CLIPPING DO IBRAC N.º <strong>35</strong>/<strong>2011</strong> 05 a 11 de setembro de <strong>2011</strong>De acor<strong>do</strong> com Veríssimo, no entanto, o próprio Banco <strong>do</strong> Brasil já encaminhou casos para o Caderecentemente. Além disso, conforme o relator, o Banco Central disse que não possui legislação para atuar naquestão da defesa da concorrência. Em janeiro, a autoridade monetária proibiu que as instituiçõesrestringissem ou impedissem o acesso de clientes a operações de crédito oferecidas por concorrentes.A determinação <strong>do</strong> BC, porém, vale apenas a partir daquela data e não para os contratos que já estavam emvigor. O Banco Central, de acor<strong>do</strong> com sua assessoria de imprensa, não tinha como comentar o assunto ontemporque seus diretores estavam participan<strong>do</strong> da reunião <strong>do</strong> Comitê de Política Monetária (Copom), que tambémacabou surpreenden<strong>do</strong>, ao definir um corte de 0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic.AlertaFERNANDO FURLANPRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA (CADE)"Se o Banco Central estivesse atuan<strong>do</strong>, menores seriam nossas preocupações.""O BC se furta de atuar e deixa o merca<strong>do</strong> descoberto."FOLHA DE SÃO PAULO DE 05 DE SETEMBRO DE <strong>2011</strong>OAB CRITICA PROPOSTA DO PT PARA REGULAR MEIOS DE COMUNICAÇÃODE SÃO PAULOO presidente da OAB (Ordem <strong>do</strong>s Advoga<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Brasil), Ophir Cavalcante, criticou a proposta <strong>do</strong> PT paraque o Congresso aprove um projeto que regule os meios de comunicação.Segun<strong>do</strong> o advoga<strong>do</strong>, a ideia <strong>do</strong> PT assusta porque pode representar uma forma de censura."A partir <strong>do</strong> momento em que se coloca alguns tipos de restrições, como quer o PT, à imprensa, à suaconcepção e ao poder de formulação e de questionamento de cada jornalista, é algo que representa umarestrição à determinação constitucional de que a imprensa é livre neste país", afirmou.Para Cavalcante, a legislação brasileira já prevê punições contra para aqueles que comentem crimes naimprensa."O que não se pode é, previamente, estabelecer políticas sobre como dever ser pautada a imprensa brasileira.Isso é censura; isso, efetivamente, é negar esse valor fundamental da democracia que é a liberdade plena deimprensa", disse.O presidente da OAB afirmou que a entidade irá participar ativamente <strong>do</strong> debate caso o PT apresente aproposta."Estamos ven<strong>do</strong> países aqui na América <strong>do</strong> Sul e em alguns lugares <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> em que há restrições àliberdade de imprensa. São países que, infelizmente, não preservam esse bem maior para a democracia que é aliberdade de imprensa."PRESSÃONo <strong>do</strong>mingo, durante congresso <strong>do</strong> parti<strong>do</strong>, o presidente <strong>do</strong> PT, Rui Falcão, disse a sigla fará uma "campanhaforte" para pressionar o Congresso a aprovar um projeto que regule os meios de comunicação.Ele defendeu a limitação <strong>do</strong> direito de propriedade de emissoras de rádio e TV e discursou contra o"jornalismo partidário" que disse existir em "alguns veículos" de imprensa."Queremos que os veículos assumam claramente a sua vocação partidária, como a Fox News nos Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s. E lá existe regulação", afirmou."O que nós queremos é democratizar as informações, ter múltiplas versões. Não queremos um jornalismopartidário como muitas vezes se verifica em alguns veículos."Falcão disse que o parti<strong>do</strong> é