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TELEVISÃO DIGITAL: ESTA HISTóRIA NÃO COMEÇA EM ... - Adusp

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Janeiro 2008a trajetória da humanidade. O velhohistoriador, que morreria anosdepois, foi condescendente com omenino curioso ao constatar queseu entrevistador podia dialogarcom certo conhecimento de causasobre o tema proposto.Nessa época não havia nenhumarquivo de texto nos jornais deBelém, recurso ainda pouco usualaté mesmo na grande imprensanacional. Tentei sem sucesso sensibilizara direção de A Provínciapara esse investimento vital, massomente anos depois ela aceitoucriar o primeiro arquivo do jornal,restrito, porém, a fotografias.Até hoje essa é uma das mais flagranteslacunas na retaguarda daimprensa local. Esse é recurso essencialpara um jornalismo de melhorconteúdo. Uma das razões dosucesso do Jornal do Brasil na passagementre os anos 1950 e 60 foio seu Departamento de Pesquisa,criado por Murilo Felisberto, recentementefalecido (sem o destaquemerecido), e aprimorado porFernando Gabeira.As especialidades sãouma ferramenta a maisno estojo do jornalista,um profissional que éespecífico, único e útilporque testemunha de fatoacontecimentos tão díspares.Esteve no olho do furacão.Pode dizer: “meninos, eu vi”Muitos leitores, como eu, liamos textos do JB de baixo para cima,do box, preparado pelo Departamentode Pesquisa, para a matériado dia. Esse modo de procederenriquecia o acompanhamento docotidiano ao encadeá-lo no processohistórico.Antes mesmo de me profissionalizareu já organizava minha coleçãode recortes de jornais e revistas,um fardo que foi crescendopaquidermicamente ao longo dosanos. Também procurava documentosoficiais e publicações corporativas,o que me tornou clienteprecoce do IBGE. Fui leitor compulsivodesde a primeira hora daalfabetização, e, por isso mesmo,desorganizado, caótico. Mas oacesso à teologia e à filosofia dosprimeiros existencialistas me fezperceber que precisava de disciplina.Queria continuar a ler peloprincípio do prazer, que se tornoumeu norte de vida. Mas tinha tambémque produzir, criar.Para isso, precisava seguir umprocesso de acumulação de dados,sempre mais seguros e mais amplos,guiado por uma bibliografiasistemática, que formava graças auma conta-corrente numa livrariade Belém, que comprava todosos títulos disponíveis nos catálogosdas editoras. Sempre à catade curiosidades interessantes parailustrar meus “causos” ou paradesvendar raízes obscuras ou insólitas,também fui imberbe clientedos “sebos”.Graças a essa dupla via, achoque formei minha carapaça dejornalista sem perder o enchimentode vivacidade e leveza,Revista <strong>Adusp</strong>que a leitura por puro prazerproporciona. Como eu, muitosoutros que, em várias partes dopaís, seguiam a mesma trajetória,no rumo de um jornalismoenriquecido. Tão acrescido quecomeçaram a surgir adjetivosacompanhantes para qualificálo:investigativo, econômico, ambiental,indigenista, amazônico.As especialidades, de fato, sãonecessárias. Mas são complementares,uma ferramenta a mais noestojo de um profissional que éespecífico, único e útil porque testemunhaacontecimentos tão díspares,testemunhando-os de fato,não por mera leitura, por ouvirdizer. Esteve no olho do furacão.Pode dizer: “meninos, eu vi”. Semser presunçoso ou pretensioso.Empenhado em assegurar para asociedade a perenidade do cotidiano,eliminando o efêmero que seesfuma no dia-a-dia, desprovido deconteúdo, de história.Fazer esse jornalismo é difícil edesgastante. Quando saímos parauma reportagem especial, que geralmenteexige viagem, seguimosorientados pela consulta a materialde arquivo, mas não só isso,que se tornou trivial (embora nãoseguro) com os google da vida,acessíveis pela rede mundial decomputadores. Dispomos de ummétodo científico, que nos possibilitaaplicar amostras ao universoque iremos cobrir, percebertipos, extrair (ou aplicar) conceitosa uma realidade que se apresentaaparentemente inescrutável,amorfa, indefinida.Claro que não vamos “a campo”apenas para confirmar hipóte-80

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