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eDitoriAL<br />
A comunidade<br />
luso-descendente<br />
nas presidenciais americanas<br />
rui ChAnCereLLe De mAChete<br />
Vive-se com grande entusiasmo nos Estados<br />
Unidos a primeira fase do processo eleitoral<br />
para a escolha do próximo Presidente.<br />
Apesar de alguns analistas conjecturarem<br />
já o que será o “Post-American World”, a<br />
América será ainda num futuro previsível<br />
o mais importante país do mundo, cujas<br />
decisões, vida política e económica para<br />
além de eventuais crises irradiam consequências<br />
sobre os restantes Estados.<br />
‘ A solidariedade entre portugueses de cá<br />
e portugueses e luso-descendentes de lá<br />
torna as eleições presidenciais americanas<br />
ainda mais relevantes para nós.<br />
’<br />
Permanecerá igualmente o palco privilegiado<br />
onde se ganha ou perde a influência<br />
e o prestígio das potências e dos políticos<br />
estrangeiros e onde se joga a sorte de múltiplas<br />
iniciativas internacionais. Daí que, o<br />
modo como se desenrola a designação do<br />
futuro Presidente e, sobretudo, a personalidade<br />
e ideias dos principais candidatos,<br />
interesse sobremaneira não apenas ao Povo<br />
americano, mas também aos outros Estados<br />
e respectivos cidadãos.<br />
Compreende-se assim que Portugal e os<br />
portugueses estejam atentos a este processo<br />
de transferência de poder e de sucessão<br />
do titular do cargo mais relevante do sistema<br />
político americano. os Estados Unidos<br />
são o líder do ocidente, o aliado preponderante<br />
da NATo, o parceiro mais importante<br />
da União Europeia. Mas são também<br />
um país que alberga uma numerosa comunidade<br />
de emigrantes lusófonos. A solidarie-<br />
dade entre portugueses de cá e portugueses<br />
e luso-descendentes de lá torna as eleições<br />
presidenciais americanas ainda mais relevantes<br />
para nós.<br />
É sabido que poucas vezes o que se promete<br />
nas campanhas eleitorais, mesmo quando<br />
há programas formais de governo, tem correspondência<br />
no que os eleitos realmente<br />
fazem uma vez em posto. Apesar disso, e<br />
particularmente na América do Norte, os<br />
candidatos são sensíveis quando governantes,<br />
e sobretudo se aspiram a uma reeleição,<br />
às opiniões e desejos dos seus eleitores e<br />
governados. A participação nas múltiplas<br />
eleições a nível federal, dos Estados federados<br />
e municipal constitui conditio sine qua non<br />
para que a nossa comunidade se torne mais<br />
visível naquele grande País. Por isso, a<br />
<strong>Fundação</strong> <strong>Luso</strong>-<strong>Americana</strong> está profundamente<br />
empenhada, há já vários anos, num<br />
programa – o “Portuguese American<br />
Citizenship Project” – que, sem quebra dos<br />
laços político-culturais com Portugal, promova<br />
a aquisição da nacionalidade americana<br />
por parte dos nossos emigrantes e incite<br />
a comunidade lusófona a participar intensamente<br />
nas eleições a todos os níveis.<br />
A FLAD, como instituição portuguesa que<br />
tem, entre os seus propósitos mais significativos,<br />
reforçar a cooperação transatlântica,<br />
desenvolve também programas<br />
específicos que facultem um conhecimento<br />
mais aprofundado do sistema político<br />
norte-americano. Com a proximidade das<br />
eleições esses esforços serão intensificados<br />
de modo a atingirem-se audiências mais<br />
vastas através do uso dos meios de comunicação<br />
social. Um melhor conhecimento<br />
facilita o reforço dos laços de amizade e<br />
cooperação.<br />
<strong>Paralelo</strong> n. o 2 | PRIMAVERA | VERÃO 2008 5