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Volume 4 - TARANTINO - Via: Ed. Alápis

Volume 4 - Tarantino

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(Meu Ódio Será Sua Herança, Quando É Preciso Ser Homem, Quando os Homens São<br />

Homens e Oeste Selvagem), o musical (Loucuras de Verão, Nasce uma Estrela, New York,<br />

New York, Os Embalos de Sábado À Noite, Grease – Nos Tempos da Brilhantina). Nos anos<br />

1990, a falta de criatividade se aprofundou e as reelaborações se tornaram<br />

mais numerosas e cada vez menos imaginativas. O que era recurso torna-se<br />

necessidade comercial. Trabalha-se com o que deu certo algum dia, seja nos<br />

anos 1940 ou num tempo mais recente (os anos 1980), fazendo as necessárias<br />

atualizações para o espírito da época. Foi a década em que começaram a se<br />

multiplicar as comédias românticas (das quais Ernst Lubitsch é pai com seu<br />

A Loja da Esquina), a partir do grande sucesso de Harry e Sally – Feitos um Para o<br />

Outro. A ficção científica, peça chave do cinema hollywoodiano no período<br />

1977-1987, permanece com força em filmes de sucesso como O Vingador do<br />

Futuro (do mesmo diretor que havia feito Robocop em 1987, Paul Verhoeven),<br />

Robocop 2, O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final (retomando o sucesso do<br />

filme de 1984) e O Demolidor, entre outros. Se nos anos 1990 ainda era possível<br />

fazer bom cinema autoral no seio de Hollywood, foi naquela década que se<br />

iniciou um processo que atinge o cinema americano até hoje. Um processo<br />

em que a invenção se tornou rara, o contrabando é praticamente a única<br />

maneira de se fazer algo mais pessoal, e um diretor especial como Tarantino<br />

inicia seu brilho quase solitário em meio à mediocridade reinante.<br />

É justamente em tal década que Tarantino começou a trilhar o caminho em<br />

direção ao rápido estrelato. Desde os anos 1960, quando se popularizou o<br />

adjetivo felliniano, não surgia diretor tão imitado, a ponto de surgir também<br />

a qualificação, quase sempre mal utilizada e compreendida, de tarantinesco.<br />

O que é ser tarantinesco, afinal? O próprio Tarantino rejeita o rótulo,<br />

dizendo, com razão, que seus três primeiros filmes são bem diferentes<br />

um do outro. Mas talvez a resposta mais apropriada seja: trabalhar com<br />

um número incrível de alusões, tanto à rica história do cinema quanto ao<br />

vasto repertório da cultura pop. O fato é que, com seu primeiro filme, Cães<br />

de Aluguel, uma releitura de dois subgêneros clássicos, o filme de gângster<br />

e o filme de assalto, o diretor atinge um novo patamar no uso das alusões.<br />

Tanto na narrativa quanto no estilo, pipocam alusões a filmes e cineastas<br />

KILL BILL, MÚSICA E O CINEMA DE <strong>TARANTINO</strong><br />

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