. documentos pastorais .agarrar Cristo, tendo sido já agarrado por Ele. É esta experiência de ter sido“apanhado” por Cristo, que dá impulso à sua “corrida”; e, ao mesmo tempo,proporciona-lhe o maior tesouro: “a maravilha que é o conhecimento de CristoJesus, meu Senhor”. Sim, Jesus Cristo é o seu tesouro!Foi uma revelação que provocou nele uma “revolução”: desde então, tudoo que antes considerava “um ganho” tornou-se paradoxalmente, em palavrassuas, “perda e lixo”.“Daqui deriva para nós uma lição muito importante: o que conta é pôrJesus Cristo no centro da própria vida, de tal modo que a nossa identidadeseja caracterizada, essencialmente, pelo encontro com Cristo e com a Sua Palavra.À sua luz, qualquer outro valor é recuperado e purificado de eventuaisimperfeições” (Bento XVI).Eis a originalidade da fé cristã: ela encontra e exprime a sua originalidadena relação com Jesus Cristo. Ele é o “coração” da própria fé, “o autor eaperfeiçoador da nossa fé” (Heb 12,2). É o fundamento seguro, o conteúdoessencial e a meta viva e pessoal do acto de fé.Só com os olhos postos em Cristo, o cristão aprende a reconhecer a presençae a acção de Deus que o busca, que vem ao seu encontro e o chama auma comunhão nova. Jesus Cristo é o tesouro único que o cristianismo tempara oferecer.2.3. “Vivo na fé do Filho de Deus que me amou e se entregou por mim”(Gal 2,20): a fé como história de amorNum passo ulterior, Paulo guia-nos à contemplação do rosto de Cristo,r<strong>ed</strong>entor do homem e Senhor da história. Aqui deixa-nos ver a razão do seuencanto por Jesus, como tão bem o exprime Bento XVI:“Na carta aos Gálatas, ele dá-nos uma profissão de fé muito pessoal emque abre o seu coração diante dos leitores de todos os tempos e mostra qual éa mola mais íntima da sua vida: “Vivo a vida presente na fé do Filho de Deusque me amou e se entregou por mim” (2,20). Tudo o que Paulo faz, part<strong>ed</strong>este centro.A sua fé é a experiência do ser amado por Jesus Cristo de modo completamentepessoal: é a consciência de que Cristo enfrentou a morte não por qualquercoisa anónima, mas por amor dele, Paulo; e de que, como Ressuscitado,o continua a amar agora, isto é, que Cristo se entregou por ele.A sua fé é o ser alcançado pelo amor de Jesus Cristo, um amor que o tocano mais íntimo e o transforma. A sua fé não é uma teoria, uma opinião sobre36 | LEIRIA-FÁTIMA • 46 |
. documentos pastorais .Deus e sobre o mundo. A sua fé é o impacto do amor de Deus no seu coração.E assim esta fé é amor por Jesus Cristo.”Vemos portanto que a fé não nos coloca frente a coisas ou a um elenco deverdades abstractas e portanto frias ou ainda perante um conjunto de obrigaçõese proibições. Crer é aceitar alegremente, como válido para mim tal qualsou, esse inigualável acto pessoal de Jesus “Filho de Deus que me amou ese entregou por mim”. Só o Amor é digno de fé! Só daqui, o cristão tira luze força para a sua vida presente que se torna vida nova. Não é uma teoria ouuma lei que nos salva; é a pessoa viva de Cristo acolhido como Filho de Deuse Salvador nosso. Ele é tudo para nós como foi para Paulo: Ele é “a nossapaz” (Ef 2,14) “a nossa vida” (Col 3,4) nossa “sab<strong>ed</strong>oria, justiça, santificaçãoe r<strong>ed</strong>enção” (1Cor 1,30), nosso “único fundamento” (1Cor 3,11), “nossa esperança”(Col 1,27)!“Se não nos enamorarmos de Cristo, não teremos interesse algum comocristãos” (J. Ratzinger).Documentos2.4. “Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo...” (Ef 1,3):a fé, um sim ao Deus-AmorPor amor de Cristo, Paulo foi feito prisioneiro. Na prisão sente que a ameaçade morte pende sobre ele como uma espada de Dámocles. Na sua solidão,pensando porventura no fim próximo, procura, de algum modo, “compreenderqual a amplidão, o comprimento, a altura e a profundidade do amor deCristo, que exc<strong>ed</strong>e todo o conhecimento” (Ef 3,18-19).E no amor de Cristo contempla, deslumbrado, a beleza e a riqueza daternura de Deus que se revela no “Filho do Seu Amor”, como um projecto arealizar na história dos homens.Do coração de Paulo comovido, até às entranhas, brota um hino de júbilo,um Magnificat de acção de graças (cf. Ef 1,3-14). Aí desenvolve, como numgrande fresco, o grandioso projecto de Deus e convida a associarmo-nos àsua contemplação maravilhada: não à contemplação estética de um objectoou coisa bela, mas antes à contemplação cristã de um Deus que nos surpreendecom a sua iniciativa, o seu sonho de amor para connosco e nos agraciacom toda a espécie de dons espirituais, em Cristo. Contemplemos, pois, estesdons, ainda que brevemente:– o amor de eleição e pr<strong>ed</strong>ilecção que nos envolve e prec<strong>ed</strong>e desde todaa eternidade, tal como o amor dos nossos pais nos prec<strong>ed</strong>e antes de nos gerarempara a vida. Eis porque, de maneira tão estupenda, São Tomás de Aquino,| 46 • LEIRIA-FÁTIMA | 37
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