. documentos pastorais .perado do acontecimento: trata-se de uma graça divina completamente gratuita,imprevisível, extraordinária. Deus é sempre surpresa e surpreendente!A luz intensa vinda do céu faz referência a uma experiência divina. Comosuc<strong>ed</strong>era tantas vezes ao longo do Antigo Testamento, Deus manifesta a suapresença grande e maravilhosa, através de uma luz intensa, que deslumbra apessoa e a eleva a uma realidade nova fascinante.Paulo não só vê essa luz, mas é envolvido totalmente por ela: não é algoexterior que ele contempla, mas toca toda a sua pessoa, abarca todo o seu sere deixa-o cego. É o esplendor do Ressuscitado que o cega. De facto, Cristo“é um abismo de luz que cega e desassossega” (Kierkgaard).O fulgor no qual é envolvido faz com que caia por terra, expressão doassombro e atitude de adoração. Cai por terra, sim, mas não cai no vazio. Narealidade, cai nos braços do amor de Cristo, como mais tarde virá a descobrir.Paulo está fora de si, rendido ao que acaba de experimentar, incapaz de dizerou fazer o que quer que seja.2. Uma voz irrompe e interroga-o: Saulo, Saulo, porque me persegues? Aresposta de Paulo mostra, uma vez mais, o assombro e o mistério no qual sesente envolvido: ainda não percebeu o que está a suc<strong>ed</strong>er e, menos ainda, dequem é a voz que o interroga. Por isso, responde com uma pergunta: Quemés tu, Senhor? A resposta que recebe é a chave, a explicação de toda a experiência:é Jesus! Mas a frase tem um peso enorme: “Eu sou Jesus, a quem tupersegues”.O texto original grego é muito expressivo: ao utilizar literalmente o pronomepessoal “eu” (só se utiliza nos casos em que se quer sublinhar, nummodo particular, o sujeito) acompanhado pelo verbo ser (eu sou), tem umareferência clara ao nome de Deus como foi revelado a Moisés. Jesus ressuscitadorevela-se assim a Paulo como sendo Deus. Quem lhe veio ao encontro,era o Deus que ele servia e a quem queria ser fiel. Mas agora descobre queesse Deus se identifica com a Pessoa de Jesus, a quem ele estava a perseguirna pessoa dos cristãos.3. Segue-se uma ordem. “Ergue-te, entra na cidade e dir-te-ão o que tensa fazer”. É a continuação lógica do anterior. O “erguer-se”, alude à ressurreição.Significa a nova etapa que começa e é a única resposta que a perguntade Jesus pode ter: dispor-se a uma vida nova, a um novo começo. A partir deagora, já não será ele a decidir o que deve fazer; será a comunidade, a Igrejaque lhe transmitirá o que Deus dele pretende.34 | LEIRIA-FÁTIMA • 46 |
. documentos pastorais .O facto de Paulo, ainda cego, ter de ser levado pela mão e estar sem comernem beber durante três dias até que lhe imponham as mãos e seja baptizado,acentua a profundidade do suc<strong>ed</strong>ido: a necessidade de interiorizar o acontecimentoe a necessidade de purificação e preparação para entrar plenamente naIgreja. Só então, Paulo recupera a luz que a “visão” tinha cegado.É curioso que Ananias, a quem Deus ordena ir ter com Paulo, ainda semsaber da sua conversão, mostre m<strong>ed</strong>o de o encontrar pela fama que tinha.A resposta consoladora que recebe de Deus é um resumo daquela que seráa vida de Paulo a partir daquele momento: “Vai, pois esse homem é instrumentoda minha escolha, para levar o meu nome entre os pagãos, os reis e osfilhos de Israel. Eu mesmo lhe hei-de mostrar quanto ele tem de sofrer pelomeu nome!”No futuro, devido a este encontro com Jesus, Paulo intitula-se e é reconhecidopor todos como Apóstolo, equiparado aos doze que conviveram comJesus durante os três anos da sua vida pública.O caminho de Damasco tornou-se um símbolo universal para indicarnão só uma mudança existencial, mas também uma verdadeira fulguraçãoque transforma e transfigura todo o ser de uma pessoa. Além disso, tornouseum paradigma do caminho espiritual de todo o cristão, um itinerário deconversão, de fé e de amor a Cristo, que começa pela experiência pessoal doencontro com ele.Que nos diz a nós hoje? Como ilumina o nosso crescimento e a nossaformação na fé e na vida cristã?Documentos2.2. “Fui agarrado por Cristo” (Fil 3,12): a fé como encontro comCristoEnquanto São Lucas narra o facto com uma grande riqueza de pormenores,Paulo nas suas cartas vai directo ao essencial. Para recordar a mudançaradical da sua vida, várias vezes se refere a essa experiência extraordináriaem termos autobiográficos. Ele fala de visão (Cristo fez-se ver a mim: 1Cor15,8; 9,1), de iluminação (2Cor 4,6) e sobretudo de revelação e vocação(aprouve a Deus revelar o Seu Filho em mim: Gal 1,15-16), de corrida ouluta (fui agarrado por Cristo: Fil 3,12), no encontro com o Ressuscitado.A expressão mais forte a que Paulo recorre talvez seja a da carta aosFilipenses (cf. Fil 3,2-16), onde diz que foi agarrado, apanhado, tomado,conquistado, alcançado, cativado por Cristo. Esta expressão está inserida nocontexto de uma imagem proveniente do campo desportivo: Paulo corre para| 46 • LEIRIA-FÁTIMA | 35
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