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Volume 4 - TARANTINO - Via: Ed. Alápis

Volume 4 - Tarantino

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americano”: como um modelo hipotético contraposto a Hollywood. 8<br />

Hollywood, portanto, é sempre o oposto do cinema nacional americano,<br />

tanto em termos de sua própria natureza transnacional quanto de sua<br />

posição hegemônica, condenada como inimiga de todos os cinemas<br />

nacionais. Mas, relativamente, poucos discutem se Hollywood pode<br />

ser considerado cinema “nacional” americano. Focando em Kill Bill,<br />

quero complicar a dinâmica nacional-transnacional de Hollywood<br />

em duas dimensões: sua apropriação textual transnacional e sua<br />

distribuição global, ambas protegidas e complicadas pelo discurso<br />

americanocêntrico de copyright. Para situar o status global de Hollywood<br />

textual e contextualmente, estou interessado em explorar como Kill Bill é<br />

compreendido como “cópia” nos níveis de representação e como produto<br />

industrial; também quero analisar como o discurso do copyright, embora<br />

seja uma ferramenta útil e poderosa para que Hollywood imponha seus<br />

interesses globais, sempre falha em controlar completamente o cenário<br />

cinematográfico global exatamente por um filme não ser apenas um<br />

produto industrial, mas também um complexo sistema de representação.<br />

Patenteando Hollywood<br />

Estudiosos lembram-nos de que a hegemonia de Hollywood é mantida<br />

por vários mecanismos industriais que regulam seus mercados, capital e<br />

trabalho transnacionais. A maioria da sua renda vem de seus mercados<br />

internacionais, que continuam sendo alimentados pelo aparato<br />

cinematográfico que molda o gosto do mundo de acordo com um padrão<br />

fantasioso americano. O processo de conglomeração da mídia começado<br />

em 1985 também tornou todos os principais estúdios transnacionais. 9 Tem<br />

havido um êxodo de produção de Los Angeles para países anglófonos com<br />

custos de produção mais baixos. 10 Mas a “transnacionalidade” de Hollywood<br />

descreve apenas seu investimento e produção; a marca continua sendo<br />

americana. Em outras palavras, a “transnacionalidade” de Hollywood, que<br />

8 v., por exemplo, CROFTS, 1993, pp. 44-55; LÓPEZ, 2000, pp. 419-437; e BERRY,<br />

1998, pp. 129-150.<br />

9 GOMERY, 2000, p. 25.<br />

10 HOZIC, 2001, p. 116.<br />

COPIANDO KILL BILL<br />

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