15.03.2015 Views

Edição 06 clique aqui para download - Revista PIB

Edição 06 clique aqui para download - Revista PIB

Edição 06 clique aqui para download - Revista PIB

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Carreira<br />

D&0, o seguro contra<br />

trapalhadas, está em alta<br />

Nos Estados Unidos, quase<br />

todas as empresas fornecem a<br />

seus executivos o Directors and<br />

Officers Liability Insurance (D&O),<br />

um seguro que pode ser pago aos<br />

executivos ou à própria corporação<br />

<strong>para</strong> cobrir custos da defesa, se<br />

eles forem processados por perdas<br />

ou por qualquer dano causado em<br />

função do trabalho na empresa. O<br />

Brasil também oferece esse seguro,<br />

e tanto o nome<br />

quanto o conceito foram<br />

importados por<br />

multinacionais que<br />

operam no país. Assim<br />

como nos EUA, o<br />

D&O brasileiro cobre<br />

os custos do processo<br />

e protege os bens do<br />

executivo, mas não<br />

oferece cobertura em caso de fraude<br />

ou transgressão intencional.<br />

No Brasil, a popularidade do<br />

D&O tem crescido e encontrado<br />

um novo mercado até em pequenas<br />

e médias empresas. “Sempre<br />

aconselhei os executivos a ter<br />

esse tipo de seguro”, diz Gilberto<br />

Guimarães, do IBMEC. Fernando<br />

Mantovani, da Robert Half, diz<br />

que as apólices de D&O, oferecidas<br />

por uma dúzia de seguradoras<br />

no Brasil, são cada vez mais<br />

comuns. A prova é que a área de<br />

D&O recolheu R$ 96 milhões em<br />

prêmios em 2007, 9% a mais do<br />

que em 20<strong>06</strong>. E 2008 deve crescer<br />

15% em relação a 2007. “É do<br />

interesse da companhia proteger<br />

seus administradores <strong>para</strong> que<br />

eles tenham mais tranqüilidade<br />

ao tomar decisões no dia-a-dia”,<br />

explica Angelo Colombo, diretor de<br />

Cresce no<br />

Brasil a venda<br />

de apólices<br />

de proteção<br />

a gestores<br />

grandes riscos da Allianz Seguros.<br />

“Hoje vemos muitos gestores<br />

que exigem D&O como benefício<br />

antes de aceitar a posição.”<br />

Mas os especialistas concordam<br />

em uma coisa: o subprime<br />

brasileiro não deverá resultar em<br />

ações criminais contra os executivos<br />

envolvidos por não haver,<br />

segundo afirmam, indícios de<br />

má-fé deliberada nas operações<br />

cambiais. João<br />

Burke, da Nehring e<br />

Associados Advocacia,<br />

explica que a<br />

lei brasileira pune<br />

os executivos que<br />

agem além de seu<br />

poder ou contra a<br />

lei. “Mas não há<br />

nenhuma regra especial<br />

relativa a estratégias agressivas,<br />

como parece ser o caso do<br />

subprime brasileiro.” Trata-se de<br />

um contraste com as prováveis<br />

conseqüências do verdadeiro subprime,<br />

o americano. “Nos EUA, as<br />

acusações serão criminais”, diz<br />

Joe Murphy, conselheiro da Compliance<br />

Legal Systems em Nova<br />

Jersey e autor do livro 501 Ideas for<br />

Your Compliance and Ethics Program<br />

(“501 Idéias <strong>para</strong> seu Programa<br />

de Cumprimento da Lei e Ética”,<br />

em tradução livre). Isso porque o<br />

tamanho e o alcance das perdas<br />

com apostas no setor imobiliário<br />

americano e derivativos a ele atrelados<br />

abrigam, sem dúvida, casos<br />

de fraude. No entanto, segundo<br />

Murphy, dada a complexidade<br />

da crise, deve levar algum tempo<br />

até que as investigações achem<br />

provas e apontem culpados.<br />

advocacia Saxena White, uma pequena<br />

mas aguerrida firma dos Estados<br />

Unidos especializada em defender<br />

acionistas contra supostas falhas de<br />

executivos – responsabilizando-os<br />

civil e criminalmente – abriu um processo<br />

de fraude contra a Aracruz. A<br />

alegação, feita em nome de um grupo<br />

de acionistas americanos, é de que<br />

as apostas contra o dólar violaram a<br />

política de segurança da empresa e<br />

eram maiores do que o necessário<br />

<strong>para</strong> se proteger da volatilidade do<br />

câmbio em operações financeiras<br />

normais. Também a Comissão de<br />

Valores Mobiliários (CVM) anunciou<br />

a possibilidade de investigar<br />

empresas e executivos envolvidos<br />

nessas operações.<br />

É possível que alguns desses executivos<br />

já estejam cobertos por uma<br />

modalidade de seguro, comum nos<br />

Estados Unidos, que começa a se<br />

difundir no Brasil: o Directors and<br />

Officers Liability Insurance (D&O),<br />

feito sob medida <strong>para</strong> cobrir custos<br />

de ações na Justiça contra prejuízos<br />

causados por eventuais erros de gestão<br />

(veja quadro).<br />

Os especialistas discordam em<br />

relação às conseqüências <strong>para</strong> os<br />

envolvidos no tombo. “Se os executivos<br />

fizeram apostas equivocadas<br />

– principalmente sem a aprovação<br />

prévia do conselho ou se aprovaram<br />

riscos além de sua expertise ou<br />

alçada –, será o fim de várias carreiras.<br />

O impacto será duradouro, tanto<br />

quanto foram no passado outros<br />

casos de fraude ou de desvio ético”,<br />

diz Mariaca. “Eles precisam ter uma<br />

atitude de franqueza, mas também<br />

devem esperar avaliações negativas<br />

sobre sua capacidade de julgamento,<br />

padrões éticos e inteligência.”<br />

Gilberto Guimarães, professor<br />

do IBMEC-SP, consultor e autor<br />

de livros sobre recursos humanos,<br />

concorda em parte com essa visão.<br />

Ele acredita que executivos despe-<br />

52 P I B

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!