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Rádio e TV – Década de 1950<br />
O inicio dos anos 1950 foi uma verdadeira revolução na minha vida: cinema,<br />
teatro, o primeiro disco, filha pequena. Mas encontrei tempo para mais uma<br />
atividade.<br />
Embora já tivesse trabalhado na Rádio Bandeirantes, o meu primeiro contrato<br />
profissional foi com a Radio Nacional de São Paulo, uma espécie de<br />
filial da Nacional do Rio de Janeiro, que foi inaugurada em 1952.<br />
A Nacional vinha com toda a força querendo repetir o sucesso da matriz do<br />
Rio. Novos contratados e alguns dos grandes nomes que faziam parte do cast<br />
carioca. Cast era como se referia aos músicos contratados de uma emissora,<br />
também se apresentavam em São Paulo, até o cantor Francisco Alves, o<br />
maior ídolo da música brasileira da época, que era carioca, tinha um programa<br />
ao vivo, e Silvio Santos começava sua carreira na radio paulista.<br />
Fui convidada pelo Costa Lima a ir para a Rádio Nacional. Mas minha família<br />
olhava com certo preconceito.<br />
– Ih, mas é rádio.<br />
Mas o pessoal do Ceará, da família do meu marido, tinha me elogiado tanto<br />
como cantora, me posto lá em cima, que por aqui ninguém reclamou.<br />
Cantei na inauguração da Rádio Nacional em São Paulo. Foi no Teatro Cultura<br />
Artística, ali na rua Nestor Pestana e que pegou fogo há pouco tempo. Os<br />
programas de rádio eram feitos em auditório e nesse teatro se apresentaram<br />
nomes importantes da música internacional.<br />
No elenco da Nacional tinha a Orquestra do Spartaco Rossi, a orquestra do Gaó,<br />
Chico Alves, Ivon Cury, Isaura Garcia e a grande contratada era Hebe Camargo a<br />
A Estrela de São Paulo. Nessa época ela fazia um baita sucesso com aquela<br />
música:<br />
Sabiá lá na gaiola fez um buraquinho, e voou, voou, voou,<br />
E a menina que gostava tanto do bichinho,<br />
Chorou, chorou, chorou<br />
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