gerais. - Roteiro BrasÃlia
gerais. - Roteiro BrasÃlia
gerais. - Roteiro BrasÃlia
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
15 alunos dos cursos de garçom e de<br />
barman. “É uma espécie de prática<br />
supervisionada”, define o maitre,<br />
professor Aragão, que recomenda logo<br />
o polvo a vinagrete como entrada.<br />
Os pratos chegam à mesa no horário<br />
da Bahia, sem pressa, e servem duas<br />
pessoas: moqueca de camarão (R$ 79),<br />
peixe na folha de bananeira com cubos<br />
de abacaxi (página ao lado - R$ 98,70),<br />
bobó de camarão (R$ 99,80). Quem não<br />
tolera frutos do mar pode experimentar<br />
o filé ou o frango com banana frita<br />
(ambos a R$ 89,90).<br />
No Café Via, criado por Carlos<br />
Weidle e Juliane Moi, o destaque é o<br />
café gourmet Santés, produzido em São<br />
Desidério, oeste da Bahia, e destinado<br />
às máquinas de espresso. “Depois de<br />
Brasília, vamos lançar em São Paulo e<br />
Curitiba”, diz o representante, Pavel<br />
Cardoso. Para acompanhar os grãos<br />
especiais, moídos e servidos quentes<br />
ou gelados, como o coquetel com<br />
groselha e suco de laranja (foto abaixo),<br />
o cardápio da cafeteria tem sanduíches e<br />
quiches, além de tortas feitas por Karim<br />
Schneider, com fatias entre R$ 6 e<br />
R$ 12. A Santa Pizza completa a área<br />
de alimentação e apresenta a pizza com<br />
pasta de bacalhau.<br />
ELA NÃO CHOROU QUANDO NASCEU.<br />
Veio ao mundo com a cara<br />
boa e com ela seguiu pela<br />
vida. Mesmo quando a<br />
situação apertava. Trabalhou<br />
muito como empregada<br />
doméstica e cozinheira.<br />
Começou menininha,<br />
lavando panelas de barro.<br />
Hoje, aos 45 anos, duas<br />
filhas e três restaurantes, a<br />
empresária e chef Dadá é<br />
paparicada pelas madames, já cozinhou<br />
em Londres e Nova York e ainda<br />
sustenta o tradicional sorriso, agora<br />
iluminado pelos anéis de metal do<br />
aparelho ortodôntico.<br />
A primeira experiência na cozinha<br />
foi um bife à milanesa: “Eu falava bife<br />
na mesa”, conta ela, às gargalhadas.<br />
Dadá gosta de cantar enquanto<br />
trabalha e não admite ninguém azedo,<br />
mal-humorado, por perto. Só perde<br />
a fome quando está com raiva e não<br />
Cadeiras tipo medalhão e lustre de cristal preto<br />
no restaurante Tempero da Dadá<br />
come cebola de jeito nenhum. Para<br />
ela, feijão com farinha é exemplo de<br />
mistura perfeita. Aos cinco anos, foi<br />
seduzida pela culinária e hoje compara:<br />
“Cozinha é igual a sexo. Cozinhar é<br />
você estar amando o tomate, amando<br />
o coentro, o azeite de oliva, o dendê,<br />
tudo o que você coloca na comida”.<br />
Nascida em Sítio do Conde, divisa<br />
com Sergipe, foi criada sem pai. A<br />
mãe, Dona Júlia, ia trabalhar na<br />
roça levando Renato, bebê de colo,<br />
enquanto Dadá vendia sardinha frita<br />
ao molho de vinagrete, na porta do<br />
mercado. “Meu sonho era<br />
ter uma boneca com cabelo”,<br />
lembra. O jeito foi fazer uma<br />
com espiga de milho verde.<br />
E ela perambulava feliz,<br />
espiando a brincadeira das<br />
outras crianças pelas janelas.<br />
Acabava sendo chamada para<br />
brincar, ficava por ali e, para<br />
agradecer, lavava panelas.<br />
Depois voltava para o<br />
barraco, feito de palha de coqueiro,<br />
onde comiam efó, prato africano feito<br />
com uma folha conhecida como língua<br />
de vaca. “Às vezes minha mãe conseguia<br />
pescar alguma coisa, a gente ralava o<br />
coco, ferventava as folhas, colocava<br />
alho, coentro, tomate, amendoim, o<br />
que a gente tinha no quintal, e fazia<br />
aquela moqueca, negona, com leite<br />
de coco e dendê. É comida de santo<br />
também”, explica Dadá, filha de Oxum.<br />
Mocinha, ela continuou trabalhando<br />
Banheira de hidromassagem com minicascata<br />
ilumidada por fibra ótica<br />
como doméstica, já em Salvador,<br />
onde também vendia bolos e mingaus<br />
nos pontos de ônibus. “Meu sonho<br />
era trabalhar numa pensão”, conta.<br />
Vieram os pratos feitos, o trabalho em<br />
restaurantes, a parceria com o cozinheiro<br />
Paulo, futuro marido. Nessa época,<br />
ela já havia perdido o irmão, vítima de<br />
atropelamento, e a mãe, falecida no<br />
hospital da Irmã Dulce.<br />
Tal como na Casa Cor, a<br />
inauguração do primeiro restaurante<br />
foi debaixo de muita água, na favela do<br />
Alto das Pombas. O casal conseguiu<br />
seis mesas de uma cervejaria e comprou<br />
fiado uma dúzia de pratos e talheres.<br />
Hoje, ela comanda três restaurantes<br />
na Bahia: no Alto das Pombas, no<br />
Pelourinho e na Costa do Sauípe. “Eu<br />
queria crescer. Dadá é uma pessoa muito<br />
humilde, mas Dadá é requintada”,<br />
define-se, circulando à vontade pelo<br />
ambiente luxuoso criado em Brasília:<br />
“Acho que na próxima encarnação vou<br />
incorporar a Dadá perua”.<br />
Além da gastronomia, a Casa Cor<br />
Brasília 2006 está cheia de novidades:<br />
banheiros com chuveiros quadrados,<br />
fabricados em metal latão cromado<br />
e funcionando em alta pressão;<br />
vaso sanitário slow close, cuja tampa<br />
desce lenta e silenciosamente graças<br />
a um amortecedor; e banheira de<br />
hidromassagem com minicascata,<br />
iluminada por fibra ótica. A galeria de<br />
arte mostra xícaras assinadas por Athos<br />
Bulcão e nichos criados pela arquiteta<br />
Silvana Andrade para valorizar ainda<br />
mais um quadro ou uma escultura.<br />
Casa Cor Brasília<br />
Até 15 de novembro. Setor de Clubes Norte,<br />
perto do Minas Brasília. De terça a domingo,<br />
das 12h às 22h. Ingressos: R$ 20 (inteira)<br />
7