contra a censura, mas pressionará o Congresso a aprovar uma lei que"democratize as informações no país".A Folha revelou na sexta-feira que o Ministério das Comunicações trabalha com a ideia de usar o Cade(Conselho Administrativo de Defesa Econômica), vincula<strong>do</strong> ao Ministério da Justiça, para forçar gruposempresariais a se desfazer de parte de suas concessões, alegan<strong>do</strong> que haveria concentração indevida e restriçãoà concorrência entre veículos.O ESTADO DE SÃO PAULO DE 05 DE SETEMBRO DE <strong>2011</strong>CADE CRITICA LENTIDÃO DA ANATEL EM ANÁLISES DE CASOSCÉLIA FROUFE - Agencia Esta<strong>do</strong>BRASÍLIA - Depois de acusar o Banco Central (BC) de ser inativo, na semana passada, o ConselhoAdministrativo de Defesa Econômica (Cade) mira agora sua artilharia para outra área <strong>do</strong> governo: a AgênciaNacional de Telecomunicações (Anatel). De acor<strong>do</strong> com o órgão antitruste, a Anatel é lenta para fazer suasRua Card oso d e Alm eida 7 8 8 cj 1 2 1 Cep 0 50 1 3 -00 1 São P aulo -SP Tel Fax 0 1 1 3 8 7 2 -2 60 9 / 3 67 3 -6 74 8www.ib rac.org.br email: i b r ac@ibrac.org.b r16
CLIPPING DO IBRAC N.º <strong>35</strong>/<strong>2011</strong> 05 a 11 de setembro de <strong>2011</strong>análises sobre novas operações na área e isso tem prejudica<strong>do</strong> o trabalho da autarquia. A crítica <strong>do</strong> Cade é deque, enquanto outros órgãos gastaram pouco mais de três meses, em média, para fazer suas análises préviasem 2010, a Anatel precisou utilizar-se de três anos e um mês. A demora é 12 vezes maior, ou seja, umadiferença de 37 meses.A mira na Anatel, que apresenta ao conselho pareceres prévios a respeito <strong>do</strong> impacto de novos negócios para omerca<strong>do</strong> e a concorrência no setor de telecomunicações, não chega a ser uma novidade. A Agência já foi alvode muitas reclamações de conselheiros. A diferença agora é que o discurso se transformou em números.Conforme pesquisa <strong>do</strong> Cade obtida pela Agência Esta<strong>do</strong>, a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae)<strong>do</strong> Ministério da Fazenda e a Secretaria de Direito Econômico (SDE) <strong>do</strong> Ministério da Justiça gastaram 92dias, em média, para instruírem processos e encaminharem ao Cade no ano passa<strong>do</strong>. A Anatel levou 1.159dias no mesmo perío<strong>do</strong>. "Estamos cansa<strong>do</strong>s. Já estamos falan<strong>do</strong> há algum tempo sobre isso, mas parece quenão tem adianta<strong>do</strong> muito", reclamou o presidente da autarquia, Fernan<strong>do</strong> Furlan.Além da demora, a avaliação <strong>do</strong> conselho é de que a análise prévia da Anatel tem si<strong>do</strong> pouco proveitosa e issotem se refleti<strong>do</strong> negativamente no trabalho da autarquia. Mais uma vez, o órgão antitruste se apoiou emnúmeros para embasar sua acusação. Enquanto o Cade demorou 40 dias, em média, para julgar os casosprovenientes da SDE e da Seae em 2010, precisou dispensar 110 dias para avaliar os processos que chegaramda Agência."A quantidade é quase três vezes mais", comparou Furlan. "Isso porque o processo chega até dez anos após ofato e temos de buscar novas informações para ver se a realidade mu<strong>do</strong>u ou porque a quantidade de diligênciasque precisamos fazer é maior, pois as investigações estavam incompletas."A Anatel rebateu as acusações por meio de nota, enfatizan<strong>do</strong> que, em seus 14 anos de existência, a Agênciaadquiriu ampla expertise e que o setor de telecomunicações possui especificidades que o diferenciam <strong>do</strong>sdemais casos que passam pelo Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC). "É