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TELEVISÃO DIGITAL: ESTA HISTóRIA NÃO COMEÇA EM ... - Adusp

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Janeiro 2008A pirataria começou a se tornarmais evidente quando seleções doWeekly passaram a ser publicadasna forma de livro, 10 anos depoisdo surgimento do “jornalzinho”.Hoje, é impossível considerar a“outra versão” dos anos 1950 a 70sem passar por Stone, respeitandoseu legado.O título de professor daUFPa, que me honra muito,me ajuda a me sentirem casa quando subo dojornalismo à academia. Foicomo me senti ao recebera homenagem especial nasessão de abertura da 59ªReunião Anual da SBPC, aoque parece a primeira dessetipo prestada a um jornalistaÉ esse acervo que foi modificandoo relacionamento entre aacademia e o jornalismo. Depoisde muitas palestras, na recepçãoao meu título de jornalista já nãoera tão marcante a reação adversado apresentador e do público. Amuleta da sociologia ainda ajudava— e continua a ajudar — meuRevista <strong>Adusp</strong>tráfego entre os sacerdotes do saber,minha aceitação pelos que,afinal, são um tanto meus pares.Saí da Universidade Federal doPará há 10 anos, mas continuo aser tratado como se fora professorda instituição.O título, dado sem minha sugestão,mais por gravitação deuma necessidade protocolar, mehonra muito. Minha memória dossete anos na UFPA é boa, mantémagradável recordação e saudade.Quando o balanço é positivo, o títulose torna vitalício, como o dossenadores italianos, sem a contaminaçãodos benefícios espúriosda vitaliciedade, quando imerecida.O título me ajuda a me sentirem casa quando subo do jornalismoà academia, como fiz dezenase dezenas de vezes, nesse já longociclo de palestras.Foi como me senti no dia 8 dejunho de 2007, dentre mais de duasmil pessoas presentes ao centrode convenções de Belém (obra doelitismo tucano, que se manteveà frente do governo do Estadoao longo de 12 anos, mimetizadapelos neopopulistas do PT, queassumiram o poder neste ano),ao receber a homenagem especialna sessão de abertura da 59ª ReuniãoAnual da Sociedade Brasileirapara o Progresso da Ciência, asegunda realizada na Amazônia,ao que parece a primeira homenagemdesse tipo prestada a umjornalista e a um paraense-amazônida.Foi a homenagem da maiorentidade científica do continentea um jornalismo que, como apoesia de Carlos Drummond deAndrade, está comprometido comseu tempo e sua gente. Um tempopresente, um mundo presente,como disse nosso irmão-gêmeode terra minerada, o homem quelamentou a perda de Itabira, masnão pôde ver Carajás.Sem o poder dos versos e sema grandeza de Drummond, o quenos resta é sermos operários dasletras, que moldam com palavrasa percepção desta nova epopéia,tão distante das Minas Gerais,tão ao feitio dos seus feitores.Nenhum de nós extraiu de si atéagora lamento como o de Drummond.Conseguiremos, então, naAmazônia colonizada, criar umahistória que não dê motivos paraversos de tristeza, como os do poetaitabirano?É a pergunta que fica e o desafioque se impõe ao nosso tempo.Sobre o autorLúcio Flávio Pinto, criador e editor do JornalPessoal, é jornalista e sociólogo. Foi repórter do Correioda Manhã, da revista Realidade e do jornal O Estado deS. Paulo, onde trabalhou por 17 anos e cuja sucursal emBelém criou e chefiou. Autor de vários livros, entre elesAmazônia: no rastro do saque (Hucitec, 1980), Jari:toda a verdade sobre o projeto de Ludwig (Marco Zero,1986) e O Jornalismo na Linha de Tiro (2007).Notas do Editor1 Dos processos movidos contra Lúcio Flávio, 13 são de autoria de membros da família Maiorana, que vêm a ser os proprietários do Grupo Liberal, ao qual pertencem o jornal e a TVdo mesmo nome, esta afiliada à Rede Globo. No dia 21 de janeiro de 2005, o jornalista foi agredido a socos e pontapés, em local público, por Ronaldo Maiorana e por dois policiaismilitaresque trabalham ilegalmente como seguranças do empresário.2 Raimundo Rodrigues Pereira notabilizou-se, posteriormente, como um dos mais importantes jornalistas da imprensa de oposição ao regime militar. Foi o principal editor dos jornaisAmanhã, Opinião e Movimento. Uma apreciação notável, porém controvertida, do papel desempenhado por Raimundo à frente desses jornais pode ser encontrada em Jornalistas eRevolucionários, de Bernardo Kucinsky (Scritta, 1994).82

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