15.03.2015 Views

Edição 06 clique aqui para download - Revista PIB

Edição 06 clique aqui para download - Revista PIB

Edição 06 clique aqui para download - Revista PIB

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Alto-forno da Cosipa: o “descolamento” não funcionou, produção caiu<br />

Frederic Jean / AG.ISTOE<br />

... bonança comprando altos volumes<br />

na principal economia do mundo, os<br />

Estados Unidos, tendo se espalhado<br />

em seguida <strong>para</strong> os demais países<br />

industrializados.<br />

O fato de o olho do furacão estar<br />

longe fez crer inicialmente que pela<br />

primeira vez as economias emergentes<br />

estavam longe da tempestade e<br />

do perigo. Vozes levantaram-se <strong>para</strong><br />

All Canada Photos<br />

apontar o fim de uma era – da preponderância<br />

dos países desenvolvidos – e<br />

o início de um novo <strong>para</strong>digma nas<br />

relações internacionais, no qual os<br />

países emergentes, encabeçados pela<br />

China, iriam finalmente assumir papel<br />

de destaque na economia mundial.<br />

Com os principais países capitalistas<br />

incapacitados de se manter como a<br />

força dinâmica da economia, esse papel<br />

seria substituído pelos emergentes,<br />

a nova locomotiva do mundo.<br />

Peso na economia mundial<br />

Portanto, vale a pena repetir a pergunta:<br />

chegou a vez, finalmente, dos<br />

países emergentes? Será que a crise<br />

que impactou de forma tão determinante<br />

as economias centrais poderá<br />

dar aos países emergentes um peso<br />

mais decisivo na economia mundial?<br />

Segundo Hélios Herrera, professor<br />

de Economia da Universidade<br />

Columbia, de Nova York, se a<br />

crise provou algo foi que os países<br />

desenvolvidos e os Estados Unidos<br />

em particular continuam e continuarão<br />

sendo o motor da economia<br />

internacional. Para o professor, a<br />

queda no ritmo de crescimento dos<br />

países emergentes – que deverá se<br />

acentuar nos próximos meses – deixa<br />

claro que parte importante de seu<br />

vigoroso crescimento foi baseada no<br />

capital e na demanda provenientes<br />

dos países desenvolvidos.<br />

Na realidade, a idéia de que os<br />

emergentes estariam imunes à crise<br />

vai se dissipando à medida que começam<br />

a mostrar sinais de contágio. O<br />

professor Simão Silber, do Instituto<br />

de Economia da USP, acredita que o<br />

quadro que emerge da crise revela<br />

duas coisas: a primeira é que foi por<br />

água abaixo a teoria do “descolamento”,<br />

segundo a qual as economias em<br />

desenvolvimento não seriam atingidas<br />

pela crise nos países desenvolvidos;<br />

a segunda é que a crise afetará a<br />

todos, sem exceção, de forma significativa.<br />

Como é lógico, o impacto não<br />

será igual <strong>para</strong> todos, refletirá as diferentes<br />

características dos diferentes<br />

países. Para Silber, o que ruiu foi o mecanismo<br />

pelo qual os Estados Unidos<br />

absorviam as exportações chinesas e<br />

os países em desenvolvimento financiavam<br />

a dívida americana, enquanto<br />

a China e a Índia compravam altos<br />

volumes, a preços elevados, de commodities<br />

do Brasil e de outros países<br />

em desenvolvimento. Nessa equação<br />

entravam também os exportadores<br />

de petróleo, que tinham enormes lucros<br />

com base nos preços altos e no<br />

aumento do consumo mundial.<br />

Ao estourar a crise no coração do<br />

capitalismo mundial, essa estrutura<br />

ruiu e todos foram igualmente afetados<br />

pelo cataclismo. Para o professor<br />

Silber, porém, nem tal terremoto<br />

deverá causar um reequilíbrio de<br />

P I B<br />

37

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!