. teologia / pastoral.depoimentos daqueles que encontraram abrigo no Colégio Português. Comoutros participantes na sessão, defendeu que urge divulgar, a nível nacionale mesmo internacional, a obra deste leiriense em favor das vítimas de perseguição.O padre Joaquim Carreira das Neves testemunhou o seu convívio comMonsenhor Carreira e a tentativa que fizera para ouvir do próprio o relato daobra que realizara. Ao que o sacerdote sempre respondeu: “Essas coisas nãose dizem, fazem-se”.Retalhos da vidaPor João Carreira MónicoJoaquim Carreira nasceu no lugar do Souto de Cima, paróquia da Caranguejeira,a 8 de Setembro de 1908. Seus pais, Joaquim Carreira e MariaInácia, pequenos lavradores, c<strong>ed</strong>o se preocuparam com a <strong>ed</strong>ucação do pequenitoJoaquim, o único rapaz do ranchinho de 5 filhos que Deus conc<strong>ed</strong>eu aocasal.Fez a 3.ª classe na Escola da Caranguejeira. Para continuar os estudos,teve de imigrar para Monte Real. Aqui, com apenas 10 anos, entre o trabalhode casa (ir à lenha e à fonte) e a escola, fez a 4ª classe. Preparou-se entãopara ingressar no Seminário de <strong>Leiria</strong>. Vencidas as resistências do pai, quese opunha por este ser o seu único rapaz, é aceite em 15 de Outubro de 1920.Tinha 12 anos. No Seminário, foi aluno aplicado, distinto e alegre, revelandoos seus talentos e o muito que tinha para dar. Com os seus colegas de curso,fundou a revista manuscrita, “Vida Activa”.Por decisão do Bispo de <strong>Leiria</strong>, D. José Alves Correia da Silva, foi enviadopara Roma, em 1926, para continuar os estudos eclesiásticos na UniversidadePontifícia Gregoriana. Aí concluiu a Licenciatura em Filosofia e DireitoCanónico e o Doutoramento em Teologia. A 19 de Setembro de 1931 foiordenado sacerdote, em Roma. Nesse mesmo ano regressou a Portugal, cheiode entusiasmo e conhecimentos filosóficos, teológicos e científicos.No Seminário de <strong>Leiria</strong>, de 1931 a 1940, o seu saber, alegria, d<strong>ed</strong>icaçãoaos alunos, amor ao sacerdócio e ao apostolado, eram contagiantes. A actividadesacerdotal multifacetada granjeou-lhe simpatia e colaboração, dentroe fora do Seminário. Animado pelos conhecimentos da física e química, lan-Reflexões| 46 • LEIRIA-FÁTIMA | 175
. teologia / pastoral .çou-se na organização de um Laboratório para fazer experiências naquelasdisciplinas. Criado para os alunos do Seminário era, no entanto, aberto aosde outras escolas da cidade. Paladino da comunicação, pôs no ar a sua Rádiolocal que, com graça, rotulou de “Rádio Esfola Gatos”! De Roma, trouxeconsigo uma máquina fotográfica. Com ela, guindou-se a fotógrafo do Santuário,elaborando um pequeno álbum intitulado “Vistas de <strong>Fátima</strong>”.Nomeado capelão da Boavista (1931-1940), para lá caminhava todas assemanas, quer chovesse, ventasse ou fizesse sol. Não tinha carro. Apenasuma bicicleta. Mesmo assim, chegava a tempo e horas, tantas vezes com abatina repassada pela chuva e lama dos caminhos. Na Boavista deu o melhorda sua vida, através de uma pastoral pensada e organizada para um povofaminto de Deus e de cultura. Fundou a Acção Católica e Conferência de S.Vicente de Paulo. Organizou a catequese e formou as catequistas através deretiros e cursos. Para as crianças, além da catequese, havia récitas, magustos,amêndoas e concursos. Fomentou encontros inter-paroquiais e diocesanos.Promoveu e acarinhou as vocações sacerdotais e religiosas que acompanhavacom solicitude paternal.Em 1940, após os treinos no aeródromo de <strong>Leiria</strong> e Monte Real, fezexame em Alverca e, sendo considerado apto e idóneo, recebeu a carta parapilotar aviões de turismo. Válida em Portugal e na Itália.Em Maio de 1940, o Bispo D. José Alves Correia da Silva mandou-o irnovamente para Roma. Foi de comboio. A Europa estava em guerra. Hitlere Mussolini faziam distúrbios em Roma. Não era risonho o cenário que oesperava. Nomeado Vice-Reitor do Colégio Pontifício Português, em brevepassou a Reitor. Aqui e durante a guerra, correndo o risco da própria vida,acolheu muitos refugiados, políticos e civis, fascistas, antifascistas, judeuse não judeus. Nunca foi molestado, mesmo quando saía de Roma para as aldeiasvizinhas à procura de alimentos. Furtando-se à vigilância dos soldadosnazis, lá ia, estrada fora, no carro do Colégio, mendigando alguns quilos demilho e outros mimos para os seus refugiados.Dispensado dos afazeres do Colégio Português, onde viveu 16 anos deintenso trabalho, d<strong>ed</strong>icação e orientação, retirou-se para a sua nova “Tebaida”– a Casa Madonna di <strong>Fátima</strong> – confiada às Irmãs Franciscanas Hospitaleirasda Imaculada Conceição. Daqui, fazia caminho para a Embaixada de Portugaljunto da Santa Sé, onde era Consultor Eclesiástico.Fiel cumpridor dos seus deveres, por todos era apreciado pela sua inteligência,bondade, desprendimento, hospitalidade e alegria. Acompanhoumissões diplomáticas. Recebeu e acompanhou a visita da Imagem Peregrina176 | LEIRIA-FÁTIMA • 46 |
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