versão pdf - Livraria Imprensa Oficial
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Juscelino ia de tempos em tempos com os amigos e músicos a Ouro Preto e<br />
fazia serestas junto com a estudantada toda. E foi nessa época que eu o<br />
conheci, quando ele ainda era governador e nem sonhava em ser presidente.<br />
Anos mais tarde recebi um telefonema em casa:<br />
– É Inezita?<br />
Falei: É.<br />
– Aqui é o Jussa.<br />
Esse era o apelido dele, Juscelino era Jussa ou Nonô, os mineiros sabem. E<br />
eu pensando que era trote, falei:<br />
– Ora, vá caçar sapo! E bati o telefone.<br />
Ligou de novo:<br />
– Inezita, aqui quem fala é o Juscelino.<br />
Ai eu já comecei a amansar.<br />
– Não fica brava, não, estou ligando porque eu queria dar uma reunião aqui<br />
no Palácio...<br />
Nessa época ele já era presidente do Brasil.<br />
– E queria chamar o conjunto Madrigal (que era um coral de Belo Horizonte)<br />
e você para a gente fazer uma noitada aqui no Rio de Janeiro (onde ficava o<br />
palácio do governo federal).<br />
Aí, a tonta aqui comprou o maior vestido a rigor, um saltão, me arrumei e fui<br />
para o Rio. Quando chego ao Palácio, começaram a abrir as portas, eu fui<br />
entrando, mas não tinha ninguém me esperando, só aqueles guardas<br />
perfilados.<br />
Fui preparada para uma festa de gala com aquelas pessoas todas chiquíssimas,<br />
e fui ajeitando o cabelo e o vestido para entrar no salão.<br />
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