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gerais. - Roteiro Brasília

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a pregação quase religiosa que deu fama<br />

a canções imortais como The Times They<br />

Are A-Changin, With God on Our Side ou<br />

Blowin’ in the Wind. Em compensação,<br />

temos o artista evocando o passado da<br />

América, suas glórias e seus dramas, para<br />

se referir ao presente.<br />

A modernidade, aludida no título,<br />

não só remete ao clássico Tempos<br />

Modernos, de Charles Chaplin, libelo<br />

contra a mecanização do homem, mas<br />

também lembra que a humanidade está<br />

condenada a correr para as cidades em<br />

que o tempo passa tão rápido quanto o<br />

táxi, borrão de luz e sombra, como a foto<br />

de Ted Croner que ilustra a capa do disco.<br />

As dez canções de Modern Times<br />

soam como se tivessem sido gravadas há<br />

muito tempo. Rollin’ and Tumblin, por<br />

exemplo, é a mesma Rollin’ and Tumblin<br />

de Muddy Waters, lenda do blues, só<br />

que com letra ligeiramente diferente.<br />

As duas remetem a Robert Johnson<br />

e Dylan se apropria desse standard<br />

conferindo à faixa uma ligação<br />

assombrosa. Resumindo: grande<br />

obra, impregnada de americanismo (o<br />

sentimento), digna dos melhores discos<br />

já gravados pelo grande mestre.<br />

CRÔNICAS – VOLUME UM (Editora<br />

Planeta) coloca em cena o Dylan<br />

memorialista, a registrar “manu própria”<br />

fatos marcantes de sua carreira. O<br />

livro não tem ordem cronológica.<br />

Os capítulos saltam no tempo e ora<br />

remetem ao início de tudo, quando<br />

o jovem Dylan chegou a Nova York,<br />

no início dos anos 60, ora ilustram<br />

as dificuldades de um artista já<br />

estabelecido que tenta acertar o som,<br />

como no capítulo Oh Mercy, que fala sobre<br />

o disco homônimo, de 1989, gravado em<br />

Nova Orleans.<br />

Nesse capítulo, aliás, Dylan descreve<br />

a cidade, seus becos e arredores,<br />

servindo quase como um guia<br />

involuntário de um lugar que muitos<br />

amam mesmo sem conhecer. O livro,<br />

porém, nada revela sobre o famoso<br />

acidente de moto que o tirou de cena<br />

em 1966, e não menciona o divórcio<br />

de sua então mulher Sara, episódio<br />

que serviu de pano de fundo para<br />

Blood on the Tracks, discão de 1975.<br />

Ao final, Dylan permanece o mesmo<br />

tipo enigmático de sempre e nos deixa<br />

ansiosos pelo segundo volume de suas<br />

crônicas.<br />

NO DIRECTION HOME (Paramount),<br />

de Martin Scorsese, nos oferece um<br />

impressionante painel da cosmogonia<br />

por trás do mito Bob Dylan. O filme<br />

compila farto material histórico,<br />

entremeado com entrevistas não<br />

menos históricas.<br />

Temos Dylan lembrando os primeiros<br />

passos, quando moleque foi ao encontro<br />

da lenda Woody Guthrie em um<br />

sanatório; a perambulação pela boêmia<br />

do Greenwich Village novaiorquino, além<br />

da presença de uma série de convidados,<br />

como Joan Baez, Allen Ginsberg (em<br />

emocionado depoimento) e o iluminado<br />

Em busca do sucesso<br />

POR EDUARDO OLIVEIRA<br />

Impossível saber ao certo a<br />

quantidade de bandas que existem em<br />

Brasília. Só no Tramavirtual – site onde<br />

artistas independentes oferecem suas<br />

músicas para downloads – são 858.<br />

Considerando-se a extensão do Plano<br />

Piloto, isso dá duas bandas por km 2 . Em<br />

outras palavras: olhe para os lados que<br />

você verá alguém tentando a sorte na<br />

música.<br />

Vinte bandas já deram um bom passo<br />

à frente. Caffe Roots, Lafusa, Colina,<br />

Lips, Daniela Firme e Banda, Virgem<br />

Again, Preceptors, Grupo 288, Banda<br />

Larga, Radius, Dog Style, Shalin Way e<br />

os Atemporados, Stereofonia, Clínica 69,<br />

Beto Só e Banda, Makinamara, Liorn’ Kor,<br />

Casa Vermelha, Satisfaction e Lótus Negro<br />

foram selecionadas para disputar o 3 o BSB<br />

Awards, que premiará a melhor banda da<br />

cidade, escolhida pelo voto popular.<br />

As concorrentes fazem shows no<br />

O’Rilley Irish Pub e no Café Cancun até<br />

novembro. É uma chance do público<br />

conhecer cada uma ao vivo, escolher<br />

sua preferida e votar no site www.<br />

bsbawards.com.br. O vencedor ganha a<br />

gravação de um disco no estúdio SAS.<br />

“O prêmio é uma forma de incentivo às<br />

bandas, ao cenário musical e à cultura de<br />

Brasília. Essa iniciativa faz com que nosso<br />

trabalho seja valorizado”, afirma Edson di<br />

Pete Seeger, grande lenda do folk norteamericano,<br />

que testemunham em favor<br />

do velho Bob.<br />

Basicamente, o documentário se<br />

prende à primeira metade dos anos 60<br />

e mostra a passagem do Dylan cantor<br />

de folk music ao Dylan roqueiro, que foi<br />

vaiado e chamado de traidor, em 1964,<br />

na Inglaterra.<br />

O viés político permeia tudo,<br />

mostrando que Dylan aconteceu no<br />

exato momento pós-macartismo,<br />

quando a esquerda americana pôde<br />

botar a cabeça pra fora. Só que os<br />

tempos estavam mudando: Kennedy,<br />

Castro, Krushev, Baía dos Porcos,<br />

direitos humanos, direitos civis e<br />

racismo compunham o cenário que teve<br />

Bob Dylan como o grande bardo de um<br />

tempo que se ainda pretende moderno.<br />

Carvalho, guitarrista da Satisfaction (foto),<br />

que busca o bicampeonato depois de<br />

vencer no ano passado.<br />

Este ano, o BSB Awards traz<br />

novidades. Além da melhor banda, outras<br />

categorias também estão no páreo:<br />

melhor casa noturna, cantor, cantora,<br />

DJ, apoio à cultura, revelação e veículo<br />

de comunicação. “A idéia é descobrir<br />

novos talentos, apreciar os já existentes<br />

e contribuir para a valorização da cultura<br />

local”, diz o idealizador do projeto,<br />

Marcos Santos.<br />

Ainda há tempo de assistir às últimas<br />

seletivas, dias 30 deste mês, no O’Rilley<br />

Irish Pub (409 Sul), 5 e 12 de novembro<br />

no Café Cancun (Liberty Mall). A festa de<br />

premiação será em dezembro.<br />

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