apropria<strong>do</strong>,portanto, preservar essas competências no âmbito de um organismo com conhecimentos mais específicossobre o setor, especialmente no momento em que a convergência tecnológica impulsiona intenso movimentode fusões e aquisições empresariais", alegou a Anatel.No comunica<strong>do</strong>, a agência evitou entrar em conflito com os demais integrantes <strong>do</strong> SBDC, salientan<strong>do</strong> que elespossuem "notória capacidade e versatilidade". Enfatizou, porém, que a Anatel possui conhecimentosprofun<strong>do</strong>s em relação ao setor que a tornam importante para a melhor instrução <strong>do</strong>s processos. "A necessidadede analisar adequadamente as peculiaridades <strong>do</strong> setor é a razão pela qual parte das competências no campoconcorrencial tenha si<strong>do</strong> atribuída à Anatel pela legislação."Por fim, a Agência destacou que há, atualmente, 13 processos na casa - 12 são atos de concentração e umrefere-se a infrações à ordem econômica - e que <strong>do</strong>is deles estão suspensos por decisões judiciais, o quetambém ocorreu em casos anteriores, acaban<strong>do</strong> por retardar a tramitação na Anatel. Desde 1998, conforme aagência, foram encaminha<strong>do</strong>s ao Cade 165 atos de concentração e 29 processos liga<strong>do</strong>s à infração à ordemeconômica. "Nenhum deles foi rejeita<strong>do</strong> ou contesta<strong>do</strong> pelo Cade - comprovação <strong>do</strong> bom trabalho daAgência."Furlan destacou, no entanto, que, em muitos casos, a autarquia opta por aprovar determinada operação porqueas condições de merca<strong>do</strong> já foram modificadas e os efeitos de uma restrição após tanto tempo seriam inócuos.Na semana passada, relatores de <strong>do</strong>is processos de telecomunicação que passaram pelo conselho votaram pelasuas respectivas aprovações, alegan<strong>do</strong> que muitas mudanças já haviam aconteci<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong> desde o fatoque gerou o caso até aquele dia. "É pior a emenda que o soneto agora...", considerou o conselheiro CarlosRagazzo. O colega Olavo Chinaglia salientou que a tentativa de se fazer um controle preventivoposteriormente é uma "aberração".O assunto foi longamente debati<strong>do</strong> depois que o conselheiro Ricar<strong>do</strong> Ruiz mostrou insatisfação com o voto<strong>do</strong>s colegas que recomendaram aprovações por causa dessa defasagem. "Me incomoda supor tu<strong>do</strong> isso... Essaanálise ex post não faz senti<strong>do</strong>. É ilógico isso", argumentou Ruiz. O tema serviu, mais uma vez, para osconselheiros pressionarem pela votação, no Congresso, <strong>do</strong> projeto de lei que dá mais poderes ao órgãoantitruste, o Supercade. Entre outros pontos, está prevista a análise prévia das operações pela autarquia antesde serem consolidadas.O BB NA MIRA DO CADEO Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a<strong>do</strong>tou uma decisão que pode ser controversa, masque resulta em inequívoca proteção aos direitos <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r: determinou que o Banco <strong>do</strong> Brasil (BB) deveinterromper imediatamente contratos de concessão de crédito consigna<strong>do</strong> com cláusula de exclusividade.Atualmente, não só os órgãos da União, mas dezenas de prefeituras e 12 governos estaduais processam suasfolhas de pagamento por meio <strong>do</strong> BB, por meio de convênios. Alegadamente, o BB se vale dessa circunstânciaRua Card oso d e Alm eida 7 8 8 cj 1 2 1 Cep 0 50 1 3 -00 1 São P aulo -SP Tel Fax 0 1 1 3 8 7 2 -2 60 9 / 3 67 3 -6 74 8www.ib rac.org.br email: i b r ac@ibrac.org.b r17