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Marcas<br />
Outra marca de desempenho notável<br />
nos mercados globais, com um<br />
branding solidamente posicionado<br />
sobre o conceito de sustentabilidade,<br />
a Natura decola agora <strong>para</strong> a conquista<br />
dos mercados latino-americanos<br />
com uma campanha que explora<br />
os traços culturais e os hábitos que<br />
unem os países da região. “Estamos<br />
questionando as fronteiras físicas e<br />
reforçando a cultura da região”, diz o<br />
diretor de marketing de inovação da<br />
empresa, Joel Ponte. Antes de lançar,<br />
Villares, da Natura,<br />
e lojas no México<br />
e na Colômbia (à esq.)<br />
em março passado, a linha “Natura<br />
Amor América”, segundo Ponte, duas<br />
especialistas em perfumaria viajaram<br />
pelos Andes e pela Patagônia em busca<br />
de inspiração, colecionando aromas,<br />
sabores e sons locais. De cada<br />
um dos ambientes teriam saído, entre<br />
outras especiarias, óleos essenciais<br />
exclusivos – e o mais importante, obtidos<br />
de forma sustentável.<br />
“Estamos só começando”, diz<br />
Pedro Villares, diretor de operações<br />
<strong>para</strong> a região. “Na América Latina<br />
inteira a Natura faz em torno<br />
de US$ 100 milhões, uma fração do<br />
faturamento total, da ordem de US$<br />
2,5 bilhões. Quer dizer, o potencial<br />
de crescimento da América Latina<br />
é muito grande.” Villares conta que<br />
foi ao Chile, em setembro, trabalhar<br />
o posicionamento da marca Natura,<br />
calcada sobre o conceito de sustentabilidade<br />
do ponto de vista da cultura<br />
local. “Vamos lançar um mapa<br />
de sustentabilidade feito pela Natura.<br />
Mapeamos Santiago em termos<br />
de pontos de reciclagem, parques,<br />
onde andar de bicicleta”, explica.<br />
“Resultou num guia de 200 páginas<br />
e nove mapas.”<br />
O apetitoso mercado interno<br />
Segundo a pesquisadora<br />
Karen Perrotta, da Universidade<br />
Mackenzie, de São Paulo, a ferramenta<br />
do branding tem enorme<br />
potencial no mercado interno, com<br />
a agregação de atributos intangíveis<br />
e emocionais às marcas que podem<br />
crescer entre consumidores de<br />
baixa renda. “A gente percebe que,<br />
em bairros modestos, as pessoas<br />
exibem as caixas de OMO na janela<br />
<strong>para</strong> mostrar aos vizinhos que podem<br />
comprar marcas mais caras.”<br />
Outro item em que a marca<br />
concorre bem com o preço, segundo<br />
Karen, são os alimentos. “Existe<br />
muita aversão ao risco”, explica ela.<br />
“As crianças aprendem preferências<br />
na escola e, se os pais não compram<br />
o que querem, não comem, e os pais<br />
não têm recursos, muitas vezes, <strong>para</strong><br />
fazer outra compra.” Sabendo disso,<br />
as empresas tratam de investir no<br />
branding. Almeida Prado, da Plano<br />
1, prevê um aumento da queda-debraço<br />
entre preço e marca em função<br />
do aperto da crise internacional.<br />
“Marcas não muito bem consolidadas<br />
podem ceder à preferência por<br />
preço, sim, e o investimento em branding<br />
pode ter uma queda, em alguns<br />
setores.” Por outro lado, o branding<br />
tende a ficar mais ousado, segundo<br />
ele. Como exemplo, menciona uma<br />
campanha em que atua, a da escova<br />
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