professora<br />
de flamenco há 14 anos, e Danny<br />
Souza, premiado no XVI Seminário<br />
Internacional de Dança de Brasília.<br />
NO SUBSOLO DA TABERNA será<br />
construído, em seis meses, um tablado<br />
maior para workshops e shows de<br />
flamenco. “As apresentações de<br />
flamenco serão sempre às quartasfeiras,<br />
das 20h30 às 21h40”, informa<br />
Patrícia, parceira no projeto. No local<br />
também funcionará uma cantina para<br />
venda de produtos vindos diretamente<br />
da Andaluzia, como azeite de oliva,<br />
presunto e vinhos.<br />
De acordo com o diplomata<br />
Eduardo de Mattos Hossannah, a idéia<br />
não foi erguer um bar ou restaurante,<br />
mas uma taberna que lembra culturas<br />
milenares da Andaluzia, as tradições<br />
dos árabes (dominaram a região<br />
durante oito séculos), dos ciganos,<br />
visigodos, romanos e de povos distantes<br />
que conviveram harmonicamente.<br />
“Tenho forte paixão pela Espanha<br />
e acho que a Pata Negra tem tudo<br />
para dar certo em Brasília”, comenta<br />
Cassiana Caparelli, 35 anos, a outra<br />
sócia da casa, que como fotógrafa<br />
acompanhou o músico espanhol Paco<br />
de Lucia em sua tournée pela América<br />
Latina, em 1992 e 1993.<br />
O CARDÁPIO DA PATA NEGRA oferece,<br />
a preços acessíveis, grande variedade<br />
de tapas – tortillas, huevos a la<br />
flamenca, flamenquines serrano (rolos<br />
de lombinho recheado de presunto<br />
serrano) e salmorejo (creme frio de<br />
tomate com presunto e ovo cozido).<br />
Há opções de sopas, como a de ajo<br />
blanco, a R$ 8,75, e o consomé al Jerez<br />
(caldo caseiro de carne bovina com<br />
vinho de Jerez) a R$ 6. Uma porção de<br />
berenjenas mozárabes (berinjelas fritas<br />
com mel) sai a R$ 13, e o salomillo a la<br />
sierra morena (filé mignon servido com<br />
molho a base de alho, salsinha e azeite<br />
de oliva) a R$ 15,50.<br />
Saladas e dezenas de delícias<br />
andaluzas como montaítos (sanduíches<br />
abertos) gazpacho andaluz, gambas al<br />
ajiello (camarões com alho frito e azeite),<br />
arroz caldoso, crepes, sangrias e vinhos<br />
famosos estão no cardápio. Sem contar<br />
a tradicional Paella. “Gosto de comprar<br />
tudo fresquinho”, ressalta Maria Jesus,<br />
apaixonada pela culinária de sua terra.<br />
Taberna Pata Negra<br />
413 Sul – Bloco A (3345.0641).<br />
Aberta de 2ª feira a sábado,<br />
das 17h30 até o último cliente.<br />
www.tabernapatanegra.com.br<br />
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