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Leiria-Fatima_ed_46.pdf - Diocese Leiria-Fátima

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. escritos episcopais .Bênção do Centro de Interpretação de S. JorgeRevisitar a Figura de Nun’ÁlvaresSaúdo com toda a deferência e cordialidade Sua Excelência, o SenhorPresidente da República e sua Ex.ma esposa, e estendo esta saudação a todosos ilustres convidados.Saúdo e agradeço, de modo particular, ao Senhor Presidente da “FundaçãoBatalha de Aljubarrota” o amável convite para proc<strong>ed</strong>er à bênçãodeste Centro de Interpretação. A seu insistente p<strong>ed</strong>ido, aceitei fazer, nestemomento, uma breve evocação da exemplaridade cristã do Patrono espiritualda Fundação e herói da batalha, D. Nuno Álvares Pereira. Interpretei o p<strong>ed</strong>idocomo um convite a revisitar a antiga e nobre figura de Nun’Álvares, porvezes tão maltratada.Como todas as grandes figuras da história, também esta está sujeita aoconflito de interpretações.O que está em causa é a interpretação da figura do Condestável do Reino,militar distinto na campanha da consolidação da independência nacional depoisda crise de 1383-85, considerado fundador da Real Casa de Bragança,proprietário de boa parte do território nacional que, a certa altura da vida,pensa abandonar a pátria e, na impossibilidade disso, resolve – à semelhançade Francisco de Assis – doar grande parte da fortuna aos pobres e a mosteirose ingressar na Ordem dos Carmelitas, como simples irmão leigo. A sua caridadee generosidade sem limites para com os pobres, criando casas de abrigopara doentes, órfãos e viúvas, a sua benevolência, misericórdia e protecçãopara com os vencidos nas batalhas, granjearam-lhe já em vida o epíteto de “OSanto Condestável”. O seu amor ao próximo não conhecia distinção de raçasou crenças, acolhendo nas suas terras mouros ou judeus que o chamavam de“pai” por lhes ter construído mesquitas e sinagogas.Neste conflito de interpretações há, segundo um interessante estudo deD. António Ferreira Gomes, bispo do Porto, duas versões inaceitáveis, umaantiga e uma moderna.A primeira delas é de Luís de Camões que o vê como um militar violento(“A mão na espada, irado e não facundo/ Ameaçando a terra, o mar emundo”), à imagem do Orlando Furioso (“D. Nuno Álvares digo, verdadeiroDocumentos| 46 • LEIRIA-FÁTIMA | 67

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