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Artigo<br />
Ano novo, vida nova?<br />
divulgação<br />
Haverá, no início de 2009,<br />
três fatores determinantes<br />
<strong>para</strong> a melhora (ou piora)<br />
do ambiente de negócios<br />
<strong>para</strong> as empresas brasileiras que exportam<br />
<strong>para</strong> os Estados Unidos ou<br />
investem no país. Os dois primeiros<br />
dizem respeito ao mundo da política:<br />
a natureza e a implementação<br />
das agendas do presidente eleito<br />
Barack Obama e do novo Congresso<br />
norte-americano – que se reunirá<br />
em sua 111ª legislatura. O terceiro<br />
fator faz parte do mundo da economia<br />
e está relacionado à ampliação<br />
ou diminuição da crise financeira,<br />
com seus efeitos sobre a produção,<br />
o emprego e a renda.<br />
O novo presidente dos Estados<br />
Unidos possui agenda ampla, com<br />
ênfase declarada na área social e no<br />
aumento da participação do Estado<br />
como regulador das atividades econômicas<br />
privadas. Energia, tributação,<br />
educação, saúde e previdência<br />
social são as prioridades da nova<br />
administração. O tratamento do primeiro<br />
item já é previsto <strong>para</strong> o início<br />
do mandato de Barack Obama.<br />
Reside aí oportunidade importante<br />
<strong>para</strong> o Brasil.<br />
Os empresários brasileiros do<br />
agronegócio acostumaram-se, nas<br />
duas últimas décadas, a monitorar<br />
a política agrícola norte-americana,<br />
em especial pelos seus efeitos sobre<br />
a competitividade dos produtos de<br />
Barack Obama e sua ampla maioria<br />
no Congresso criam <strong>para</strong> as<br />
empresas brasileiras um novo<br />
ambiente de negócios nos EUA –<br />
não automaticamente favorável<br />
Diego Z. Bonomo*<br />
Os produtores<br />
brasileiros de etanol<br />
poderão beneficiar-se<br />
de eventual redução<br />
ou eliminação da tarifa<br />
adicional de 0,54<br />
centavos de dólar por<br />
galão hoje incidente<br />
sobre as importações<br />
do combustível<br />
exportação do Brasil, seja no mercado<br />
dos Estados Unidos, seja de<br />
terceiros. As mudanças periódicas<br />
na Lei Agrícola – ou Farm Bill, no<br />
jargão do comércio internacional –<br />
são objeto de cuidadoso escrutínio<br />
pelo governo e pelo setor empresarial<br />
do país, sempre com o objetivo<br />
de assegurar a abertura do mercado<br />
norte-americano às exportações<br />
brasileiras e de eliminar as distorções<br />
causadas pelos subsídios concedidos<br />
pelo governo ao produtor<br />
agrícola doméstico.<br />
Desde o início do “boom” do etanol<br />
no Brasil, o acompanhamento<br />
da Lei de Energia norte-americana<br />
– ou Energy Bill – tornou-se fundamental<br />
<strong>para</strong> a estratégia brasileira<br />
de transformação do biocombustível<br />
da cana-de-açúcar em commodity<br />
internacional. Em 2005 e 2007<br />
foram aprovadas novas versões da<br />
lei, complementadas em 2008 por<br />
medidas incluídas na última Farm<br />
Bill. Diante da perspectiva de mudanças<br />
na política energética dos<br />
Estados Unidos no próximo ano,<br />
os produtores brasileiros de etanol<br />
poderão beneficiar-se de eventual<br />
redução ou eliminação da tarifa<br />
adicional de 0,54 centavos de dólar<br />
por galão hoje incidente sobre as<br />
importações do combustível.<br />
Em matéria de impostos, a nova<br />
administração deverá concentrar<br />
seu capital político na aprovação<br />
de ampla reforma em benefício do<br />
chamado small business – conjunto<br />
de empresas de pequeno e médio<br />
porte responsáveis pelo maior<br />
número de postos de trabalho nos<br />
Estados Unidos. Por outro lado, as<br />
empresas de grande porte poderão<br />
ter alguns de seus benefícios fiscais,<br />
concedidos no âmbito dos planos<br />
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