versão pdf - Livraria Imprensa Oficial
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Tocando viola, quando o fino para a moça era tocar piano.<br />
Não tive medo de ir contra a corrente dos novos estilos e modismos que me<br />
impunham as gravadoras, emissoras, patrões em busca de um apelo mais<br />
comercial.<br />
Sempre batalhei para trazer para o público – em shows, na TV e nos discos<br />
– a riqueza do folclore nacional e nunca tive medo de denunciar plágios,<br />
coincidências, e omissões de autoria de músicas retiradas, ou inspiradas em<br />
criações de domínio público.<br />
Não segui a carreira de sambista, mesmo com as frases elogiosas como:<br />
emocionou os batutas do morro carioca, desde a gravação de Ronda, como<br />
afirma o compositor Paulo Vanzolini, e mantive-me firme na música caipira,<br />
que descobri ainda criança na roda de viola dos peões da fazenda.<br />
Mesmo quando chegou a grande onda da nova música sertaneja dos anos<br />
1990, consegui manter a pureza autêntica do Viola, Minha Viola.<br />
Passei incólume pela história da música popular brasileira, sem pertencer a<br />
nenhum grupo ou escola.<br />
Sou professora.<br />
Tenho orgulho de ter sido chamada de gaúcha pelas danças de roda que<br />
cantava, de nordestina pelo bumba meu boi e pelas capoeiras que recolhi e<br />
cantei. Consegui ter um pouco de cada parte do Brasil e continuar paulistana,<br />
e corintiana.<br />
Trabalho ainda todo dia.<br />
Esse é meu segredo, não parar nunca.<br />
Continuo em busca das novas músicas, e dos novos talentos da viola.<br />
Amanhã é um novo dia; bem cedo o galo vai cantar e tudo começa de novo.<br />
Nasci com a espada na mão!<br />
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