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TELEVISÃO DIGITAL: ESTA HISTóRIA NÃO COMEÇA EM ... - Adusp

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Revista <strong>Adusp</strong>uma visão comum sobre sua missãoe papel na sociedade. Partem deum projeto público de televisão queofereça o reconhecimento e expressãoda diversidade cultural que representea pluralidade ideológicopolíticae propicie uma informaçãoindependente e inclusiva. Ou seja,enquanto a televisão comercial falaao consumidor, a televisão públicadialoga com o cidadão, formandotelespectadores críticos. Cabe a elaampliar as possibilidades simbólicasde representação para a construçãoda cidadania, através de processostransparentes e participativos, quegarantam a inclusão de outras estéticase outras narrativas.Neste sentido, a televisão públicaé um poderoso e necessário instrumentode transformação social.Para atingir este objetivo, precisa davontade da sociedade e da disponibilidadedo Estado e de suas instituiçõesem democratizar a informação,a formação e o entretenimento, nãodeixando isso apenas nas mãos dasemissoras privadas, e em garantir aindependência política e econômicada emissora pública.A informação deve produzirreflexão sobre os acontecimentose não uma submissão à emoçãoproposta por eles. Não interessa oespetáculo da notícia; interessa oacompanhamento e reflexão sobreos problemas brasileiros e mundiaise as alternativas para sua superação.Uma programação que permitaoutras abordagens de opinião; eque reconheça os processos sociaiscentrais para a comunidade que, apartir de suas especificidades, dãovisibilidade a outros sujeitos da comunicação.Assim como todas as emissorasde rádio e televisão, a programaçãodas públicas deve seguir os princípiosconstitucionais da preferênciaa finalidades educativas, artísticas,culturais e informativas; de promoçãoda cultura nacional e regional eestímulo à produção independenteque objetive sua divulgação; e deregionalização da produção cultural,artística e jornalística. Tudo isso écentral em seu processo de consolidação,de construção de sua credibilidadee também de sua audiência.O debate sobre a audiência dasemissoras públicas, aliás, está diretamentevinculado à sua programação.Na sua condição de televisão aberta,não é incorreto encarar a vocação datelevisão pública como uma vocaçãode massas. Há quem defenda queseus programas devem buscar atingirum grande público. É desta formaque trabalha a British BroadcastingCorporation (BBC), a rede públicada Inglaterra. O outro lado destamoeda é que o foco exclusivo naaudiência imediata, típico dos canaiscomerciais, deixa pouca margem deliberdade para a experimentação,a inovação e o desenvolvimento dadiversidade de programação.Esta ponderação faz-se especialmenteimportante no caso brasileiro,em que os limites de exploraçãoda linguagem por parte da televisãosão especialmente estreitos e o modelodas grandes redes comerciais éa única referência consolidada. Esteé o espaço que deve ser ocupadopela radiodifusão pública: buscar orompimento dos padrões estabelecidospela televisão privada.É bom lembrar ainda que o termoaudiência, desde suas origens,Janeiro 2008traz em si o duplo significado dereceber e emitir informação. Seriapreciso lutar então para que a televisãopública fosse assumida e praticadacomo dispositivo educativocultural-político;para que as câmerase microfones chegassem às mãosdas pessoas e assim eliminassem osmediadores profissionais, possibilitandoque cada voz se expressasseda sua própria e única maneira,garantindo o exercício do direito àcomunicação de toda a população.Falta uma regulamentaçãodo setor que defina osparâmetros e alcancesda participação popularna radiodifusão públicabrasileira. Participaçãoessencial para consolidara comunicação como umdireito e exercer controlesocial da mídiaEm Portugal, um dos canaisda Rádio e Televisão de Portugal(RTP), chamado de canal da sociedade,tem sua grade de programaçãoocupada justamente pelo queé produzido por dezenas de instituiçõessociais do país, em cumprimentoao que a Constituiçãoportuguesa diz sobre o objetivo daabertura progressiva das emissorasà sociedade civil. Por aqui, as experiênciasainda são pontuais. Mesmoquando a emissora consegue certaautonomia política em relação ao51

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