06.02.2017 Views

Volume 4 - TARANTINO - Via: Ed. Alápis

Volume 4 - Tarantino

Volume 4 - Tarantino

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A JUKEBOX<br />

DE <strong>TARANTINO</strong><br />

Luiz Carlos Oliveira Jr.<br />

Cinema vintage?<br />

Quentin Tarantino despontou para o público com Cães de Aluguel e Pulp Fiction,<br />

dois filmes que – com sua criativa fragmentação espaço-temporal, suas<br />

imensas discussões sobre coisa nenhuma, sua trilha sonora recheada de<br />

pérolas resgatadas do baú do rock e sua violência hemorrágica – ajudaram<br />

a definir as principais tendências do cinema americano na década de 1990.<br />

Eles representaram uma radical mudança de tom em relação ao cinema<br />

de fantasia e aventura romântica que Spielberg, Lucas, Zemeckis e outros<br />

wonder boys de Hollywood haviam reinventado com enorme sucesso nos<br />

anos 1970 e 80. Como eles, Tarantino é um mestre da citação e da reprise,<br />

prolongando um filão de filmes repletos de referências típicas das gerações<br />

que cresceram em frente à televisão. Contudo, ele recolhe os signos da<br />

história do cinema – e das mitologias populares do século XX em sentido<br />

mais amplo – sem o subjetivismo puritano e o regressismo infantil de<br />

Spielberg. Se o diretor de E.T. – O Extraterrestre propunha o retorno ao mundo<br />

da infância como forma de reativar uma fascinação pela grande aventura<br />

que parecia escondida no passado do cinema (uma “arca perdida” que<br />

precisava ser reencontrada), o de Pulp Fiction se coloca como provocador<br />

iconoclasta, filiando-se muito mais às apostas conceituais da pop art do que à<br />

restauração de antigos mitos e magias cinematográficos.<br />

A JUKEBOX DE <strong>TARANTINO</strong><br />

43

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!