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TELEVISÃO DIGITAL: ESTA HISTóRIA NÃO COMEÇA EM ... - Adusp

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Janeiro 2008Documentos produzidos em diferentestelevisões européias mostramque seus fundadores as conceberamcomo instrumentos responsáveispor sustentar e renovar ascaracterísticas culturais básicas dasociedade, capazes de oferecer aosatores, músicos, escritores, teatrólogose intelectuais de modo gerala oportunidade de disseminaremde forma ampla seu trabalho criativo.E de possibilitar aos ouvintes etelespectadores a oportunidade deacesso ao produto desses talentos.O primeiro diretor-geral da BBC,o escocês John Reith, dizia que oobjetivo do rádio era de “levar paradentro do maior número possível delares tudo o que de melhor existe emcada parte do esforço e realizaçãohumana”. Cerca de 50 anos depois,nos anos 1980, outro diretor da BBC,Alsdair Milne, afirmava que o “o serviçopúblico de rádio e televisão devetornar o popular respeitável e o que érespeitável popular”. Um belo desafiopara os nossos produtores.Em vários países da Europa,passada a maré privatistados anos 1980, as televisõespúblicas seguem dividindoao meio as audiências.Para as emissoras públicasa audiência não pode serobsessão, mas também nãopode ser desprezada, afinaltrata-se de dinheiro públicoAudiência das TVs públicas na Europa (2002)PaísCanais públicosMas vale a pena mencionar outraspreocupações dessas emissoras.Elas têm em comum a obrigação de“despertar o público para idéias egostos culturais menos familiares,ampliando mentes e horizontes, etalvez desafiando suposições existentesacerca da vida, da moralidadee da sociedade. A televisãopode, também, elevar a qualidadede vida do telespectador, em vez depuxá-lo para dentro do rotineiro”.São idéias que estão até hoje integradasem programas considerados,internacionalmente, de alta qualidade,“concebidos como forma decapacitar o telespectador para umaenriquecedora experiência de vida”,no dizer do professor Blumer.E não estamos falando de programaselitistas ou maçantes, comoalguns detratores da televisãopública gostam de rotulá-los. Provadisso são os índices de audiência.Em vários países da Europa,passada a maré privatista dos anos1980, as televisões públicas seguemdividindo ao meio as audiências.Canais privadosnacionaisRevista <strong>Adusp</strong>Outros*Alemanha 40,5% 41,5% 18%Espanha 30,5% 43% 26,5% (1)França 41,5% 47,5% 11%Itália 45% 44% 11%Reino Unido 46% (2) 30% 24%Países Baixos** 36% 41,5% 22,5%Portugal** 26,5% 63% 10,5%*Cabo, satélite, locais, etc.** Para esses países o ano de referência é 2002.(1) Dos quais 18% através dos canais “autonômicos” das principais províncias, transmitidos demodo terrestre.(2) Dos quais 10% pelo Channel 4.É sempre bom lembrar que paraas emissoras públicas a audiêncianão pode ser obsessão — como sedá com as emissoras comerciais— mas também não pode ser desprezada,afinal trata-se do uso dedinheiro público que, em qualquercircunstância, deve ser bem aplicado.Apenas para ilustrar, a tabelaacima traz alguns números de audiênciana Europa. Os dados sãode 2003 e foram publicados no livroLa Tèlèvision, de Régine Chaniac eJean Pierre Jézéquel, em 2005.Claro que para chegar a essesíndices é indispensável uma boa epermanente fonte de recursos. Masnão só. No caso de uma TV Públicaé fundamental também a sua independênciaem relação a interessesparticularistas, sejam eles políticos,comerciais, religiosos. Vinculandosea qualquer um deles, a TV Públicaperde não só a sua autonomia,mas também sua identidade e o queé pior, a sua credibilidade.Cabe, isto sim, ressaltar a importânciadesses fatores para a questão58

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