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TELEVISÃO DIGITAL: ESTA HISTóRIA NÃO COMEÇA EM ... - Adusp

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Revista <strong>Adusp</strong>Câmara dos Deputados, reunindocerca de 30 entidades da sociedadecivil. No horizonte, a primeira grandeConferência Nacional de Comunicação,marcada para 2008. Oobjetivo comum desses movimentosé instituir o interesse público nadefinição das políticas de comunicação,incluindo as concessões decanais de rádio e TV. 3O contexto em que tudo isso estáacontecendo é o de uma transformaçãoprofunda, ainda em progressãoveloz, no modo de produçãoe no mercado da comunicação.A passagem dos sinais analógicospara os digitais permite multiplicarpor até dez o número de canais noespectro eletromagnético. A Interneteclodiu como uma nova e poderosamídia, além de ferramentade trabalho. E mal se passaram algunsanos, os aparelhos celularesjá podem ser definidos como maisuma nova mídia, um modo portátilde ver o mundo e interagir com asoutras mídias.Além dos cinco jornais dereferência nacional, degrande visibilidade, mas quesubstituíram o jornalismofactual pela ideologia pura,o mercado editorial seenriquece, se diversifica,graças aos baixos custosde produção que a Internettornou possíveisEsse conjunto de novos meiosmuda por completo o panoramada comunicação social. Pela primeiravez, as tecnologias, além dedemocratizarem a comunicação,barateiam custo, descentralizam aprodução. Pela primeira vez, surgeuma tecnologia que dá, a cada serhumano minimamente inserido numasociedade moderna, o direito deinformar, como distinto do direitode ser informado. Essa é a mais importantedimensão da Internet.O barateamento dos custos explicaa explosão de revistas de pequenacirculação hoje no Brasil,inclusive revistas temáticas de altopadrão editorial, em todos os camposdo conhecimento e da atividadehumana. Além dos cinco jornaisde referência nacional, de grandevisibilidade, mas que substituíramo jornalismo factual pela ideologiapura, descolando-se do sentimentopopular, o mercado editorial seenriquece a cada dia, se diversifica,se fragmenta, graças aos baixoscustos do novo modo de produção,circulação e acesso, desbloqueadospela Internet.Os grandes grupos tentam mantero domínio de mercado atravésdo controle dos canais de comercialização,das megafusões e da práticado super-sinergismo pelo qualveículos diferentes do mesmo conglomeradopromovem-se uns aosoutros, e da insistência no conceitode “pirataria”. 4 Trata-se, no entantode uma ação reativa, que não conseguefrear o desenvolvimento dasforças produtivas da comunicação,hoje movidas por uma exuberânciatecnológica que torna difícil mantero padrão anterior de controle. AJaneiro 2008nova tecnologia é intrinsecamentelibertária e desconcentradora.O governo Lula é mais sensívelàs demandas dos setores organizadosdos trabalhadores e deminorias secularmente excluídas.Por isso mesmo, é hostilizado fortementepelas elites tradicionais e,em conseqüência, pela mídia convencional,que na América Latinatem raízes oligárquicas, perfil elitistae cultura autoritária. Procurandoproteger seus flancos, Lulafirmou, primeiro, um pacto estratégicocom o capital financeiro.Depois, firmou outro, com a RedeGlobo, valendo-se do poder de retaliaçãoadquirido pela chegada aopoder. O governo cobra da Globoum mínimo de isenção.As decisões de partir para o recadastramentoe para a formaçãode uma rede pública de TV sugeremo esgotamento do acordo deconvivência com a Globo. Não sãoapenas o resultado das lutas pelaredemocratização dentro do aparelhode Estado. O próprio executivoconvenceu-se de que na campanhada reeleição a Globo violou asregras mínimas de isenção, retomandoa postura de querer ditaros destinos do país em vez de selimitar a reportá-los.No contexto ideológico está amaior fraqueza do campo popular.O panorama é contraditório,desafiando uma definição. Na facevisível das manifestações políticase culturais parece prevalecer o valorneoliberal, do “cada um por si,Deus por todos”. Mas, nas águasmais profundas, os valores dominantessão os do “politicamentecorreto”, tolerância e pluralismo,85

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