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Volume 4 - TARANTINO - Via: Ed. Alápis

Volume 4 - Tarantino

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Pulp Fiction • divulgação<br />

assiste a um filme, e que esse filme está ancorado em convenções narrativas<br />

(e, por que não, clichês) reconhecidas por ele. Parcela da graça está em<br />

brincar com as convenções – acrescentar um ponto ao conto.<br />

A circularidade torna mais complexa a trama de Pulp Fiction 9 . Diferentemente<br />

do que ocorre no longa de estreia, não há uma caracterização precisa de<br />

qual seja o tempo presente da narrativa (embora, evidentemente, ao final<br />

seja possível ao público encadear a ação de forma cronológica – um jogo,<br />

por sinal, a que o filme convida). As tramas paralelas (protagonizadas<br />

por personagens que às vezes se cruzam), as elipses e os saltos no espaço<br />

e no tempo criam um labirinto que parece não ter saída; o fim se encaixa<br />

com o início, e assim, na construção interna da narrativa, tudo começará<br />

novamente. Pumpkin (Tim Roth) e Honey Bunny (Amanda Plummer)<br />

terminarão subitamente a troca de gentilezas românticas, anunciarão o<br />

9 O verbete dedicado a Tarantino pelo The Wallflower Critical Guide to<br />

Contemporary North American Directors (Londres: Wallflower Press, 2000) sugere<br />

uma leitura para essa diferença: “Se Cães de Aluguel apresenta uma versão em<br />

microcosmo do submundo do crime cometido por brancos em Los Angeles, Pulp Fiction<br />

faz uma extensão disso para uma representação em macrocosmo da comunidade<br />

multicultural do crime na cidade.”<br />

24 MONDO <strong>TARANTINO</strong>

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