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Isac Zagury, da<br />
Aracruz: culpado<br />
de quê, mesmo?<br />
Andrew Winning/ Reuters<br />
Leo Pinheiro/Valor RJ/Folha Imagem<br />
nolds Associates<br />
no Brasil, chama a<br />
atenção <strong>para</strong> esse<br />
sentido de urgência<br />
em torno do<br />
desempenho dos<br />
executivos no Brasil.<br />
“Para ser bemsucedidos,<br />
eles<br />
precisam causar<br />
impacto cada vez<br />
maior e gerar resultados<br />
imediatos”,<br />
diz. “Antigamente,<br />
o conselho<br />
e os acionistas levavam<br />
até três ou<br />
quatro anos <strong>para</strong><br />
avaliar o desempenho<br />
de um profissional.<br />
Hoje em dia, isso é feito em<br />
menos de um ano.”<br />
A seu ver, no entanto, essa pressão<br />
por resultados não pode justificar<br />
os erros cometidos pelos executivos<br />
envolvidos no subprime brasileiro.<br />
“Eles concordaram com essas<br />
apostas financeiras arriscadas e, em<br />
muitos casos, parecia<br />
que haviam perdido a<br />
razão”, diz Fátima. “A<br />
decisão é da empresa,<br />
mas no fim das contas<br />
o executivo está lá<br />
<strong>para</strong> orientar o conselho<br />
quanto aos riscos.<br />
Portanto, a responsabilidade<br />
é dele.”<br />
Com o horizonte da crise ainda<br />
indefinido, o clima no mundo do<br />
trabalho estressante e competitivo<br />
deve continuar por todo 2009. “A<br />
partir de agora os executivos terão<br />
de mostrar mais experiência prática<br />
e benefícios concretos – aumentar<br />
vendas, baixar preços, reduzir custos,<br />
negociar cobrança e, no geral,<br />
melhorar os resultados”, diz Marcelo<br />
Mariaca, da empresa de consultoria<br />
de RH Mariaca, com sede<br />
Aracruz, Sadia<br />
e Votorantim<br />
procuram os<br />
responsáveis<br />
pelo prejuízo<br />
em São Paulo. No perfil do novo executivo,<br />
um traço de personalidade<br />
deve ser especialmente valorizado<br />
na hora da contratação <strong>para</strong> cargos<br />
de comando. As empresas, segundo<br />
Fátima, precisam de executivos<br />
que sejam líderes fortes, capazes de<br />
exercer suas funções com habilidade<br />
e autonomia suficientes <strong>para</strong> proteger<br />
o bem-estar das corporações<br />
até contra a vontade dos acionistas<br />
controladores. “Precisamos de pessoas<br />
com coragem de dizer ‘não’ às<br />
vezes”, diz. “Não é só dizer ‘sim, senhor’<br />
e receber seu bônus.”<br />
Os altos executivos da área financeira<br />
envolvidos nas apostas<br />
cambiais, antes os queridinhos da<br />
comunidade corporativa, agora estão<br />
sob holofotes indesejáveis. Os<br />
acionistas da Aracruz recentemente<br />
decidiram processar o diretor<br />
financeiro Isac Zagury pelas imensas<br />
perdas cambiais sofridas pela<br />
empresa. De acordo com um portavoz<br />
do grupo, “os próximos passos<br />
serão fixados pelos advogados da<br />
Aracruz”. A Sadia também está estudando<br />
com cuidado<br />
quem, exatamente,<br />
deve levar a culpa por<br />
seus tropeços financeiros.<br />
Quando os prejuízos<br />
vieram à tona, a<br />
companhia demitiu o<br />
diretor financeiro e<br />
contratou uma auditoria<br />
especial da KPMG,<br />
que identificou falhas nos relatórios<br />
financeiros. Uma auditoria posterior,<br />
a cargo da BDO Trevisan, vai<br />
determinar quem é responsável pelas<br />
perdas. “Uma vez estabelecidas<br />
as responsabilidades, a empresa tomará<br />
as providências devidas”, diz<br />
Alessandra Wolff Terceiro, portavoz<br />
da Sadia.<br />
As más notícias <strong>para</strong> os executivos<br />
acusados de má gestão ou fraudes<br />
vêm também de fora. O escritório de<br />
P I B<br />
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