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MARCO SILVA<br />
Na Cimeira de Bucareste, que decorreu<br />
em Abril, esta cooperação foi posta à prova;<br />
da agenda fazem parte a participação<br />
militar da NATo no Afeganistão e a<br />
parceria com a Ucrânia.<br />
A herAnçA DA GuerrA FriA<br />
os oradores originários de países de<br />
Leste não deixaram de fazer referência<br />
à Rússia e aos efeitos da sua política<br />
externa na definição da estratégia da<br />
NATo e da UE.<br />
poLÍtiCA<br />
Numa altura em que a NATo se encontra<br />
a desenvolver fortes laços com os países<br />
da Europa de Leste, Volodymiyr Dubovyk,<br />
da Universidade de odessa, na Ucrânia,<br />
afirmou contudo que “a expansão<br />
da NATo não se pode traduzir numa<br />
militância contra a Rússia pois, nesse<br />
caso, verificar-se-á uma aproximação<br />
deste país aos tempos da Guerra Fria”.<br />
Da mesma opinião é Gevorg Melikyan, da<br />
organização não governamental arménia<br />
“Solidariedade dos Estudantes”, que<br />
afirma ser necessário “aliviar algumas das<br />
Luís nuno rodrigues, co-director do encontro, com o antigo embaixador da roménia,<br />
sebastian mitrache, e Carlos Gaspar, presidente do ipri.<br />
no final dos três dias do workshop, a <strong>Paralelo</strong><br />
entrevistou Luís nuno rodrigues, membro do<br />
ipri e co-director do encontro.<br />
paralelo [p] Agora que o workshop chegou<br />
ao fim, que balanço faz da iniciativa?<br />
Luís nuno rodrigues [Lnr] Faço um balanço<br />
altamente optimista e favorável. Acho que<br />
se deram vários passos significativos em<br />
prol de um conhecimento mais profundo<br />
desta problemática (a existência de bases<br />
militares da NATO espalhadas pelo globo).<br />
“Aqui produziu-se conhecimento”<br />
Durante três dias, aqui produziu-se conhecimento.<br />
[p] num mundo com novos centros de poder,<br />
ainda há espaço para a nAto?<br />
[Lnr] Penso que sim. Independentemente das<br />
alterações que se venham a verificar na sua<br />
rede de bases militares, a NATO continuará<br />
a ter um papel fundamental (senão mesmo<br />
decisivo) na manutenção da segurança e da<br />
defesa da Europa, dos próprios países que<br />
fazem parte da organização. Para além disso,<br />
a NATO tem procurado dar resposta a um<br />
posições da NATo em relação à Rússia”.<br />
Volodymiyr Dubovyk revelou-se ainda<br />
preocupado com o rumo político que<br />
o Kremlin está a tomar, sobretudo no<br />
domínio da política externa: “A Rússia<br />
está a mover-se na direcção errada,<br />
no que diz respeito, por exemplo,<br />
à consolidação de práticas autoritárias.”<br />
Por isso, considera que “Workshops deste<br />
tipo são essenciais para chamar a atenção<br />
para os problemas em territórios como a<br />
Crimeia, a Tchechénia, a Transnístria ou<br />
a Geórgia”.<br />
O que são os<br />
Workshops de<br />
Pesquisa Avançada<br />
(WPA)?<br />
Os WPA são encontros de académicos e<br />
especialistas, promovidos pela NATO. Têm<br />
como objectivo a construção de um diálogo<br />
transatlântico em diversos domínios do<br />
conhecimento, desde o ambiente às Forças<br />
Armadas. Proporcionam aos participantes a<br />
hipótese de partilharem conhecimentos de<br />
uma maneira informal. Estes workshops não<br />
são abertos ao público, fazendo-se a entrada<br />
mediante convite. Geralmente, têm a duração<br />
média de quatro dias e são financiados na<br />
íntegra pelo Programa Científico da NATO<br />
para a Paz e para a Segurança. Para mais<br />
informações, consultar: http://www.nato.<br />
int/science/<br />
conjunto de outras questões fora da área<br />
geográfica tradicional da sua acção. Por tudo<br />
isto, acredito que temos um papel crucial a<br />
desempenhar no futuro.<br />
<strong>Paralelo</strong> n. o 2 | PRIMAVERA | VERÃO 2008 33