versão pdf - Livraria Imprensa Oficial
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Muitas desculpas, o dinheiro teve que ser devolvido e as pessoas, muitas<br />
amigas da minha avó, tiveram que voltar para casa sem música e completamente<br />
chocadas com o acontecido.<br />
Foi um vexame!<br />
Mas as mulheres da minha família são decididas e de briga, puxei esse<br />
meu jeitão dela.<br />
Ela ficou muito brava, mas na hora se acalmou e disse:<br />
– Está certo, meu esposo, não vou tocar. Mas a partir de hoje você nunca<br />
mais vai me ouvir cantar ou tocar alguma música nesse piano. Foi até o piano,<br />
trancou-o e depois jogou a chave no rio.<br />
A chave deve estar lá até hoje.<br />
E minha avó nunca mais cantou ou tocou para o meu avô. Depois de alguns<br />
anos ela veio com os três filhos para São Paulo, um deles meu pai, que era<br />
pequeno ainda, e foram morar primeiro em Ubatuba e depois em Santos,<br />
onde estavam as irmãs.<br />
Um dia, já em São Paulo, ela sabendo que eu gostava de música, me chamou<br />
para a sala da casa dela e tocou e cantou só para mim. Fiquei emocionada,<br />
a minha voz de contralto, puxei dela.<br />
A avó caipira<br />
Meu avô de São Paulo tinha cinco filhos quando casou com a minha avó.<br />
Ele ficara viúvo e voltou a Mogi Mirim para a casa do sogro e disse que<br />
queria casar de novo com uma irmã mais nova da falecida. Minha avó era<br />
ainda muito jovem, tinha 14 anos.<br />
Meu bisavô pediu então que ele esperasse alguns anos. O tempo passou,<br />
eles se casaram e tiveram mais 18 filhos. Uma delas, minha mãe.<br />
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