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TELEVISÃO DIGITAL: ESTA HISTóRIA NÃO COMEÇA EM ... - Adusp

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Revista <strong>Adusp</strong>impedir por normas claras o monopólioregional e o monopólio cruzado;(d) subordinar a concessão àapresentação de projetos editoriaisharmônicos com políticas públicaspreviamente acordadas em fórunslegítimos e democráticos; (e) regrasclaras de operação, limitandotempo de propaganda, obrigandotempo mínimo de noticiário e taxamínima de ocupação com produçãonacional e regional.Nosso trabalho de crítica eacompanhamento de mídiajá conseguiu forçar dirigentesda mídia convencional auma explicação pública desuas práticas. Mas é pouco,frente ao fosso que separa aprática jornalística no Brasildos princípios éticos autoproclamadospelo jornalismoA constituição da rede públicade TV é hoje a nossa segunda maisimportante frente de luta, mesmo naperspectiva de declínio relativo daimportância da TV no futuro próximofrente à Internet. 5 O movimentopela democratização da informaçãotem uma estratégia clara para entrarna briga pela definição do caráterda rede pública? Parece que não.As definições vêm se dando aos pedaços,tentando por um lado acomodardisputas internas de grupospalacianos e por outro, não assustaro campo conservador. Daí o cuidadoextremo na formação de seu corpodirigente e de seu conselho, formadospor quadros do próprio sistemadominante. Procura-se a legitimidademimetizando. “Na crise surgeuma grande variedade de sintomasmórbidos”, disse Gramsci nos seusCadernos do Cárcere. A crise consisteprecisamente no fato de que “ovelho está morrendo, e o novo aindanão consegue nascer”.Vamos torcer e trabalhar paraque a TV pública não seja apenasmais um “sintoma mórbido”, maisum apêndice culturalmente melhoradodo sistema de comunicaçãode massa mercantil. É preciso queela tenha peso no processo de formaçãoda agenda nacional e se guiepor princípios de pluralidade, radicalidadejornalística e republicanismo.Não é impossível tirar o projetode TV pública de seu invólucrodefensivo e burocrático. A explosãocriativa do cinema nacional mostraque há vida além da Rede Globoe da Globosat. Que há uma novageração de artistas e intelectuaisquerendo falar e tendo o que falar.Eles deveriam estar no cerne da redepública de TV.Nossa terceira frente de luta éa interna, na esfera da ética jornalística.Nosso trabalho de crítica eacompanhamento de mídia já conseguiuforçar dirigentes da mídiaconvencional a uma explicação públicade suas práticas. Mas é pouco,frente ao fosso que separa a práticajornalística no Brasil dos princípioséticos auto-proclamados pelo jornalismo.Não por acaso, o Brasil é opaís em que há mais processos contrajornalistas, em termos relativos,por crimes de imprensa. 6Janeiro 2008As entidades de acompanhamentode mídia podem aumentar muitosua capacidade de intervenção, alargandoa brecha já aberta, se optarempor críticas tópicas mais imediatas,em cima de episódios específicos.Ao mesmo tempo podem robustecersua ação, aumentar em muitosua legitimidade, intensificando seuscontatos com a academia, que fazestudos mais metódicos, mas numtempo de maturação mais lento.A frente da ética é difícil porquemuitos jornalistas tiram o corpo, alegandoque “são os patrões que mandamfazer assim”. Os sindicatos e aFenaj contribuíram para essa dissociação,criando um “código de éticados jornalistas”, que não é negociadocom o patronato e muito menospor eles subscrito. Além disso, o códigode ética dos jornalistas brasileirosé meramente simbólico, porquea maioria dos jornalistas o ignora eos comitês de ética dos sindicatos sófuncionam nos casos de defesa deinteresses corporativos. Não punemas violações da ética profissional.Também tratam indiferentementejornalistas e assessores de imprensa.Nessa esfera deveríamos encetaruma campanha por etapas, que conseguissenum primeiro momento,seja através de acordos coletivos detrabalho ou por lei do Congresso,a implantação da cláusula de consciêncianas redações. Uma cláusulaque proteja o jornalista contrapunições por motivos de opinião.Seria interessante também impedira prática do anonimato, que já évedado pela Lei de Imprensa, maspraticado amplamente. Instituir aassinatura das matérias como práticaobrigatória.87

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