versão pdf - Livraria Imprensa Oficial
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Fiquei sete anos na Record, trabalhando com Eduardo Moreira, o primeiro<br />
diretor da TV brasileira a ir estudar fora do País. Estagiou nos Estados<br />
Unidos, e na volta acabou sendo um professor informal de muita gente que<br />
começava na TV brasileira.<br />
Moreirinha, como era chamado carinhosamente pelo seu tamanho, era uma<br />
pessoa que despertava imediatamente simpatia nas pessoas com quem<br />
trabalhava. No rosto sempre um sorriso e o seu bigode à la Salvador Dalí.<br />
Trabalhou primeiro na Record e depois na TV Cultura, onde fez musicais,<br />
programas infantis como o Jardim Zoológico, e educativos como o início do<br />
programa Vestibulando. Um diretor completo, e que teve muita importância<br />
na minha carreira.<br />
Com o Moreirinha comecei a fazer o Vamos Falar de Brasil. O programa<br />
durou sete anos, era um musical ao vivo, ou seja, ninguém podia errar,<br />
porque não tinha edição para consertar depois as falhas. O que acontecesse<br />
ia para o ar na hora.<br />
No programa eu cantava cinco músicas diferentes. Começava por exemplo<br />
com uma do cancioneiro gaúcho, vestida a caráter com desenho dos pampas<br />
ao fundo, depois uma sobre os remadores da Amazônia, com trajes da<br />
região e o desenho da selva no cenário. Tudo em preto e branco, o que<br />
ajudava, porque os cenários pareciam mais reais.<br />
Depois o tema do programa era o Nordeste com uma música do Catulo da<br />
Paixão Cearense, o cenário agora era a caatinga e eu já estava vestida como<br />
uma nordestina. A viagem continuava pelo Pantanal, e terminava com uma<br />
moda de viola caipira paulista.<br />
Imaginem tudo isso acontecendo ao vivo!<br />
Como não tinha tempo para trocar de roupa, eu começava o programa já<br />
vestida com todas as roupas. Bem gorda. Depois de cada música, eu tirava a<br />
de cima atrás do cenário, e ia tirando uma por uma, e terminava magrinha....<br />
Eu gostava de fazer, mas era uma loucura! Para cada música, um cenário<br />
diferente, pintado na hora por Manovic, um grande artista da época, filho do<br />
Manoel Vitor, um radialista famoso. A maquiagem e o figurino eram bem<br />
trabalhados e tinham que ser adequados ao tema. Sempre tinha um chapéu<br />
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