Revista <strong>Adusp</strong>Fruto da sinergia entre os planosde “integração nacional” do regimemilitar e os seus próprios planos deexpansão, fertilizados por um atéhoje não explicado acordo com ogrupo Time-Warner, as OrganizaçõesGlobo chegam ao século XXIcomo um dos maiores grupos empresariaisprivados do país.Não sem algum susto: em 2002,anunciou-se o default da sua controladora,a Globopar. Os investimentosfeitos em telefonia, distribuiçãode TV por cabo e satélite forammaiores do que o retorno, e nem alucrativa Rede Globo de Televisão(que cobre 98% do território nacionale abocanha 52% da audiênciada TV aberta) podia fazer fecharemas contas.A reestruturação levou à associaçãocom grandes grupos internacionais.Os caminhos para isso foramconturbados. Primeiro, foi precisogarantir a abertura dos mercados aocapital estrangeiro. Diante da suadívida, restou à Globo pressionarpela aprovação da PEC 203. Veio,então, a fusão entre Sky e DirecTV,tornando a Globo sócia do magnataaustraliano Rupert Murdoch. Emseguida, foi a vez da Net. O controleacionário passou à Telmex de CarlosSlim, via Embratel. O negócio, quecontraria os limites de propriedadeestrangeira em empresas de TV acabo, foi aprovado pela Anatel.Se de um lado abriu mão decontrolar infra-estrutura no negóciode TV por assinatura, de outrovem garantindo a supremacia naprogramação. A Net Brasil seguesob controle acionário da famíliaMarinho e é responsável por 83%do mercado de “empacotamento decanais”, ou seja, a venda de pacotesJaneiro 2008de programação para as grandesdistribuidoras nacionais, para algumasindependentes e também paradistribuidoras internacionais.O foco, agora, é a produção deconteúdo em várias plataformas.Uma opção tem sido levar para a Internettodo o arsenal produzido nassuas empresas tradicionais (a TV, osjornais e as várias rádios), apostandotambém no cinema, com a GloboFilmes. Outra, reforçar a presençanos canais segmentados (os canaisGlobosat) e na programação paraTV por assinatura — a Net Brasil.Há, ainda, as associações comempresas de distribuição de conteúdoem plataformas diversas, comoa operadora de celular Vivo, comquem a Globo tem um acordo quecontempla o “Big Brother Brasil”.O programa é o principal produtoda Endemol Brasil.Os negócios da família MarinhoTV abertaTV segmentadaTV por assinaturaJornaisInternetRádioAgências de notíciasRevistasEditoraGravadoraCinemaShopping centersRede Globo: cinco emissoras próprias, 121 afiliadasGlobosat: GloboNews, Multishow, Canais SporTV, GNT, Rede Telecine, Canal Brasil,Universal Channel, Premiere Futebol Clube, Premiere Shows, Premiere CombateGlobo InternacionalNet Brasil (programação), Net Serviços (distribuição), Sky Brasil (distribuição)O Globo, Extra, Diário de S. Paulo, Valor EconômicoGlobo.com (portal e provedor)Sistema Globo de Rádio: Globo AM (RJ, MG e SP; rede com 27 emissoras), Globo FM (RJ),CBN (RJ, SP, BH, DF; rede com 26 emissoras), 98 FM Rio de Janeiro, BH FM Belo HorizonteAgência GloboEditora Globo (Época e outros 20 títulos)Globo LivrosSom LivreGlobo Filmes (produção)São Marcos Empreendimentos Imobiliários: shopping centers Vale (São José dos Campos-SP), Interlagos (São Paulo-SP), Downtown e Botafogo Praia Shopping (Rio de Janeiro-RJ)13
Janeiro 2008Revista <strong>Adusp</strong>Grupo Sílvio SantosFaturamento: R$ 3,23 bilhões em 2006Frentes de atividade em mídia: TV aberta, TV por assinatura, produção audiovisualFrentes de atividade extra-mídia: setor financeiro, empreendimentos imobiliários,comércio de automóveis, comércio varejistaProprietários: Sílvio Santos e famíliaPrincipais sócios: Grupo Bandeirantes de Comunicação, HMT&F - Hicks Muse, Tate &Furst e LAIF - Latin American Infrastructure Fund - GE Capital e AIG (na TVCidade). Rede Accor de Hotéis (Sofitel Jequitimar Guarujá)A diversidade dos negócios doempresário Senor Abravanel, ouSílvio Santos, justifica que o grupoque controla tenha seu nome, ao invésde tomar emprestado o do SistemaBrasileiro de Televisão (SBT).Mas não é difícil imaginar que, sema rede de TV, seus empreendimentos— que vão de um banco comercialà produção de cosméticos, passandopor shopping centers e hotéis— não seriam tão prósperos.A rede do SBT é, em númerode emissoras e retransmissoras, asegunda maior do país. São 8 geradoraspróprias e 98 emissoras afiliadas,cobrindo 98% do territórionacional. Em diferentes Estados, 47grupos regionais de comunicaçãoestão afiliados à rede de TV de SílvioSantos. O segundo lugar em audiênciae faturamento, no entanto,vê-se ameaçado pela agressiva ampliaçãoda Rede Record. Em 2006,o SBT foi a única operação do GrupoSilvio Santos a dar prejuízo.Não há sinais, no entanto, deque o SBT e o próprio Grupo SílvioSantos venham a alterar a estratégiaque colocou o grupo entreos maiores do país: a fórmulainiciada pela dobradinha Baú daFelicidade/SBT, que deu origema toda a série de investimentosno setor financeiro voltado parao mesmo público do programade auditório do controlador dogrupo.O Banco Panamericano, pontade-lançado grupo no setor financeiro,é o 32º no ranking de ativostotais do Banco Central.Os negócios de Sílvio SantosTV abertaTV a caboComércio varejistaComércio e capitalizaçãoServiços financeirosEmpreendimentos imobiliáriosHotelariaCosméticos8 emissoras próprias, 98 emissoras afiliadasTV Alphaville, TV CidadeRede Baú da FelicidadeBaú da Felicidade, Liderança CapitalizaçãoBanco Panamericano, Panamericano Cartões de Crédito, PanamericanoLeasing, Panamericano Seguradora, Consórcio PanamericanoSisan Empreendimentos Imobiliários, Shopping Vimave, Shopping Bela VistaSofitel Jequitimar GuarujáSSR Cosméticos (marcas Hydrogen e Jequiti)14